Evolução das Grandes Economias do Globo

Sem maiores comentários, compartilho aqui um vídeo sobre a evolução do Produto Interno Bruto (PIB) das dez maiores Economias do globo, de 1961 a 2017. Interessante como a China sobe de posição na virada do século, alcançando em menos de vinte anos o segundo lugar, mas ainda bem atrás dos Estados Unidos. O Brasil, por sua vez, apresenta-se entre as dez grandes, mas não consegue alçar vôo. Infelizmente, ainda não alcançamos um patamar civilizatório que nos permita, realmente, evoluir para uma nação desenvolvida – isso tem a ver com aspectos culturais, acredito.

Mais interessante ainda é o segundo vídeo, que apresenta as vinte maiores Economias, considerando-se a Paridade do Poder de Compra (PPP), entre 1980 e 2023, com comentários e explicações sobre as mudanças ocorridas. Sob essa perspectiva, a China já ultrapassou os Estados Unidos. Destaque para a Indonésia, que evolui rapidamente no ranking.

Vale muito conferir!

 

 

Cooperação Sino-Russa e a Paz Mundial

china-russiaGosto do bom humor dos russos, sobretudo da maneira como eles falam ao mundo! A notícia de hoje do Sputnik News que resolvi compartilhar me fez lembrar aquelas clássicas do Pravda ou do Izvestia da época da Guerra Fria: “China: cooperação naval com Rússia contribui para estabilidade mundial”. O mais interessante é que a manchete reproduz a declaração oficial de Pequim sobre a aproximação entre o Urso e o Dragão!

Há razões para se ficar atento a essa aproximação entre chineses e russos? Bom, eu ficaria de olho, sobretudo porque se trata de cooperação na área militar e em um momento que Moscou vê antagonistas em Washington e Bruxelas e que Pequim se incomoda com Tóquio estabelecer a possibilidade de emprego de suas forças armadas fora do território japonês. Chineses e russos se aproximaram há 65 anos e essa relação gerou incômodos para o Ocidente. Foi preciso alguém brilhante como Kissinger para descosturar essa aliança (além da conjuntura da época). Não sei se temos um Kissinger hoje. Não sei se os ocidentais sabem lidar com os russos e com Putin em particular (salvo por Frau Merkel… Frau Merkel sabe… gosto de Frau Merkel!). E a China… bem, a China é sempre muito complexa…

2014111908561510513A OTAN deve colocar as barbas de molho? Sempre. Putin, acuado pelo embargo ocidental, pressionado pela crise econômica (com desvalorização significativa do do rublo), e com situações tensas com países vizinhos, pode tentar manobras que seriam impensáveis para os analistas internacionais do lado de cá, que raciocinam sob a perspectiva de quem vive e se forma no regime democrático. Quanto aos chineses… os chineses estão lá, jogando o seu jogo e com a experiência milenar de lidar com os bárbaros.

O que estou tentando assinalar é a preocupação que se deve ter no Ocidente se ocorrer realmente uma aproximação entre russos e chineses no campo militar. Uma coisa é certa: a paz mundial não será garantida pela aproximação entre russos e chineses, mas pela maneira como esses lidam com sua próprias idiossincrasias e com os interesses dos ocidentais. Tenho receio de toda “aproximação para garantia da paz mundial” nos termos apresentados por russos e chineses. Até porque a paz mundial é tão frágil quanto uma casca de ovo…

Segue a matéria da Sputnik News. 

China: cooperação naval com Rússia contribui para estabilidade mundial

“A cooperação naval entre Rússia e China é uma contribuição para paz e a estabilidade na região e no mundo inteiro”, disse um representante do ministério da Defesa chinês à agência Sputnik.

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40 anos do fim da Guerra do Vitenã

Em 2015, o mundo celebra os 40 anos do fim da Guerra do Vietnã (sim, fim de guerra é coisa para ser celebrada). O conflito marcou os anos 60 e 70 do século XX, não só nos EUA e no Vietnã, mas em diversos lugares do planeta. É a marca de uma época, um período de profundas transformações culturais por todo o mundo (em especial no mundo livre, o lado de cá da Cortina de Ferro). Também é uma guerra marcada de significativo simbolismo, sobretudo por envolver uma Superpotência e um país considerado periférico, exemplo para qualquer estudante de polemologia como conflito assimétrico.

A derrota de fato na Guerra do Vietnã foi bastante traumática para os EUA. Era algo impensável para a maioria dos estrategistas em Washington. Seus reflexos alcançaram a doutrina de emprego das Forças Armadas estadunidenses nas décadas seguintes, afetando diretamente o planejamento das ações militares nas duas Guerras do Golfo.

A grande imagem que permanece da Guerra do Vietnã é de um conflito sem sentido, travado em um lugar distante do globo (ao menos para nós, ocidentais), movido por ideologia e interesses complexos, e um embate de um anão contra um gigante. Impossível não se fazer a associação à história de Davi e Golias, ainda mais porque o desfecho foi semelhante.

Segue o vídeo do programa Direito Sem Fronteiras, em que trato, junto com o Professor Rogério Lustosa, daquele conflito em que o pequeno humilhou o grande, e o forte se viu fraco. Isso com a sempre brilhante apresentação de Cadu Cunha! (Para variar, erraram meu nome nos créditos. Sei que ninguém ia notar se não chamasse a atenção para o caso, mas não resisti. Estou acostumado. Obrigado, papai!)

O Dragão, o Leão e o Urso…

Em uma das cenas de Rambo III, clássico da década de 1980 e que recomendo a meus alunos para conhecerem um pouco mais sobre o final da Guerra Fria (gosto muito de Rambo III), John Rambo usa a frase que se tornou bordão diante da pergunta do oficial soviético sobre quem era ele: “Sou seu pior pesadelo”.

Três décadas depois, essa frase poderia ser dita ao Presidente Obama pelos líderes que participaram da Conferência de Interação em Medidas de Confiança na Ásia. Daquele encontro ganhou força a ideia de se criar uma aliança entre China, Rússia… e o Irã! Claro que as relações entre os três países já seguem bem, obrigado. Porém, o estreitamento desses laços consubstanciado em uma aliança formal certamente tirará o sono de muita gente na Casa Branca, no Pentágono e em Langley.

Segue notícia sobre essa aproximação das três potências. Aproveitei para colocar também o trecho do filme Rambo III.

China aboga por una alianza de seguridad con Rusia e Irán, “una pesadilla para EE.UU.”

Publicado: 22 may 2014 | 21:43 GMT Última actualización: 23 may 2014 | 4:14 GMT
 

China aboga por una alianza de seguridad con Rusia e Irán, "una pesadilla para EE.UU."

El presidente de China, Xi Jinping, considera necesario crear una nueva organización en Asia para la cooperación en materia de seguridad con la participación de Rusia e Irán. Algunos analistas creen que esta alianza sería “una pesadilla para EE.UU.”.

“Necesitamos innovar nuestra cooperación en la seguridad estableciendo una nueva arquitectura de cooperación regional”, indicó Xi Jinping en la Conferencia de Interacción y Medidas de Confianza en Asia (CICA, por sus siglas en inglés), celebrada en Shanghái y que contó con la presencia del presidente ruso, Vladímir Putin

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O Dragão e o Urso

dragão-chinesOs ocidentais podem até prosseguir nessas sanções contra a Rússia. Entretanto, parece que têm sido ineficazes, tendo como único êxito irritar o urso. E, para piorar a situação do Ocidente neste embate, as pressões contra os russos fazem com que Moscou busque novos parceiros ou redimensione os parceiros tradicionais, como a própria China. E Pequim está de braços abertos, pronta para receber seu parceiro eslavo. Com o dragão e o urso cada vez mais próximos, a águia que se cuide…

RIA Novosti

China Condemns Unilateral Sanctions Against Russia – Envoy

13:52 30/04/2014

China strongly opposes unilateral sanctions against Russia, Beijing’s ambassador to Moscow told reporters Wednesday, adding that US and EU sanctions would not resolve the crisis in Ukraine.

 MOSCOW, April 30 (RIA Novosti) – China strongly opposes unilateral sanctions against Russia, Beijing’s ambassador to Moscow told reporters Wednesday, adding that US and EU sanctions would not resolve the crisis in Ukraine. Continuar lendo

“A paz só pode ser preservada com a força”

China Marks 60 Years Of The Chinese NavyEm meio à crise da Ucrânia, os trabalhos do Congresso Nacional do Povo chinês foram retomados. Interessante a declaração de sua porta-voz sobre a segurança na Ásia e, em última instância, no mundo… De acordo com Fu Ying, secretária de imprensa do parlamento da China, o país deixa claro que suas Forças Armadas “estão prontas para darem uma enérgica resposta a quem atentar contra a paz na região”. 

Fu Ying, assinalou, ainda, que a China advoga a solução pacífica dos conflitos, e que seu exército só tem objetivos de defesa. Entretanto, Pequim reagirá efusivamente a qualquer “violação da paz”. Fica o recado para países que teriam litígios territoriais com o Dragão vermelho, particularmente para Japão e Coreia do Sul. 

Em tempos de potências mostrando as garras e os dentes, o Dragão aumenta seus gastos militares e deixa claro que pode também cuspir fogo… A frase da porta-voz, segundo a qual “a paz só pode ser preservada com a força” poderia servir de alerta para outros países que queiram ocupar um papel de destaque no cenário internacional, mas se esquecem de investir em defesa… E, naturalmente, fez-me lembrar das palavras de um grande estadista, este brasileiro, que viveu em Pindorama há cerca de cem anos, o Barão do Rio Branco. Segundo o pai de nossa diplomacia, “não se pode ser pacífico sem ser forte”.

Segue matéria sobre a declaração do Parlamento chinês, extraída do site oficial.

Peace can only be preserved with strength: NPC spokeswoman

English.news.cn | 2014-03-04 16:14:06 | Editor: Yang Yi

BEIJING, March 4 (Xinhua) — A spokesperson for China’s top legislature on Tuesday defended the country’s defense policies, saying that peace can only be preserved with strength.

Responding to a question concerning China’s growing military power, Fu Ying, spokesperson for the second session of the 12th National People’s Congress (NPC), said China as a major power is responsible for regional peace and security. Continuar lendo

O fim dos “campos de reeducação” na China

_71224703_016869870No escopo de uma série de importantes reformas promovidas pelo Governo chinês nas últimas semanas, está o fim dos famigerados “campos de reeducação”. Herança dos regimes autoritários de esquerda, para esses locais de martírio eram (são) mandados os “opositores” do regime. Ainda que o pessoal da esquerda champanhe daqui se ofenda e venha me criticar e dizer que não é nada disso, “campos de reeducação” é o termo comunista para os “campos de concentração” nazistas (não falo aqui dos campos de extermínio, apesar de muitos dos Gulags se aproximarem bem desse modelo).

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“Opositor do regime” poderia ser qualquer um que alguém na estrutura estatal considerasse uma ameça, fosse em razão da possibilidade de liderar algum movimento de resistência, fosse por se pronunciar em discordância do que estabelecia o Governo, fosse por pensar contrariamente ao discurso dominante (isso lembra algum lugar?), fosse simplesmente por alguma querela pessoal contra um burocrata ou alguém importante do partido… Aí o terror se implantava, com perseguições, agressão física e psicológica e, em muitos casos, execuções sumárias ou lentas por trabalhos forçados e péssimas condições de encarceramento. 

A policeman leads inmates as they walk along a road with their wrists tied together to a rope at Emei Mountain regionConvém olhar para a China. O país passa por transformações interessantes. Conta com uma burocracia estatal muito bem preparada e se preocupa em identificar e capacitar suas lideranças. A consequência são bons frutos. Cerca de 35 anos após as reformas de Deng, que contribuíram para impulsionar o país para a posição que ocupa hoje, a liderança do Partido Comunista Chinês (PCCh) promove mais ajustes no modelo. Isso é bom, ao menos para a China e para os chineses.

Infelizmente, campos de reeducação continuam existindo em alguns outros países onde prosperam as ditaduras de esquerda, tão caras para certas “elites” aqui no Brasil…

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Folha de São Paulo – 25/12/2013 – 06h19

Assembleia Nacional chinesa aprova abolição dos campos de reeducação

DA EFE

A Assembleia Nacional Popular (ANP), principal órgão legislativo da China, aprovou a abolição dos campos de reeducação, estabelecidos há mais de meio século, alegando que “já cumpriram seu propósito”.

A ANP confirmou esta medida, já anunciada após o Plenário do Partido Comunista chinês (PCCh) do último mês de novembro, durante a sessão que realiza esta semana e que terminará no próximo dia 28, informou nesta quarta-feira a agência oficial Xinhua.

“Os legisladores reconheceram a importância que os ‘liajiao’ (campos de reeducação) tiveram em salvaguardar a segurança pública, manter a ordem social e corrigir os delinquentes”, disse a agência. Continuar lendo

Apocalipse Now… in Syria

assad_obamaMuita gente tem-me perguntado sobre a crise na Síria e a provável intervenção estadunidense no país do Oriente Médio. Desde que começou o Levante (como sempre chamei a tal da “Primavera Árabe”), há dois anos, tenho dito que a Síria é muito distinta dos demais Estados que passaram pelas revoltas populares, seja a Líbia de Kadafi, seja o Egito de Mubarack… Tanto por sua posição geográfica, quanto pelas características do regime e de seu líder, ou ainda pelos seus estreitos vínculos com grandes potências como Rússia e China e aliados como o Irã e o Hesbollah, o caso sírio é bem mais complexo do que muitos “experts” têm dito.

Assad_quadroNestes dois anos tenho assinalado que Bashar Hafez-al-Assad não é um simples ditadorzinho de país em desenvolvimento, e que dificilmente deixaria a Presidência da Síria pelas manifestações da oposição. Assad estaria mais para déspota esclarecido.  Seu pai assumiu o poder na Síria quanto ele tinha cinco anos de idade – natural que desde cedo já houvesse a possibilidade de ser preparado para uma sucessão. Estudou em Londres, conhece o Ocidente, e muito distante está de um líder beduíno que ocupa o palácio de dia e à noite vai para sua tenda, ou de um coronel que herda o poder de outros coronéis. É, verdadeiramente, uma liderança em seu país e conta com apoio de parte da população.

Ademais, contra Assad se rebelaram grupos distintos, inclusive alguns associados à Al-Qaeda. Ou seja, ele é, ao menos, a opção conhecida no governo do país. Difícil identificar quem poderia assumir o poder em seu lugar ou mesmo se os rebeldes não continuariam a luta fratricida, permanecendo a instabilidade.

assad putin Também desde cedo assinalo que qualquer investida militar contra a Síria teria que contar com a aquiescência de Moscou. O país é área de influência russa – vale lembra que a maior base naval russa em águas quentes é na Síria – e está muito próximo do território da antiga União Soviética para que Putin deixe de acompanhar muito de perto e com grande interesse os acontecimentos e muito menos uma ação militar ocidental. Tenho comentado, ainda, que Assad cairá quando perder o apoio de Moscou.

Falando ainda da Rússia, interessante tem sido a orientação do Kremlin na crise. Sempre manteve o apoio a Damasco, apoio esse que se evidenciou nas últimas declarações sobre os ataques com armas químicas e nas intervenções no Conselho de Segurança da ONU. Nesse ponto, conta com o apoio de Pequim que, no mínimo, não tem interesse em ver aumentada a influência ocidental na região.

Note-se, além disso, que a relação entre Washington e Moscou tem-se mostrado mais tensa nos últimos meses. Algumas vezes se falou sobre uma nova Guerra Fria (ao menos em certos discursos do Governo russo isso foi expressado). O caso Snowden contribuiu para o aumento da tensão, inclusive com o cancelamento de reuniões de cúpula entre Obama e Putin. Os russos aumentaram a presença na Síria e continuam fornecendo armas a Assad. O recado de Moscou, claro desde sempre, mas somente agora percebido por muitos “especialistas” é: “não brinquem no meu quintal sem me consultar”.

syria protest1Entretanto, apesar dos avisos, Obama parece particularmente interessado em uma ação militar contra a Síria e em tirar Assad do poder – ou isso, ou tem-se aí um grande blefe por parte de Washington! E o pior é que encontra resistência em casa, e também entre seus aliados tradicionais. David Cameron, por exemplo, já retrocedeu na ideia de tomar parte diretamente na intervenção na Síria. Até mesmo Israel não se mostra entusiasmado com os tambores de guerra – claro! além do primeiro alvo de contra-ataques, os israelenses já conhecem (e bem) o atual governo Sírio e seu líder, e temem quem poderia sucedê-lo (no Egito, como também já havia assinalado aqui neste site, a experiência não foi das mais felizes).

Bom, alguns diriam, a intervenção militar conta com o apoio de Hollande… Do social-democrata Hollande? Do líder forte e altivo Hollande? Alguém pode me dizer quantas guerras a França venceu nos últimos 150 anos?

Mas, e se os EUA, contrariando seus principais aliados, desafiando Moscou e Pequim, e provocando Teerã, resolverem atacar a Síria? Bom, um conflito tradicional, como na invasão do Iraque, acho improvável. O país sofrerá ataques aéreos e aumentar-se-á o apoio aos rebeldes, mas não acho que Obama arriscaria mandar soldados estadunidenses para este novo teatro de operações. Se, contra todas as expectativas, assim o fizer, pode correr o risco de encarar o que dois democratas que o antecederam tiveram que enfrentar quando decidiram por incursões militares na Ásia – a total surpresa e o desgaste com um conflito prolongado. Falo de Truman na Coréia e Lindon Johnson no Vietnã.

Uma característica da guerra – e qualquer polemólogo iniciante sabe disso – é que se conhece muito bem como ela começa, mas como terminará é sempre uma incógnita. No caso da Síria, se os russos mantiverem o apoio a Assad, o conflito pode se prorrogar… E, havendo a intervenção por terra, será que poderia ocorrer uma nova Coréia (com soldados iranianos e libaneses combatendo ao lado dos sírios) ou um novo Vietnã? Interrompo aqui minhas reflexões para pensar um pouco mais…

Diante de todo esse cenário, a única certeza é que uma intervenção militar estadunidense na Síria será a pior das possibilidades. Mas Obama deve saber disso. Truman e Lindon Johnson também deviam sabê-lo, não?

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O Dragão fala

Nota do Ministério das Relações Exteriores da China sobre a crise na Península Coreana.china_nk_flags1

Zhang Yesui: China Stays Committed to Maintaining Peace and Stability and Achieving Denuclearization on Korean Peninsula

2013/04/03

On April 2, 2013, Vice Foreign Minister Zhang Yesui gave an interview to Xinhua on the current situation on the Korean Peninsula. Zhang said China has been paying close attention to the tense situation on the Korean Peninsula over the recent period of time, as the development of the situation is closely related to the stability of China’s neighboring countries. “I have met with ambassadors of relevant countries to China and expressed our serious concern over the current situation,” he said.

“The Chinese side is always committed to achieving denuclearization as well as maintaining peace and stability on the Korean Peninsula, and advocates solving the problem through dialogue and consultation,” he said. “We don’t want to see any warfare or chaos on the Peninsula. We oppose any side making provocative statement or doing anything that undermines peace and stability on the Peninsula and in the region,” Zhang told Xinhua.

China strongly urges all parties to keep calm and restrained, avoid provocation and refrain from taking any risky action that deteriorates the situation, Zhang said. “We urge all parties to bear in mind the overall and long-term interests, adhere to the objective of achieving denuclearization on the Peninsula, actively carry out dialogues and make contacts, move to change the situation, and jointly safeguard peace and stability on the Peninsula,” he said.

Extraído do site oficial do Ministério das Relações Exteriores da República Popular da China: http://www.fmprc.gov.cn/eng/default.shtml.

Razões para se preocupar

Excelente análise no jornal colombiano EL TIEMPO, feita pelo correspondente em Pequim, Ángel Villarino. Observo que ele também ressaltou o que eu já havia previsto como data para um eventual ataque de Pyong Yang: 15 de abril, aniversário do fundador da Coréia do Norte e ícone cultuado. De toda maneira, as possibilidades de conflito são bem reais.

Preocupou-me o fato de ontem os norte-coreanos terem transferido lançadores de mísseis para o leste do país. Os EUA e a Coréia do Sul também seguem com manobras. Qualquer incidente menor pode se constituir em estopim para um confronto bélico.

(Contribuição de meu amigo Marcus Reis.)

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Corea del Norte: cinco motivos para preocuparse y cinco para calmarse

Por:  | 3:42 p.m. | 04 de Abril del 2013
 
 Si existiera un registro al respecto, ya habría batido los récords en amenazas bélicas consecutivas.

El jueves volvió a dar una nueva vuelta de tuerca a su desafío y sugirió que su Ejército ha recibido luz verde para atacar Estados Unidos con armas atómicas.

La maquinaria propagandística del régimen habló de una “operación despiadada” que ha sido “definitivamente examinada y ratificada” y que podría ponerse en marcha “hoy o mañana”, ya que “el momento de la explosión se acerca rápido”.

Pocas horas después, el ministerio de Defensa de Corea del Sur aseguró haber detectado un misil que estaba siendo transportado por tren hasta la costa este de Norcorea. Tras examinar las imágenes recogidas por satélite, expertos como Mark Fitzpatrick (uno de los que más saben de armamento norcoreano) lo identificaron como un misil ‘Musudan’. Se trata de uno de los tipos de cohetes de más largo alcance de cuantos dispone el Ejército norcoreano. Basado en tecnología soviética, podría alcanzar los 2.400 kilómetros, suficiente para llegar hasta Japón (y a las bases estadounidenses de Okinawa) pero no hasta la isla de Guam, donde EE. UU. desplegó esta semana baterías de defensa por si acaso. Continuar lendo

Uma visão lúcida da economia brasileira

Quem me enviou o artigo foi o amigo Alexandre A. Rocha, sempre com suas excelentes contribuições a nosso site. O autor é Carlos Pio, brilhante professor que traz orgulho à Universidade de Brasília. Concordo plenamente com sua percepção e gostei muito da conclusão. Parabéns pela lucidez, Pio!

Brazil’s Influence Is Nominal, at Best

Carlos Pio

Carlos Pio is a professor of international political economy at the Universidade de Brasilia and at the Australian National University in Canberra.

NY Times – May 11, 2012

Even if we take into account today’s highly interdependent economic structure, in order to have a profound impact on global levels of growth, a country must be a top importer and/or exporter of goods, services, capital or labor. There is no doubt that the United States, China, Germany and Japan are global players in such terms. Russia and a handful of oil exporters can also be included in this club if one accepts the key role of energy. India, for the potential size of its internal consumption market is relevant. But Brazil, the B in BRIC, is not. Continuar lendo

Obama entre as duas Coréias

A visita do Presidente Obama à zona desmilitarizada entre as duas Coréias é um movimento interessante no intrincado tabuleiro do Extremo Oriente. Afinal, será o Presidente dos Estados Unidos da América a visitar uma zona de guerra (tecnicamente, as duas Coréias continuam em guerra desde a década de 1950, quando um armistício suspendeu os combates). E, mais importante, reunir-se-á com os líderes russo, Medvedev, e chinês, Hu Jintao. Ou seja, teremos um encontro entre a Superpotência e as duas grandes potências asiáticas, entre as quais o principal aliado de Pyong Yang (a China).

O tema do encontro entre os líderes de três potências nucleares não será, apenas, a crise na península coreana e os anseios megalomaníacos da Coréia do Norte. Também tratarão do Irã e seu programa nuclear. Oportunidade rara em que esses três homens se reúnem.

Apesar da pouca atenção dada ao evento pela imprensa por aqui, pode-se ter aí um momento histórico que certamente influenciará o futuro da Ásia e do planeta…

Obama to visit DMZ, raise pressure on North Korea

Reuters, 20MAR2012- 7:58pm EDT

By Alister Bull and Matt Spetalnick

WASHINGTON (Reuters) – President Barack Obama, seeking to increase pressure on North Korea to abandon its atomic weapons, will visit the Demilitarized Zone (DMZ) on South Korea’s tense border on Sunday before a nuclear security summit in Seoul.

Obama’s visit to the border will be a strong show of support for South Korea, the White House said on Tuesday, sending a message to the North as Washington builds an international effort to get stalled nuclear disarmament talks back on track. Continuar lendo

Assad, os russos, os chineses e os iranianos

Dois navios iranianos chegaram sábado ao porto sírio de Tartus para “auxiliar no treinamento de forças navais sírias”. Russos e chineses continuam firmes no apoio a Assad. Os rebeldes seguem combatendo o governo. Atentados são cometidos com o objetivo de desestabilizar o regime (suspeita-se de que teriam sido patrocinados pela Al Qaeda).

Não tenho comentado muito a crise na Síria. Pouco mudou nas últimas semanas. Certamente, a guerra civil evoluiu. Assad continua firme com apoio russo e chinês. A situação ali está longe de um desfecho.

Observação importante: Assad não é Kadafi. A Síria não é a Líbia. Assad conhece bem o ocidente, seu próprio povo e sabe que a Síria tem um papel estratégico para a China e, sobretudo, para a Rússia na geopolítica da região. Também sabe que se cair a coisa pode ficar muito mais complexa para todo mundo na região.

Para piorar as coisas (ou para o bem do regime sírio), as atenções das potências ocidentais estão muito mais voltadas a um outro aliado de Assad, o esquizofrênico governo iraniano, que insiste em seu programa de “armas nucleares para fins pacíficos” e nos ataques ao Ocidente.

De fato, o jogo de poder no Oriente Médio encontra-se em um momento interessante, contando com a disputa direta entre potências ocidentais contra Rússia e China em meio a insurreição na Síria e arroubos belicistas e provocativos de Teerã. 2012 promete. Sem maiores comentários.

Iranian ships reach Syria, Assad allies show support

Reuters, 20FEV2012
By Khaled Yacoub Oweis and Angus MacSwan

AMMAN/BEIRUT (Reuters) – Russia, China and Iran showed support for Syrian President Bashar al-Assad on Monday, days before an international meeting likely to pile more pressure on him to step down in the face of an increasingly bloody uprising. Continuar lendo

Sobre os vetos russo e chinês… e outras coisas mais…

Até entendo que o Premier do Katar se diga “chocado” com os vetos russo e chinês no Conselho de Segurança da ONU no que concerne às medidas mais enérgicas contra a Síria… afinal, trata-se da típica “retórica árabe”, da qual nós ibero-americanos herdamos parte de nossa demagogia e das bravatas nos discursos (não estou criticando a retórica árabe… isso faz parte daquela cultura).

O que me surpreende mesmo são analistas ocidentais se dizendo “assustados” com a decisão de Moscou e Pequim frente ao regime de Damasco! Afinal chineses e, sobretudo, russos, são aliados tradicionais dos sírios e dariam um tiro no pé questionando o regime autoritário de Assad… Ademais, com tudo que já está passando no Egito, mudanças na Síria afetariam drasticamente o equilíbrio de poder na região… Melhor que Assad permaneça no poder… melhor para todos!

Russos e chineses deram seu recado: estão participando do jogo e têm peças para mover no tabuleiro! E não vão permitir a queda de regimes como o sírio e o iraniano por pressão ocidental ou “revolucionária” (ao menos não por agora)…

E por falar em mudanças… como está a situação na Líbia após a queda de Kadafi? E nos outros países que passaram pelo Levante (ou Primavera Árabe, como queiram…)???

Está o Egito mais democrático, rico e estável? Melhoraram as condições de vida da população? De fato, pouco mudou para a maior parte das pessoas que vivem nesses países no último ano… E nada há com que se surpreender ou com que se chocar…

Arabs exploring four options, says Prime Minister 

The Peninsula of Qatar – Wednesday, 08 February 2012 04:08

DOHA:Qatarsays it is shocked byRussiaandChinavetoing the UN Security Council’s draft resolution on the Syrian crisis and calls on the Arab world to proceed beyond issuing statements and take concrete action to stop the bloodshed inSyria. Continuar lendo

Para salvar a Europa… a China!

No mínimo, irônico, um século e meio depois das Guerras do Ópio da pilhagem da China feita pelas potências européias… Sim, o mundo gira… e isso nunca foi tão verdadeiro…

China’s Wen: May consider bigger role in EU rescue

Photo
Reuters 02FEB2012

By Lucy Hornby and Andreas Rinke

BEIJING (Reuters) – China is considering increasing its participation in the rescue funds aimed at resolving the European debt crisis, Chinese Premier Wen Jiabao told journalists on Thursday. Continuar lendo

O mundo após o colapso dos EUA

Artigo publicado no The Peninsula, do Catar. Brzezinski dispensaria apresentações, mas, para os mais jovens e o pessoal que não é da área de Relações Internacionais, vale lembrar que é um renomado acadêmico, tendo sido C0nselheiro de Segurança Nacional de Jimmy Carter, entre 1977 e 1981, tendo influenciado a política externa democrata no período. Junto com Kissinger (que faz sua contraparte republicana), Brzezinski é um dos grandes pensadores realistas da segunda metade do século XX (quem estuda Relações Internacionais e não o conhece está com sérios problemas…). 

Recomendo a leitura, particularmente a meus alunos que se preparam  para a carreira diplomática. Atentem para o fato de que a perspectiva é de ausência de um novo hegemon quando os EUA deixarem de ocupar essa posição, em um sistema que pode se evidenciar cada vez mais hobbesiano.

Também merece destaque a percepção de que a China não se constitui em sucessor inevitável dos EUA como potência hegemônica. Ao contrário, se teria um conjunto de potências “secundárias” com suas áreas de influência regional (secundárias leia-se todas as grandes que não sejam os EUA ou a China) – aí há a referência ao Brasil.

De toda maneira, é bom lembrar que essa decadência dos EUA não será tão rápida nem talvez tão intensa como preveem alguns ou desejam outros (mesmo porque os EUA são pródigos em bons analistas internacionais e conseguem sempre surpreender em sua capacidade admirável de dar a volta por cima)…

O amigo diplomata que enviou a notícia destaca a referência à Rússia utilizando-se a palavra alemã “schadenfreude”, que significa um sentimento de alegria ou prazer pelo sofrimento ou infelicidade dos outros (só os alemães para conseguirem sintetizar certos sentimentos em palavras). Claro que isso não seria exclusividade dos russos. Por aqui mesmo haveria muita gente (os tais americanófobos) contente com o novo cenário. Eu ainda prefiro ficar sob a hegemonia estadunidense que sob a chinesa…

A faltering US could signal a dangerously unstable world 

The Peninsula – Friday, 27 January 2012 22:59
By Zbigniew Brzezinski

Not so long ago, a high-ranking Chinese official, who obviously had concluded that America’s decline and China’s rise were both inevitable, noted in a burst of candour to a senior US official: “But, please, let America not decline too quickly.” Although the inevitability of the Chinese leader’s expectation is still far from certain, he was right to be cautious when looking forward to America’s demise. Continuar lendo

Para onde vai o petróleo do Irã?

Esta é uma contribuição de minha amiga, Carmen Lícia Palazzo. Achei, realmente, muito interessante, pois é possível ter uma visão geral das exportações de petróleo iranianas.

Observação 1: apesar de 22% das exportações de petróleo do Irã serem para a China, isso representa algo em torno de 10% das importações chinesas do produto (ademais, a China busca alternativas, inclusive aqui na América do Sul e, naturalmente, na África). O mesmo acontece com Japão e Coréia do Sul, para onde os iranianos exportam 14% e 10% de seu petróleo, respectivamente.

Observação 2: a Índia é cliente importante, com 13% do petróleo exportado. Um dado que não está no gráfico é que as importações do Irã representam apenas 8% do petróle0 importado pelos indianos. O Irã é 0 13 parceiro comercial da Índia.

Observação 3: os europeus não dependem tanto do petróleo iraniano, mas não podem simplesmente desprezar essas reservas. E claro que vão querer algo em troca se suspenderem as importações do Irã.

Observação 4: last, but not least, a Rússia não importa petróleo do Irã (claro, pois é um dos grandes produtores). Isso quer dizer que as relações entre os dois países não estão baseadas nesse produto (apesar de um embargo ao petróleo iraniano interferir nos preços internacionais e, naturalmente, nas exportações de petróleo russas – o que, dependendo da situação, pode até ser interessante para Moscou). Que fique claro, portanto, que o apoio russo a Teerã se dá por outras razões mais que devem ser consideradas.

Lindsay: Where Iran exports oil

Editor’s Note: Dr. James M. Lindsay is a Senior Vice President at the Council on Foreign Relations and co-author of America Unbound: The Bush Revolution in Foreign Policy. Visit his blog here and follow him on TwitterContinuar lendo

A guerra de nervos em torno do Irã

Dessa vez,  a análise Lukyanov diz respeito à tensão crescente envolvendo o Irã. Comenta, inclusive, o artigo da edição de janeiro/fevereiro de 2012, que propões expressamente que atacar o Irã é “the least bad option“. Gostei, particularmente, do seguinte comentário:

This is a psychological war. Both sides are playing a game of brinksmanship, hoping that they will not have to act on their threats.

Atenção especial à análise sobre o equilíbrio de forças e os interesses na região do Golfo Pérsico. Concordo com Lukyanov de que os EUA não estão dispostos a uma outra guerra depois de dez anos de Afeganistão e Iraque, bem como que Teerã joga contando com o apoio russo e chinês (o problema é até quando Moscou e Pequim permanecerão garantes das provocações do regime dos Aiatolás).

Recomendo, especialmente a meus alunos de Relações Internacionais.

RIA Novosti

Uncertain World: The war of nerves around Iran

15:36 12/01/2012

The January/February 2012 issue of the magazine Foreign Affairs features an article with the shocking title: Time to Attack Iran: Why a Strike Is the Least Bad Option. It is indicative of the current mood and may set the tone for the rest of the year. Continuar lendo