O Espião que não sabia amar

Mais sobre a história de espiões em que a arte imita a vida! E, como em todas as boas histórias do gênero, há muito mais nos bastoditores do que pode supor nossa vã filosofia… Só não gostei porque Petraeus era meu candidato para suceder Obama…

Sobre John Allen, vale destacar os problemas e situações arrisacadas aos quais os EUA ficaram expostos devido ao romance do general. Love is in the air!

A mulher que explodiu a CIA

Quem é a ex-aluna de Harvard que derrubou o chefe da agência de espionagem, num caso de sexo, poder e traição que abalou uma das instituições mais prestigiadas dos EUA

Mariana Queiroz Barboza – ISTOÉ

SEDUTORA
Paula Broadwell se envolveu com o chefe da CIA enquanto escrevia sua biografia

Agência de espionagem mais conhecida do planeta, a CIA foi criada para realizar serviços secretos de inteligência. Uma das atribuições principais de seus agentes é obter informações sem ter suas identidades reveladas. Seria de se imaginar, portanto, que seus funcionários fossem capazes de executar as tarefas mais arriscadas sem deixar rastros ou despertar suspeitas. Por uma dessas ironias improváveis, o número 1 da CIA nos Estados Unidos, o general David Petraeus, 60 anos, não conseguiu manter em sigilo uma atividade perigosíssima para os padrões americanos – um caso extraconjugal. Conforme descobriu, por acaso, uma investigação do FBI que havia sido desencadeada para apurar denúncia de perseguição virtual, Petraeus, que é casado, teve um romance com sua biógrafa, uma morena de 40 anos chamada Paula Broadwell, também casada. A revelação causou constrangimentos e resultou no encerramento precoce da carreira militar de Petraeus, obrigado a renunciar ao cargo de chefe da CIA sob o argumento de que o adultério poderia ser encarado como um problema para a segurança nacional. Temia-se que as aventuras do general tivessem potencial para submetê-lo a chantagens ou abrir brechas para a violação de informações secretas. Continuar lendo

Bengazi: um ataque terrorista?

Ainda tentando ler nas entrelinhas da declaração do DNI… De toda maneira, se as ações em Bengazi e no Cairo tiveram alguma participação da Al Qaeda, ficam evidentes as dificuldades que os ocidentais terão com os novos regimes. Ao menos Kadafi e Mubarack eram conhecidos inimigos da Al Qaeda… Será que ninguém vê que a situação na Síria pode ser ainda pior com a queda de Assad?

U.S. intelligence now says Benghazi attack “deliberate and organized”

Reuters, 28SEP2012 6:25pm EDT – By Mark Hosenball

WASHINGTON (Reuters) – The top U.S. intelligence authority issued an unusual public statement on Friday declaring it now believed the September 11 attack on U.S. diplomatic facilities in Benghazi, Libya, was a “deliberate and organized terrorist attack.”

The statement by the office of Director of National Intelligence James Clapper acknowledged that it represented a change in the U.S. intelligence assessment of how and why the attack happened. During the attack on two U.S. government compounds in the eastern Libyan city, four U.S. personnel, including Ambassador Christopher Stevens, were killed. Continuar lendo

O Levante e o pós-11/09

Há algum tempo não postava os artigos de Lukyanov, sempre muito interessantes. Gostei da observação referente à pouca atenção dada pelos candidatos à Presidência dos EUA ao problema do terrorismo. De toda maneira, com a crise no mundo islâmico se agravando, Obama e Romney acabam tendo que se manifestar… e algumas vezes não o fazem tão bem.

Recomendo a leitura a meus alunos de Relações Internacionais, pois se trata de análise diferente daquelas com que nos deparamos aqui em Pindorama.

Uncertain World: How the Arab Spring Muddied Post-9/11 Clarity

17:00 13/09/2012

Last Tuesday, September 11, while the United States was commemorating the victims of the 9/11 terrorist attacks, anti-American demonstrations erupted at U.S. consulates in Libya and Egypt.

The demonstration in Benghazi, the home base for the Libyan rebels who came to power thanks to military intervention by the United States and NATO, led to clashes that killed several American diplomats, including the U.S. ambassador to Libya.

In an interview with Al Jazeera a few days earlier, Mohammed al Zawahiri, the brother of al Qaeda leader Ayman al Zawahiri, offered to broker a 10-year peace deal between al Qaeda and the West. The U.S. is to abstain from interfering in the affairs of Islamic countries, in return for which the “legitimate rights” of America and the West will be protected and they will stop being provoked.

Mohammed al Zawahiri, who was acquitted by an Egyptian military court in March this year after spending 14 years in Egyptian prisons on extremism charges, is just one beneficiary of the Arab Spring. Many other opponents of the regime have been set free since the fall of the Mubarak regime. Continuar lendo

In Memorian

Gostaria de registrar aqui minhas condolências às famílias do Embaixador John Cristopher Stevens e dos funcionários diplomáticos estadunidenses brutalmente assassinados na Líbia no dia 11 de setembro último.

Esta é ainda uma semana para se lembrar das milhares de vítimas dos atentados de 11/09/2001 e de todos os que morreram ou têm sofrido em consequência daqueles fatídicos acontecimentos, seja no Ocidente, seja no Mundo Islâmico, seja em qualquer outra parte do globo.

Só não lamento a morte de Bin Laden e de toda a corja de terroristas que se conseguiu enviar desta para uma melhor… Nada, absolutamente nada justifica o recurso ao terrorismo.

Inverno de ódio

Ainda como consequência do que se cunhou chamar de Primavera Árabe, e que eu prefiro chamar de “o Levante”, aumentou significativamente a instabilidade no Norte da África e no Oriente Médio nos últimos dias. Pessoas na rua protestando, atacando missões diplomáticas e consulados, gritando palavras de ordem contra Israel e Estados Unidos, queimando bandeiras… Enfim, a efetivação do que para alguns a “consolidação da democracia no mundo árabe/muçulmano”…

Realmente, os ventos democráticos da bela Primavera Árabe, cantada em verso e prosa em diversas partes do globo (sobretudo aqui no Ocidente), sopram com intensidade nas terras do Islã. Na Líbia, quase um ano após a deposição e execução de Muamar Kadafi, permanece o clima de insegurança, associado à disputa pelo poder em um país arrasado pela guerra civil. O fortalecimento do fundamentalismo religioso e de grupos antiocidentais culminou no ataque ao consulado dos Estados Unidos em Benghazi e no assassinato, por extremistas, do Embaixador estadunidense, Christopher Stevens, e de outros três funcionários diplomáticos, além de mais de uma dezena de feridos. Desde 1979 um plenipotenciário norte-americano não havia sido morto em serviço. O trágico evento afeta diretamente as relações entre a Líbia e os Estados Unidos, e pode mesmo influenciar a disputa eleitoral pela Casa Branca. A oposição já cobra medidas mais enérgicas de Barack Obama, que se vê em situação extremamente delicada na reta final da campanha…

Os acontecimentos na Líbia estão relacionados à onda de protestos no mundo árabe em decorrência de um vídeo produzido nos Estados Unidos e ofensivo ao Profeta Maomé. Trata-se de um vídeo de extremo, extremíssimo péssimo gosto, feito, de acordo com as autoridades americanas, por um estelionatário que ganhou notoriedade da noite para o dia com ofensas gratuitas à segunda maior religião do globo. Note-se que foi um ato isolado de um criminoso, nada tendo a ver com o governo dos Estados Unidos.

Em que pese o deplorável vídeo, não me venham com argumentos de que se tem aí uma justificativa para todos esses protestos e explosões de violência no mundo islâmico. Não, não se justificam. Se um cristão resolvesse atacar cada pascácio que fizesse uma piada deplorável contra o cristianismo, ou um judeu resolvesse agredir todo mentecapto que viesse com comentários preconceituosos e ofensivos ao judaísmo, o mundo já teria implodido… Nesse caso, intolerância não pode ser motivo para mais intolerância.

Mas, no Islã, diriam alguns, a coisa parece ser diferente… Manifestações contra representações diplomáticas estadunidenses ocorreram também em outros países de maioria muçulmana, entre os quais Bangladesh, Egito, Tunísia, Marrocos, Iêmen, Iraque e Irã, Sudão e até em Israel (sim, é assim que acontece numa democracia), porém nenhuma tão grave quanto a de Benghazi. O que se evidencia disso tudo é muito mais um pretexto que se encontrou no tal vídeo para uma explosão de descontentamento da parte de milhares de pessoas que vivem em péssimas condições. Sob a camada do protesto de motivação religiosa, estão sentimentos de revolta contra a ordem ali estabelecida e contra tudo que represente aquilo que a maior parte realmente almeja: paz, segurança para tocar a vida e, naturalmente, os benefícios do desenvolvimento. Isso é humano: ao não terem a vida que desejam (e, indiscutivelmente, os padrões econômicos e sociais da América do Norte e da Europa Ocidental são ansiados em todo o mundo), as pessoas acabam se revoltando e buscando bodes expiatórios (algo com a raposa e as uvas). Bom, mas não vou discutir psicologia de massa aqui…

Registro meu repúdio a essas manifestações. Absurdo total a agressão a representações de um país por ações de particulares… O que tem o governo dos EUA (ou da Grã-Bretanha ou o da Alemanha, que acabou de ter sua embaixada atacada no Egito) com um vídeo produzido por um pacóvio? Se assim o fosse, nós ocidentais deveríamos partir para cima de toda nação em que cidadãos se manifestassem contra o Ocidente. Sinceramente, não tenho paciência para esse tipo de coisa…

Voltando à política internacional, esses eventos podem repercutir em uma mudança de percepção dos Estados Unidos (ou da opinião pública e, consequentemente do eleitorado estadunidense) com relação à chamada Primavera Árabe. Note-se que, por exemplo, na Líbia, Egito e Tunísia, regimes seculares foram substituídos por governos sob influência fundamentalista (em alguns casos até com extremistas religiosos em sua composição) e com severas críticas a países ocidentais.

O que mudou no Egito, depois da queda de Mubarack? O país continua em crise, os militares no poder, a população protestando… Ah, sim! Mudou alguma coisa: os egípcios caminham para um governo mais extremista e hostil aos EUA e aos valores ocidentais (bom, né?). Minha viagem do próximo ano para conhecer aquele belo país do Norte da África acabou prejudicada, assim como a principal fonte de recursos do Egito, o turismo. Enfim, salvo por alguns poucos que assumiram o poder no lugar do sucessor Sadat, a tal da “democracia” conquistada na “Primavera Árabe” não beneficiou muita gente, permanecendo a maior parte da população na mesma penúria.

Também como consequência do Levante iniciado no ano passado, a guerra civil prossegue na Síria. Apesar de pressão da comunidade internacional, o regime de Damasco ainda se sustenta, particularmente devido ao apoio de russos e chineses. Como venho insistindo desde sempre, enquanto tiver as graças do Kremlin, o atual regime sírio se sustenta. E, tomando o exemplo do que já aconteceu em outros lugares, será que se teria uma Síria mais estável sem Assad? Não me parece… A queda do atual Presidente sírio só provocaria mais crise e instabilidade, e isso em uma área muito mais estratégica e sensível que o Norte da África.

Chegando ao Golfo, as relações entre potências ocidentais e o Irã têm-se agravado. Recentemente, o Canadá rompeu relações diplomáticas com Teerã (vide posts anteriores). Em nota oficial, Ottawa assinalou que o governo iraniano é “atualmente, a mais significativa ameaça à paz global à segurança no mundo”. A resposta de Teerã foi no sentido de que o Canadá tem tomado numerosas medidas para hostilizar o país dos aiatolás, acusando-se o governo canadense de “racista” e de “seguir a política sionista do Reino Unido”. Coisa boa não sairá daí…

Todos esses eventos assinalam um aumento da insegurança global. Merece atenção um possível aumento de ações terroristas contra alvos ocidentais, paralelamente ao endurecimento nas relações entre potências ocidentais e países islâmicos. A situação conflituosa pode alcançar diferentes partes do globo, inclusive regiões sem envolvimento direto com a crise, como a América Latina. É recomendável que as autoridades brasileiras estejam atentas a esses desdobramentos.

Em tempo: sei que é verão no Hemisfério Norte. Entretanto, assim como aconteceu com a primavera da democracia, o inverno do ódio infelizmente se prolonga no mundo islâmico…

 

Obama e “a maldição de Kadafi”…

É… estou começando a achar que a maldição de Kadafi está chegando às terras estadunidenses… Segundo a Reuters, Romney já está com 44% das intenções e Obama 42% (claro que sempre tem a Flórida, né?)… Será que Obama consegue mais quatro anos?

Romney draws battle lines in GOP acceptance speech

The Washington Post – By , Published: August 30 | Updated: Friday, August 31, 1:16 AM

TAMPA — Mitt Romney claimed the Republican presidential nomination here Thursday night with a promise to restore the nation’s economic strength and a critique of President Obama’s record, which he said has turned hope and change into failure and disappointment for the nation’s families. Continuar lendo

Iraque e Líbia: o preço do sucesso

Artigo enviado pelo Daniel Pinto há alguns dias. A análise permanece atual. E, de fato, ainda não assimilei a barbaridade que fizeram com o Kadafi… Não adianta, o homem foi Chefe de Estado (de fato) durante quatro décadas e não merecia aquele tratamento. Pura barbárie. E, lamentavelmente, sinal dos dias sombrios que a Líbia passará em um futuro próximo…

“Ah”,  dirão alguns, “mas o homem teve o fim que merecia!”. Discordo. Ninguém merece aquele tratamento degradante. O empalamento… a execução sumária… E tão abjeta quanto foi a maneira como deixaram o corpo exposto para visitação em um frigorífico. Sei não… A crueldade humana e anseio por vingança não encontram limites…

Não escreverei mais sobre Kadafi. Que descanse em paz…

Libya and Iraq: The Price of Success

Stratford – October 25, 2011
 Related Videos

By George Friedman

In a week when the European crisis continued building, the White House chose publicly to focus on announcements about the end of wars. The death of Moammar Gadhafi was said to mark the end of the war in Libya, and excitement about a new democratic Libya abounded. Regarding Iraq, the White House transformed the refusal of the Iraqi government to permit U.S. troops to remain into a decision by Washington instead of an Iraqi rebuff.

Though in both cases there was an identical sense of “mission accomplished,” the matter was not nearly as clear-cut. The withdrawal from Iraq creates enormous strategic complexities rather than closure. While the complexities in Libya are real but hardly strategic, the two events share certain characteristics and are instructive. Continuar lendo

“Qualquer lei que contrarie a Sharia é nula e vazia”…

Preocupou-me a declaração do líder do Conselho Nacional de Transição líbio, no último domingo… Essa nova fase do Levante pode transpordar para países da África do Norte e do Oriente Médio, com conseqüências que não serão boas para ninguém, nem para aqueles países, muito menos para sua população, tampouco para o Ocidente… Parece que a democracia (nos padrões ocidentais) ainda vai demorar a chegar à região…

¿Se vuelve islamista la Primavera Árabe?

Alejandro D. Zajac
BBC Mundo: Martes, 25 de octubre de 2011

“Cualquier ley que contradiga la Sharia (ley islámica) es nula y vacía”, dijo el líder del Consejo Nacional de Transición (CNT) libio, Mustafa Jalil, el pasado domingo. La preocupación por la dirección que tomarán países como Túnez, Egipto, y Libia no tardó en sentirse en Occidente.

Mujeres festejan tras los comicios en TúnezLos derechos de las mujeres son un punto clave en las futuras consituciones de los países árabes.

También hubo repercusión en la prensa africana. “¿Se arrepentirán los occidentales?” por combatir a Gadafi, se preguntaba en L’Observateur de Burkina Faso. La sola mención de la Sharia encendió las alarmas. Continuar lendo

Testamento de Kadafi

Claro que é um documento simbólico, mas foi divulgado no http://www.algerie-focus.com/, mais precisamente em http://www.algerie-focus.com/2011/10/22/%c2%abalgerie-focus-com%c2%bb-publie-la-derniere-lettre-d%e2%80%99el-kadhafi-redige-3-jours-avant-sa-mort/ (texto em francês). Resolvi postar aqui…

Testamento de GADAFI

Unos días antes de ser asesinado transmitió su testamento a 3 de sus allegados.

En el nombre de Dios el Clemente y Misericordioso.

Este es mi testamento, yo, Mouammar Bin Mohammed Bin Abdessalam Bin Humaïd Bin Aboumeniar Bin du Naïl Al Fohsi Al Kadhafi. Continuar lendo

O retorno dos fundamentalistas

Mais um excelente artigo nessa linha de preocupação com o que será do mundo islâmico após o Levante (Primavera Árabe). Vale a pena conferir…

09/28/2011 11:33 AM

Return of the Islamists: A Questionable Form of Freedom for North Africa

By Clemens Höges and Thilo Thielke

The autocrats are gone, but who will inherit power in Libya, Tunisia and Egypt? Islamist influence is significant across the region and conservative political groups are flexing their muscles. The coming months will determine just how much democracy North Africa can support.

Ammunition crates, now empty in the wake of recent heavy fighting, are stacked outside the military barracks at the Tripoli airport. One of the victors, wearing military fatigues, is sitting in a luxurious leather armchair inside the building. He presses his combat boots into the thick carpet, his facial features as rigid as if they had been sculpted. The man speaks intently. He wants to make sure that each of his sentences is recorded on video, and that nothing is misunderstood. Continuar lendo

Enquanto isso, na Rússia…

Fiquei surpreso com o fato de que, até agora, 23OUT2011, não encontrei qualquer pronunciamento oficial do Governo russo sobre a morte de Kadafi. Nada na página do Primeiro Ministro, nem na Presidência, tampouco no Ministério das Relações Exteriores (por falar nisso, o link para a página em inglês do Ministério das Relações Exteriores redireciona para o Ministério do Interior – hehehehe). Não tive paciência nem tempo para olhar nas páginas em russo.

Pode ser intencional, mas os russos demoram a atualizar seus sites oficiais… Vai entender…

Artigo interessante sobre a real preocupação dos russos no momento: a eleição de Putin. Gosto de Putin…

RUSSIA PROFILE.ORG

 
Section: Politics

A Tough Crowd

Critical Russian Media Scrambles to Analyze the Consequences of another 12 Years of Putin By Dan PeleschukRussia Profile 09/26/2011President Dmitry Medvedev’s announcement on Saturday that he would step aside to allow Prime Minister Vladimir Putin another chance at the presidency ended nearly four years of speculation as to whether Putin would return to the post. Though analysts and casual observers alike had long predicted the move, the announcement still sent ripples through the Russian media. And while the local press tackled the story with commendable analysis, most of the coverage was geared toward predicting the bleak course on which Putin would continue to steer Russia. Bloggers, meanwhile, took to the Web to voice their own concerns. Continuar lendo

Os alemães e Kadafi…

Meus caríssimos 19 leitores que já brindaram este site com mais de trinta mil acessos desde fevereiro, estou fora de Brasília e amanhã retorno com mais atualizações do site. Fica esta notícia de que os alemães já saberiam do paradeiro de Kadafi.

Difícil dizer se realmente procede a informação, mas resolvi postar para ilustrar como potências (ou Potências) atuam. Mesmo contrária à ação militar contra a Líbia, seria praticamente impossível que a Alemanha não estivessem acompanhando de perto os acontecimentos na região.

É assim que Potência age. Acabei me lembrando como o Presidente do Brasil havia afirmado desconhecer a situação de Zé-Laya (assim que excrevo, posso?) quando de sua entrada na embaixada brasileira e retorno a Honduras no imbróglio que passamos naquele país…

(PS: ainda inconformado com a maneira como mataram Kadafi e as imagens dos rebeldes tripudiando sobre seu corpo. Sinceramente, aquilo me causou péssima impressão, mesmo se tratando do Muamar… Incomoda-me ver qualquer líder sendo vilipendiado daquela maneira… Pronto, falei.)

10/22/2011 06:33 PM

Aid for the Allies: German Intelligence Service Knew Gadhafi’s Location

The decision to opt out of NATO efforts to aid the Libyan revolution alienated Germany from it Western allies. But according to SPIEGEL information, the country was more involved in the conflict than previously thought. German intelligence agents reportedly helped find fugitive dictator Moammar Gadhafi. Continuar lendo

Como acabam os ditatores

Aqueles que nos formamos nas últimas décadas acostumamo-nos com a imagem de Muamar Kadafi como homem forte da Líbia, líder autoproclamado da causa dos países em desenvolvimento e de um nacionalismo árabe e anticlerical, admirado por muitos, odiado por tantos outros… Pode-se dizer muito de Kadafi, menos que ele era um sujeito comum. De suas roupas espalhafatosas a seus discursos ardorosos contra os Estados Unidos, passando pelo apoio ao terrorismo e a rivalidade com a Al Qaeda, o homem que aos 27 anos chegou ao poder de forma extraordinária (e igualmente conseguiu mantê-lo por quatro décadas) certamente deixará sua marca na História do final do século XX e do início do terceiro milênio.

É estranho ver Kadafi morto. É estranho ver a Líbia sem Kadafi. É estranho ver o mundo árabe sem um de seus líderes mais conhecidos e polêmicos, um verdadeiro “pop star do terceiromundismo”. É estranho imaginar o mundo sem a figura do líbio com suas vestes de beduíno ou seu uniforme com fotos pregadas, com sua bela guarda pessoal composta só de mulheres, sem sua tenda armada defronte as ruínas do palácio presidencial, sem seu semblante à frente da bandeira verde e do nome “Líbia” nas conferências internacionais.

Muito sentirão falta dele. Eu sentirei falta dele, o Caubi da Líbia, o crossdressing de Trípoli, o inspirador da moda brega-megalômana entre os ditadores… Certamente, o mundo sem Kadafi ficará mais sem graça…

Interessante como acabou Kadafi. Resistiu por décadas às Potências ocidentais. Sobreviveu ao bombardeio estadunidense de 1986. Pereceu nas mãos do próprio povo.

Há alguns meses, comentando o Levante na Líbia, eu disse aqui neste site que Kadafi não era como Saddam Hussein. Disse que ele resistiria até o final e que morreria lutando… Foi o que aconteceu.

Pereceu nas mãos do próprio povo. No século XXI, talvez este seja o destino da maioria dos ditadores. O que aconteceu a Kadafi seria impensável há alguns anos, assim como o que acontece hoje no mundo islâmico. Morreu como deveria morrer.

Que o exemplo de Kadafi sirva de alerta para alguns outros líderes remanescentes de uma época em que os regimes autoritários eram incontestes, e o argumento de que se agia por uma causa maior e em nome do povo era suficiente para perpetuar ditadores no poder.

Tudo indica que os anos que se seguem não serão campo fértil para a manutenção de ditaduras, muitas plantadas há décadas, em uma época em que ser ditador em país pobre era até fashion. Logo essas ditaduras cairão, pois as idéias que lhes deram origem já terão sido esquecidas pelas novas gerações… E esses ditadores cairão por suas próprias mãos, pelas mãos do progresso e do anseio democrático, ou pelas mãos de seu próprio povo.

Depois do que houve com Muamar, os dinossauros que sobreviveram à onda autoritária do século XX deveriam colocar as barbas de molho…

Como manipular a informação…

Os dois artigos a seguir retirei de uma das mailing lists que recebo. Esta, particularmente, é produzida por seguimentos de esquerda (claro que acompanho a maneira como a esquerda percebe o mundo! Fundamental conhecer para se poder criticar com propriedade, né? Mas, lembro sempre, tenho amigos de esquerda…).

Inseri os artigos para que o leitor possa refletir um pouco como a informação pode ser tratada para produzir deferentes verdades. Não vou comentar mais nada. Leia e tire suas próprias conclusões…

LIBIA -La Resistencia Libiacombate contra los mercenarios – Opositores pro-OTAN  retroceden ante ofensiva leal a Gaddafi en Sirte

 Cientos de heridos se registran entre la población de Sirte, debido a los bombardeos dela OTANy a los combates entre mercenarios y la resistencia libia. Continuar lendo

As mudanças na Líbia pós-Kadafi

Boa análise russa sobre os acontecimentos na Líbia. Claro que o futuro a D’us pertence, mas o risco do país virar uma nova Somália não pode ser descartado – em que pese o fato da Líbia, como costuma bem lembrar minha amiga Carmen Lícia, ter o maior IDH do continente e a renda per capita ser maios que a brasileira, fazendo a Líbia bem diferente da Somália.

RIA Novosti

Libya on the threshold of change

http://en.rian.ru/analysis/20110824/166094774.html
00:08 24/08/2011

It took the Libyan rebels only three days to establish control over a considerable part of the country’s capital, Tripoli. This came as a surprise both for the international community and, judging by everything, for the rebels themselves. A week ago it would have been hard to predict that Col. Muammar Gaddafi’s opponents would so easily break through the fading Libyan leader’s last line of defense. Continuar lendo

A “retirada estratégica” de Kadafi

Muamar não perde a pose: sai de Trípoli dizendo que faz uma retirada estratégica… Pelo visto, é realmente o fim de uma ditadura de mais de quatro décadas (Fidel está aí desde 1959 e Huguito Chávez já comemora dez anos no poder)… Resta saber se não será o começo de outra…

De toda maneira, a imprensa informou que Said al Islam (bonito nome), filho de Muamar (sim, ele se reproduz, não é como as mulas) estava preso. Só que o rapaz apareceu e os jornais tiveram que rever suas manchetes…

A luta continua. Como venho dizendo há mais de seis meses, Kadafi não largará o osso facilmente.

PS: a foto que posto aqui do pessoal comemorando em Trípoli ficou muito boa!

Gaddafi says withdrawal from Tripoli compound “tactical”

Photo
Reuters, 23AGO2011 – 9:06pm EDT

TRIPOLI (Reuters) – Libyan leader Muammar Gaddafi said on Wednesday that his withdrawal from his Bab al-Aziziya headquarters was a “tactical move” after the compound was leveled by 64 NATO air strikes. Continuar lendo

Vitória rebelde na Batalha de Trípoli… Vitória?

Todos os jornais e agências de notícia anunciam a vitória rebelde na Batalha de Trípoli e conseqüente queda de Kadafi. Se assim for, após seis meses (do que se esperava acontecer em poucas semanas) de duros combates, milhares de mortos e prejuízos diversos, o Muamar parece que foi derrotado… O problema é quem vai assumir seu lugar…

Será que a Líbia acabará entregue às tribos que sempre disputaram poder na região? Teremos uma nova Somália, com senhores da guerra reclamando os despojos de Muamar? Ou nosso Cauby tripolitano iniciará uma resistência com guerra de guerrilha (tem um pessoal aqui no Brasil com histórico nisso e amizade com o Muamar – só que no Brasil, os guerrilheiros acabaram neutralizados pelos nossos militares…)?

Bem, agora é que a crise ganha mais força na Líbia (ou o que sobrou dela)… Ou seja, ainda muita água correrá nesse rio…

Em tempo 1: se Muamar resolver deixar a Líbia, pode correr para o Brasil, onde tem muitos amigos influentes, e pode continuar usando suas fantasias m-a-g-a-v-i-l-h-o-s-a-s que ninguém vai estranhar. No Carnaval, então, monta até um bloco e vende abadás com seu estilo único… Além disso, o Brasil tem acolhido toda sorte de criminosos perseguidos internacionalmente (olha o Battisti aí, gente!)

Em tempo 2: Kadafi sai e deixa um grande vazio no estilo ditador brego-cafona africano, cujo cross-dressing de Trípoli era o pavão-mor. Lady Gaga perde seu maior concorrente e volta a imperar ditando moda…

A Batalha de Trípoli

Se as notícias que chegam da Líbia forem verdadeiras, a Batalha de Trípoli já está em curso, e o regime de Kadafi próximo ao fim. Se forem verdadeiras…

De toda maneira, a situação naquele país ficará mais caótica ainda depois da queda do Muamar…

Kadhafi assegura que não se renderá

Por Filippo Monteforte | AFP – 

O dirigente líbio, Muamar Kadhafi, assegurou neste domingo que sairá vitorioso da batalha de Trípoli em uma nova mensagem difundida pela televisão nacional, enquanto os rebeldes lançaram o assalto à capital líbia. Continuar lendo

Plano de Kadafi para assassinar Berlusconi…

Essa é boa! Muamar planejando assassinar o amigo Bonga-Bonga! Será que Kadafi está tentando angariar a simpatia dos italianos?

RIA Novosti

Gaddafi threatens assassination of Italy’s Berlusconi – paper

http://en.rian.ru/world/20110730/165470805.html
17:10 30/07/2011
 
Libyan leader Muammar Gaddafi has sworn to assassinate Italian Prime Minister Silvio Berlusconi, Corriere della Sera reported on Saturday. Continuar lendo

Líder rebelde morto na Líbia

O Muamar marcou um ponto com essa! Mas, é impressão minha ou só se consegue identificar lideranças rebeldes na Líbia depois que elas morrem?

Lendo a matéria da BBC, só não entendi o porquê da referência expressa a Portugal…

BBC NEWS – 28 July 2011 Last updated at 22:58 GMT

Gen Abdel Fattah Younes was an ally of Col Gaddafi for many years

The military commander of the Libyan rebels fighting to topple Col Muammar Gaddafi has been killed, the rebel National Transitional Council says.