Fallujah livre!

Notícia que chegou em boa hora: a cidade de Fallujah foi libertada das garras do Estado Islâmico. Cada vitória no guerra contra esses monstros deve ser celebrada! Não que o governo iraquiano seja muito gentil com seus cidadãos, mas qualquer coisa é melhor que estar sob o jugo do Daesh.

A guerra contra esses  facínoras está longe de acabar… ainda vai durar muito, para tristeza e desespero da população que vive sob a espada do ISIS ou é vítima dos conflitos no Iraque e na Síria. Diga-se de passagem, a responsabilidade do Ocidente, particularmente dos Estados Unidos, é grande nos dois casos: no Iraque, a coisa fugiu ao controle depois que George Walker Bush elegeu Saddam Hussein seu inimigo e resolveu apeá-lo do poder (às custas da destruição de um país inteiro); na Síria, o apoio de outro Hussein (o Barack Obama) a grupos insurgentes contra o (estável, ainda que tirano) regime de  Bashar al Assad, já ceifou centenas de milhares de vidas e gerou a maior crise de refugiados desde o fim II Guerra Mundial.

De toda maneira, o que conta agora é esmagar o Estado Islâmico. Se os ocidentais não conseguirem, espero que os russos sejam mais efetivos. E que essa corja seja riscada da face da terra…

Forças iraquianas anunciam libertação de Fallujah

DW, 26/06/2016

Militares afirmam terem recuperado último bairro ainda em poder do “Estado Islâmico”. Operação para reconquista começou em maio e obrigou 85 mil civis a deixarem a cidade.

Soldados iraquianos exibem bandeira do EI ao contrário em Falluja

As forças iraquianas anunciaram neste domingo (26/06) terem libertado totalmente Fallujah, uma cidade do oeste do Iraque nas mãos do grupo extremista “Estado Islâmico” (EI) desde janeiro de 2014.

 

Continuar lendo

Revenons à nos moutons

« De par le diable, vous bavez !
Eh ! Ne savez-vous revenir
Au sujet, sans entretenir
La cour de telle baveries ?
Sus, revenons à ces moutons !
Qu’en fut-il ?
»

La Farce de Maître Pathelin, 1485

 

Eu poderia apresentar a meus 8 (oito) leitores muitas desculpas por esses dez meses sem publicação em Frumentarius… Poderia dizer que o tempo se tornou escasso para escrever, que as atribuições do dia-a-dia me impediam de fazer os comentários com a regularidade que desejava… Poderia também dizer que a inspiração estava pouca (não estava), que os posts em minha página do Facebook eram suficientes (por falar nisso, já curtiu minha página no Facebook? – veja a lateral esquerda superior desta tela)… Mas tudo isso seria apenas e tão somente desculpa…

Portanto, em vez das escusas pelo tempo sem publicar, informo simplesmente que estou saindo (de maneira lenta, gradual e progressiva) dessa fase de recolhimento e logo teremos novos posts sobre “um pouco de tudo” de uma forma mais regular… Isso deve acontecer a partir de julho! Vejam que retomaremos a regularidade em julho, com ao menos três posts comentados por semana. Durante junho faremos apenas um “esquenta”!

Há muita coisa sobre o que refletir no mundo em constante transformação! Enquanto Frumentarius estava adormecido, o terrorismo se tornou um tema mais presente no imaginário dos europeus em razão dos ataques de Paris e Bruxelas. Tema mais presente e erroneamente associado às massas de refugiados que chegam à Europa fugindo de sua terra natal em busca de uma vida de paz… Obviamente, vamos comentar sobre isso e tentar remover véus sobre o mito dos “refugiados terroristas”.

Não é possível falar de terrorismo sem uma referência ao Estado Islâmico, que se tornou muito forte nos últimos dois anos (apesar das derrotas recentes para as forças de Assad – continuo achando que ruim com ele, muito pior sem ele – e da intervenção russa – ok, os ocidentais também fizeram intervenções importantes na Síria… fizeram???), chocando o mundo com barbaridades que deixariam roteiristas de Hollywood no chinelo… O ISIS trata-se realmente de organização que merece constante atenção dos serviços de segurança e inteligência pelo mundo…

Outro conflito que continuou foi o da Ucrânia, apesar das poucas atenções àquele lado do mundo… Afinal, aquilo é zona de influência russa, sendo temerário que os ocidentais queiram interferir naquelas terras. Diga-se de passagem, o Urso tem aumentado sua capacidade de atemorizar os países ocidentais… Impossivel falar de Rússia sem referência expressa a Puti… Putin continua lá, mandando como nunca. Gosto de Putin… Putin é KGB…

Eleições nos EUA também são tema corriqueiro! Nunca pensei que fosse torcer por um candidato do Partido Democrata, mas com o Pato Donald Trump sendo o ungido do Partido Republicano, chego à conclusão que passa da hora dos EUA terem Hillary Clinton na cadeira presidencial – Sanders nem com reza brava, por favor!

Tema que meus leitores sabem que muito me agrada é a atuação de Bob Filho no seu aterrorizante parque de diversões! O rato tem rugido, e isso gera instabilidade no Continente Asiático. Em tempo: recentemente ele foi confirmado como Líder Supremo da Coréia da Norte – mas como não fazê-lo com o sujeito que inventou o Ipad? 

E o Brasil? Bom, o Brasil merecerá muitos posts! O melhor foi o ocaso de Madame et caterva, pois o País não aguentava mais o desgoverno… Tenho esperança que nosso novo Presidente (volto a usar o “P”maiúsculo)! Di-lo-ei  (Ahá!) que lhe desejo muito êxito ao promover as mudanças que farão com que o Pais se recupere política, econômica e moralmente (afinal, precisamos recuperar valores morais acima de tudo!)… A equipe econômica é ótima, a equipe de governo também. O Presidente é homem inteligente e lúcido e conhece o Congresso, o que é fundamental neste modelo presidencialista fracassado – sim, porque continuo monarquista e tratarei disso também! 

Essas são apenas algumas palavras iniciais. Espero que possamos interagir mais, meus queridos leitores, e continuar conversando sobre “um pouco de tudo”! Avante!

20160511_191342-1.jpg

Moscou salva reputação de Obama

Estava para publicar essa notícia aqui desde quarta. Divirto-me com as manchetes da Voz da Rússia. Gostei muito desta que segue…

Reitero, Grande Potência é Grande Potência. E é muito interessante, para qualquer um que goste de relações internacionais, acompanhar como se dá esse jogo entre as Potências. Isso é alta política.

Pelo visto, os EUA perderam essa rodada. Gosto dos EUA. Mas também gosto de Putin. Putin é KGB.

Iniciativa de Moscou salva reputação de ObamaRússia, EUA, Síria

 © Colagem: Voz da Rússia

Depois da divulgação de provas irrefutáveis sobre a inocência de Assad relativamente ao ataque com armas químicas, Barack Obama foi obrigado a considerar a proposta da Rússia de as armas químicas sírias ficarem sob supervisão internacional. Obama declarou a sua intenção de aguardar os resultados da investigação da ONU e pediu ao Congresso para que este adie a sua votação. Mas ele mantém, contudo, a sua opinião que “um ataque contra a Síria é do interesse nacional dos EUA”. Isso foi afirmado por Obama no seu discurso aos americanos. Continuar lendo

Feliz Aniversário, Bashar!

Como já havia assinalado no post anterior, lembro que 11 de setembro é aniversário do líder sírio. A vida é feita de coincidências, diriam uns. Só espero, sinceramente, que os Estados Unidos não resolvam enviar um presente a Assad. Ninguém ganhará com isso e muitos perderão.

Assad aniversario

Exame.com – 11/09/2013 09:04

Assad celebra aniversário sem afastar perspectiva de ataque

O presidente sírio, Bashar al-Assad, completa 48 anos nesta quarta-feira sem ter conseguido afastar a perspectiva de ataques militares

Damasco – O presidente sírio, Bashar al-Assad, completa 48 anos nesta quarta-feira sem ter conseguido afastar a perspectiva de ataques militares, defendidos por Estados Unidos e França, que o acusam de ter utilizado armas químicas contra civis.

Um site pró-regime pediu aos moradores de Damasco que demonstrem apoio ao chefe Estado em um cortejo de veículos que partirá do bairro de Mazeh e prosseguirá até o centro da cidade. Continuar lendo

Rugidos do rato…

11 de setembro, entre outras coisas, é aniversário de Bashar Al-Assad.

Em meio à crise síria, uma manifestação do Extremo Oriente certamente fará Obama repensar suas ações na região… Depois dessa não há mais qualquer possibilidade de guerra… (Só que não…)

Kim Jong-un felicita Bashar Assad pelo seu 48º aniversário

A Voz da Rússia, 11/09/2013
 
Kim Jong-un felicita Bashar Assad pelo seu 48º aniversário

 

O povo da Coreia do Norte “continuará a apoiar e expressar solidariedade com o governo e o povo da Síria, que estão lutando, de modo justo, em defesa da soberania e da segurança do país”, diz-se em um telegrama de felicitações enviado hoje pelo presidente da Comissão de Defesa Nacional, Kim Jong-un, ao presidente sírio, Bashar al-Assad, por ocasião do seu aniversário.

O chefe de Estado sírio completa hoje 48 anos. O líder supremo da Coreia do Norte desejou-lhe “boa saúde e sucesso em seu importante trabalho”.

http://portuguese.ruvr.ru/news/2013_09_11/Kim-Jong-un-felicita-Bashar-Assad-pelo-seu-48-anivers-rio-1471/

Jogada de Mestre!

Apenas uma expressão para definir a última manobra russa na crise da Síria e diante da ameaça franco-estadunidense de atacar o país árabe: ‘”aula de Política Externa!”

Bem que podíamos aprender com Moscou como atua uma Grande Potência! Pazdravliayu, Tavarich Putin! Pazdravliayu, Tavarich Lavrov!

Russia Siria

RIA Novosti

Russia, Syria Back Call for International Control of Syrian Chemical Weapons

21:47 09/09/2013

Russia on Monday threw its backing behind a proposal that Syria’s chemical weapons be put under international control, leading Damascus to say it “welcomes the … initiative” if it would indeed help prevent a US strike on the war-torn country – a suggestion floated by Washington earlier in the day.

 MOSCOW, September 9 (RIA Novosti) – Russia on Monday threw its backing behind a proposal that Syria’s chemical weapons be put under international control, leading Damascus to say it “welcomes the … initiative” if it would indeed help prevent a US strike on the war-torn country – a suggestion floated by Washington earlier in the day.

Russian Foreign Minister Sergei Lavrov told reporters in Moscow that “if putting chemical weapons in that country [Syria] under international control would prevent strikes, we’re immediately beginning to work with Damascus,” and that a proposal had already been passed on to Syria’s Foreign Minister Walid Muallem. Lavrov and Muallem had met earlier on Monday, though it was not clear when or whether they discussed the proposal.

Muallem, in turn, said that Syria “welcomes the Russian initiative” and is “confident in the wisdom of the Russian leadership, which is trying to prevent American aggression against our people,” according to a Russian translation of the Arabic.

Earlier in the day, US Secretary of State John Kerry said Washington could refrain from attacking Syria if Damascus turns over “every single bit” of its chemical weapons to the international community within a week.

 However, a US State Department spokesperson later said Kerry was “making a rhetorical comment,” Reuters reported.

The text of the Russian proposal was not made public, but Lavrov said: “We are calling on the Syrian leadership not only to agree to the placement of chemical weapons storage sites under international control, but also to [their] eventual destruction, and to full accession to the Organization for the Prohibition of Chemical Weapons.”

The United States has accused the regime of Syrian President Bashar Assad of using chemical weapons against civilians.

Most recently, Syrian rebels said the Assad regime was behind an August 21 chemical attack in a Damascus suburb that killed between 355 and 1,700 people; the United States has backed that allegation and is contemplating a retaliatory attack on Syrian government targets.

Assad has said the use of chemical weapons was a provocation by the insurgents, a stance supported by Moscow.

Syria is one of five UN member states that have not signed the 1993 Chemical Weapons Convention outlawing chemical weapons. The other four are Angola, Egypt, North Korea and South Sudan. (Israel and Myanmar have signed but not ratified the convention.)

Forcas ocidentais ataque siria

Não provoquem o Urso…

putin_medvedev_0229Apenas para corroborar o que disse sobre o papel de Moscou na crise síria. Se os EUA realmente decidirem por derrubar o regime de Assad, terão que contar, no mínimo, com a simpatia russa… Porém, ao dizer que pretende consultar o Congresso, Obama poderia estar demonstrando que não tivera grandes êxitos em um contato de bastidores com o Kremlin… Será que Washington ousaria desencadear uma ação militar contra Damasco à revelia de Moscou? Sempre bom lembrar quem governa a Rússia…

RIA Novosti

US Strike on Syria Inadmissible, Even if ‘Limited’ – Moscow

03:39 31/08/2013
A military strike on Syria not sanctioned by the UN Security Council would be inadmissible no matter how “limited” it is, the Russian Foreign Ministry said on Friday.

 MOSCOW, August 31 (RIA Novosti) – A military strike on Syria not sanctioned by the UN Security Council would be inadmissible no matter how “limited” it is, the Russian Foreign Ministry said on Friday.

US President Barack Obama said earlier in the day that a potential military strike on Syria would be a “limited” operation aimed at punishing the Syrian government for achemical weapons attack it allegedly carried out last week.

“Any unilateral military sanction bypassing the UN Security Council, no matter how “limited” it is, will be a direct violation of the international law, [it will] undermine the possibility to solve the conflict in Syria by political and diplomatic means, [and] bring about a new round of confrontation and casualties,” Russian Foreign Ministry Spokesman Alexander Lukashevich said in a statement late on Friday. Continuar lendo

Apocalipse Now… in Syria

assad_obamaMuita gente tem-me perguntado sobre a crise na Síria e a provável intervenção estadunidense no país do Oriente Médio. Desde que começou o Levante (como sempre chamei a tal da “Primavera Árabe”), há dois anos, tenho dito que a Síria é muito distinta dos demais Estados que passaram pelas revoltas populares, seja a Líbia de Kadafi, seja o Egito de Mubarack… Tanto por sua posição geográfica, quanto pelas características do regime e de seu líder, ou ainda pelos seus estreitos vínculos com grandes potências como Rússia e China e aliados como o Irã e o Hesbollah, o caso sírio é bem mais complexo do que muitos “experts” têm dito.

Assad_quadroNestes dois anos tenho assinalado que Bashar Hafez-al-Assad não é um simples ditadorzinho de país em desenvolvimento, e que dificilmente deixaria a Presidência da Síria pelas manifestações da oposição. Assad estaria mais para déspota esclarecido.  Seu pai assumiu o poder na Síria quanto ele tinha cinco anos de idade – natural que desde cedo já houvesse a possibilidade de ser preparado para uma sucessão. Estudou em Londres, conhece o Ocidente, e muito distante está de um líder beduíno que ocupa o palácio de dia e à noite vai para sua tenda, ou de um coronel que herda o poder de outros coronéis. É, verdadeiramente, uma liderança em seu país e conta com apoio de parte da população.

Ademais, contra Assad se rebelaram grupos distintos, inclusive alguns associados à Al-Qaeda. Ou seja, ele é, ao menos, a opção conhecida no governo do país. Difícil identificar quem poderia assumir o poder em seu lugar ou mesmo se os rebeldes não continuariam a luta fratricida, permanecendo a instabilidade.

assad putin Também desde cedo assinalo que qualquer investida militar contra a Síria teria que contar com a aquiescência de Moscou. O país é área de influência russa – vale lembra que a maior base naval russa em águas quentes é na Síria – e está muito próximo do território da antiga União Soviética para que Putin deixe de acompanhar muito de perto e com grande interesse os acontecimentos e muito menos uma ação militar ocidental. Tenho comentado, ainda, que Assad cairá quando perder o apoio de Moscou.

Falando ainda da Rússia, interessante tem sido a orientação do Kremlin na crise. Sempre manteve o apoio a Damasco, apoio esse que se evidenciou nas últimas declarações sobre os ataques com armas químicas e nas intervenções no Conselho de Segurança da ONU. Nesse ponto, conta com o apoio de Pequim que, no mínimo, não tem interesse em ver aumentada a influência ocidental na região.

Note-se, além disso, que a relação entre Washington e Moscou tem-se mostrado mais tensa nos últimos meses. Algumas vezes se falou sobre uma nova Guerra Fria (ao menos em certos discursos do Governo russo isso foi expressado). O caso Snowden contribuiu para o aumento da tensão, inclusive com o cancelamento de reuniões de cúpula entre Obama e Putin. Os russos aumentaram a presença na Síria e continuam fornecendo armas a Assad. O recado de Moscou, claro desde sempre, mas somente agora percebido por muitos “especialistas” é: “não brinquem no meu quintal sem me consultar”.

syria protest1Entretanto, apesar dos avisos, Obama parece particularmente interessado em uma ação militar contra a Síria e em tirar Assad do poder – ou isso, ou tem-se aí um grande blefe por parte de Washington! E o pior é que encontra resistência em casa, e também entre seus aliados tradicionais. David Cameron, por exemplo, já retrocedeu na ideia de tomar parte diretamente na intervenção na Síria. Até mesmo Israel não se mostra entusiasmado com os tambores de guerra – claro! além do primeiro alvo de contra-ataques, os israelenses já conhecem (e bem) o atual governo Sírio e seu líder, e temem quem poderia sucedê-lo (no Egito, como também já havia assinalado aqui neste site, a experiência não foi das mais felizes).

Bom, alguns diriam, a intervenção militar conta com o apoio de Hollande… Do social-democrata Hollande? Do líder forte e altivo Hollande? Alguém pode me dizer quantas guerras a França venceu nos últimos 150 anos?

Mas, e se os EUA, contrariando seus principais aliados, desafiando Moscou e Pequim, e provocando Teerã, resolverem atacar a Síria? Bom, um conflito tradicional, como na invasão do Iraque, acho improvável. O país sofrerá ataques aéreos e aumentar-se-á o apoio aos rebeldes, mas não acho que Obama arriscaria mandar soldados estadunidenses para este novo teatro de operações. Se, contra todas as expectativas, assim o fizer, pode correr o risco de encarar o que dois democratas que o antecederam tiveram que enfrentar quando decidiram por incursões militares na Ásia – a total surpresa e o desgaste com um conflito prolongado. Falo de Truman na Coréia e Lindon Johnson no Vietnã.

Uma característica da guerra – e qualquer polemólogo iniciante sabe disso – é que se conhece muito bem como ela começa, mas como terminará é sempre uma incógnita. No caso da Síria, se os russos mantiverem o apoio a Assad, o conflito pode se prorrogar… E, havendo a intervenção por terra, será que poderia ocorrer uma nova Coréia (com soldados iranianos e libaneses combatendo ao lado dos sírios) ou um novo Vietnã? Interrompo aqui minhas reflexões para pensar um pouco mais…

Diante de todo esse cenário, a única certeza é que uma intervenção militar estadunidense na Síria será a pior das possibilidades. Mas Obama deve saber disso. Truman e Lindon Johnson também deviam sabê-lo, não?

russia-china-veto-against-us-intervention-in-syria1.1

Russos evacuam seus nacionais da Síria

Notícia nada boa para o regime de Assad. Moscou começa a dar sinais de que o fim pode estar próximo…

Russos evacuados da Siria

Russia Evacuates More Nationals from Syria

RIANOVOSTI – 01:36 20/02/2013
A Russian Emergencies Ministry aircraft has evacuated more Russians and nationals of other former Soviet republics from war-stricken Syria, the ministry reported Wednesday.

MOSCOW, February 20 (RIA Novosti) – A Russian Emergencies Ministry aircraft has evacuated more Russians and nationals of other former Soviet republics from war-stricken Syria, the ministry reported Wednesday.

“An [Ilyushin] Il-62 [Classic] plane has landed in Moscow’s Domodedovo Airport,” a ministry spokesman told RIA Novosti.

“There are 99 people on board, 29 women and 38 children among them,” he said. Continuar lendo

Plano de Paz para a Síria… a perspectiva russa

E já que o assunto deste dia de reis é a Síria, vejam, meus queridos 9 leitores, como a Ria Novosti noticiou sobre o plano de paz proposto por Assad! Pois é, o Presidente da Síria continua com as costas quentes…

Syrian President Announces Peace Plan to Resolve Crisis

Protests in Syria

RIA NOVOSTI – 15:25 06/01/2013

BEIRUT, January 6 (RIA Novosti) – Syrian President Bashar al-Assad has proposed a plan to resolve the country’s crisis which includes a national reconciliation conference, the formation of a new government and an amnesty.

“The first stage of a political solution would require that regional powers stop funding terrorists. The second stage will be calling a government conference on a national dialogue. The third stage will be the formation of a new government and declaration of an amnesty,” Assad said in a speech at the opera house in central Damascus. Continuar lendo

Plano de paz para a Síria…

Syria's President Bashar al-Assad speaks at the Opera House in DamascusAlguém lembra que a Síria está em guerra civil? Pelo visto, o assunto deixou de ser interessante para a mídia ocidental (ou ao menos para a brasileira). Afinal, Assad está demorando muito para cair e as notícias sobre o confronto no país já viraram rotina…

Como disse desde o início, Assad não é Mubarak, tampouco Saddam Hussein e, muito menos Kadafi (saudade do cross-dressing de Trípoli). Apesar de já estar cambaleando, ainda consegue se sustentar graças a apoio de algumas (grandes) potências e, naturalmente, de um segmento importante da população síria. E, como lembro sempre, ruim com Assad, muito pior sem ele…

Assad “peace plan” greeted with scorn by foes

Reuters.com, 6JAN2013, 5:04pm EST – By Peter Graff and Erika Solomon

BEIRUT (Reuters) – Syrian President Bashar al-Assad rejected peace talks with his enemies on Sunday in a defiant speech that his opponents described as a renewed declaration of war.

Although the speech was billed as the unveiling of a new peace plan, Assad offered no concessions and even appeared to harden many of his positions. He rallied Syrians for “a war to defend the nation” and disparaged the prospect of negotiations. Continuar lendo

Síria X Turquia

Para se começar a entender a real dimensão da crise, convém lembrar que a Turquia tem o apoio da OTAN (o país é membro da aliança desde 1952), enquanto a Síria encontra-se na esfera de influência russa e é apoiada pelos iranianos. Ou seja, nada é simples por ali…

Turkey warns Syria more strikes would be fatal mistake

Reuters, 05OUT2012 – 4:39pm EDT

ISTANBUL (Reuters) – Turkey’s prime minister said on Friday his country did not want war but warned Syria not to make a “fatal mistake” by testing its resolve, and its army retaliated for a third day running after more mortar rounds from Syria landed on its soil.

In a belligerent speech to a crowd in Istanbul, Turkish Prime Minister Tayyip Erdogan warned Syrian President Bashar al-Assad that Turkey would not shy away from war if provoked. Continuar lendo

Ainda sobre o rompimento de relações entre o Canadá e o Irã

Segue a nota do Ministério das Relações Exteriores do Canadá sobre o rompimento de relações com Teerã. Achei forte a assertiva canadense de que o governo do Irã é “atualmente a mais significativa ameaça à paz global à segurança no mundo”.

Uma das preocupações referentes à presente situação é com eventuais ataques terroristas em solo canadense outra contra embaixadas e cidadãos daquele país. A coisa não está boa…

Canada Closes Embassy in Iran, Expels Iranian Diplomats from Canada

September 7, 2012 – Foreign Affairs Minister John Baird today issued the following statement:

“Canada has closed its embassy in Iran, effective immediately, and declared personae non gratae all remaining Iranian diplomats in Canada.

“Canada’s position on the regime in Iran is well known. Canada views the Government of Iran as the most significant threat to global peace and security in the world today. Continuar lendo

EUA esperam que Rússia rompa com Assad… Esperem sentados, tá?!?

Matéria publicada pela Ria Novosti no último dia 30… Parece notícia da época da Guerra Fria… E deve ser mesmo! A negociação terá que ser muito boa para fazer os russos (e os chineses – o velho Kissinger tinha razão!) assumirem uma nova posição frente ao regime de Assad. Ademais, a Síria está perto demais da Rússia para simplesmente sair de sua esfera de influência. Até o momento, a única maneira que vejo de Assad cair por um acordo é encontrarem alguém de confiança de Moscou para substituí-lo. Ou seja, se Assad cair é porque o Kremlin o derrubou (e terá colocado um homem seu no lugar dele)… E, reitero, ainda têm que negociar com os chineses também!

RIA Novosti

United States Expects Russia to ‘Break with Assad’

02:37 30/08/2012

The United States would like Russia to clearly state that it will stop supplying Syrian President Bashar al-Assad’s regime with weapons, a spokeswoman for the U.S. State Department said in a statement on Wednesday. Continuar lendo

Um ataque árabe à Síria não é opção… ainda!

Publicado hoje pela Ria Novosti… Apesar das palavras do novo enviado da ONU para a Síria, três aspectos da matéria chamam a atenção:

1) Foi matéria de “primeira página” no meio russo, o que significa que Moscou continua de olho na situação. As autoridades russas têm repetido esse mantra de oposição a qualquer medida de força de potências externas contra o regime de Assad. E, repetirei sempre, enquanto tiver o apoio do Kremlin (e dos chineses), Assad permanece no poder. O problema é até quando a Rússia seguirá com essa posição.

2) A experiência tem demonstrado que é bom ficar desconfiado desse tipo de discurso demasiadamente eloqüente, do tipo “impossível, não é opção, inaceitável”. Geralmente, quando uma autoridade do porte de Brahimi diz isso, a interpretação pode ser “estamos prontos para atacar a Síria… falta só dobrar os russos”.

3) Ainda não apareceu liderança com capacidade de substituir Assad… E a Síria fica numa região bem mais estratégica e sensível que a Líbia para simplesmente derrubarem o homem (como fizeram com Kadafi) e colocarem “não-sei-quem” no lugar dele. Isso sem falar dos arsenais de armas químicas em poder dos sírios e da proximidade com Iraque, Turquia e, obviamente, Israel. O que estou dizendo é que ao menos Assad se conhece…

De toda maneira, o conflito já segue por muito tempo e, pelo visto, Assad está conseguindo lidar bem com a situação (da maneira dele, claro). Mas que a pressão externa é significativa, ah isso é! Continuamos de olho…

RIA Novosti

Arab Invasion in Syria ‘Not an Option’ – UN Envoy

18:20 02/09/2012

A military intervention in Syria by Arab forces is not on the cards, Lakhdar Brahimi, United Nations’ new envoy to the war-torn country, said on Sunday.

“A military interference in Syria means failure of diplomatic efforts,” Brahimi said in an interview to Al Arabiya television. Continuar lendo

O que fazer para convencer os russos?

Quando os russos retirarem seu apoio a Damasco, Assad cai. Isso é fato. O que ainda não está claro, porém, é o que Moscou vai querer das Potências Ocidentais em troca. Claro que Putin vai retirar o apoio a Assad… desde que a Rússia ganhe alguma coisa com isso. É assim que funciona a política internacional, simples simples…

Der Spiegel online – 05/31/2012 12:44 PM

Outrage over Houla Massacre: Merkel and Hollande to Challenge Russia over Syria

 By Benjamin Bidder  in Moscow

Vladimir Putin was hoping to address mainly economic issues when he visits Berlin and Paris on Friday. But the recent massacre in Houla will give the ongoing Syrian conflict a prominent place on the agenda. Russia’s president continues to resist efforts to counter the Assad regime, but the pressure on him is mounting. Continuar lendo

Começa o cessar-fogo na Síria

Tudo bem… Mas até quando? De toda maneira, pode ser uma boa alternativa para o mundo deixar de olhar para a Síria, de modo que a opinião pública das democracias ocidentais deixe de cobrar de seus governantes medidas mais enérgicas… Bom para o Assad…  Bom para campanha do Sarkô… Bom para a campanha do Obama… Bom para todo mundo? E vai ser assim até quando mesmo?

12 April 2012 Last updated at 03:03 GMT
Still of Syrian tanks in Homs from activist video uploaded to YouTube 9 April 

A ceasefire for Syria proposed by UN-Arab League envoy Kofi Annan has come into force, but Western countries have publicly doubted Syria’s willingness to stick to it.

On Wednesday, Syria said it would abide by the ceasefire but reserved the right to respond to attacks. Continuar lendo

Rússia começa a se afastar de Assad…

As críticas de Lavrov ao regime de Assad podem ser um sinal de que os russos estão conseguindo (já conseguiram) alguma coisa dos ocidentais em troca da cabeça do líder sírio. Claro que alguns poderiam dizer que é apenas uma manobra diversionista dos russos, mas me parece mais um sinal de que, em breve, o regime de Damasco estará sem o apoio mais contundente de seu maior aliado.

O problema da deposição de Assad é quem ficará em seu lugar. A instabilidade aumentará na região, isso é fato. Preocupa-me, particularmente, o que acontecerá com os arsenais químicos sírios. E mudanças na Síria podem deixar os iranianos ainda mais acuados.

As nuvens continuam escuras por lá.

Russia says Syrian leadership made “many mistakes”

Reuters, 20MAR2012, 3:38pm EDT

By Steve Gutterman

MOSCOW (Reuters) – Syria’s leadership has made “very many mistakes” that have aggravated the crisis, Russian Foreign Minister Sergei Lavrov said in remarks broadcast on Tuesday, seeking to distance Moscow from President Bashar al-Assad amid a diplomatic push for peace.

Lavrov’s comments were some of Russia’s toughest criticism of Damascus in a year of bloodshed, but he also took aim at the West and reiterated Russia’s position that Assad’s exit must not be a precondition for a solution to the crisis. Continuar lendo

Os riscos de uma intervenção na Síria

Enquanto determinados grupos clamam por uma intervenção dos EUA e seus aliados contra o regime de Assad, o NY Times de ontem publicou matéria sobre os riscos desse tipo de ação. Repetirei pela enésima vez (mesmo porque alguns dos meus oito leitores podem ter deixado passar os comentários anteriores…) que a Síria não é a Líbia. O buraco ali é muito mais embaixo. Além disso, antes de qualquer coisa, como diria Garrincha, “tem que combinar com os russos”…

NY Times, March 11, 2012

Military Points to Risks of a Syrian Intervention

By 

WASHINGTON — Despite growing calls for the United States to help stop the bloodshed in Syria, senior Pentagon officials are stepping up their warnings that military intervention would be a daunting and protracted operation, requiring at least weeks of exclusively American airstrikes, with the potential for killing vast numbers of civilians and plunging the country closer to civil war. Continuar lendo

Os EUA e as armas de destruição em massa da Síria

Artigo muito interessante sobre a preocupação do Departamento de Estado dos EUA com o destino das armas de destruição em massa [ADM (ou WMD em inglês)] sírias após um eventual colapso do regime de Assad. A Síria teria um arsenal de armas químicas que, caindo em mãos erradas, levaria a conseqüências bastante nefastas. Pelo menos com Assad sabe-se que estão seguras…

Chama a atenção como o Governo dos EUA lidam com um país árabe sob um regime forte e que tem comprovadamente  ADMs… Parece ser bem diferente do discurso de uma década passada com relação ao Iraque. Talvez porque o Iraque de Saddam Hussein não tivesse ADMs…

Foreign Policy -Posted By Josh Rogin 
Friday, February 24, 2012 – 3:03 PM 

The State Department has begun coordinating with Syria’s neighbors to prepare for the handling of President Bashar al-Assad’s extensive weapons of mass destruction if and when his regime collapses, The Cable has learned. Continuar lendo