Fallujah livre!

Notícia que chegou em boa hora: a cidade de Fallujah foi libertada das garras do Estado Islâmico. Cada vitória no guerra contra esses monstros deve ser celebrada! Não que o governo iraquiano seja muito gentil com seus cidadãos, mas qualquer coisa é melhor que estar sob o jugo do Daesh.

A guerra contra esses  facínoras está longe de acabar… ainda vai durar muito, para tristeza e desespero da população que vive sob a espada do ISIS ou é vítima dos conflitos no Iraque e na Síria. Diga-se de passagem, a responsabilidade do Ocidente, particularmente dos Estados Unidos, é grande nos dois casos: no Iraque, a coisa fugiu ao controle depois que George Walker Bush elegeu Saddam Hussein seu inimigo e resolveu apeá-lo do poder (às custas da destruição de um país inteiro); na Síria, o apoio de outro Hussein (o Barack Obama) a grupos insurgentes contra o (estável, ainda que tirano) regime de  Bashar al Assad, já ceifou centenas de milhares de vidas e gerou a maior crise de refugiados desde o fim II Guerra Mundial.

De toda maneira, o que conta agora é esmagar o Estado Islâmico. Se os ocidentais não conseguirem, espero que os russos sejam mais efetivos. E que essa corja seja riscada da face da terra…

Forças iraquianas anunciam libertação de Fallujah

DW, 26/06/2016

Militares afirmam terem recuperado último bairro ainda em poder do “Estado Islâmico”. Operação para reconquista começou em maio e obrigou 85 mil civis a deixarem a cidade.

Soldados iraquianos exibem bandeira do EI ao contrário em Falluja

As forças iraquianas anunciaram neste domingo (26/06) terem libertado totalmente Fallujah, uma cidade do oeste do Iraque nas mãos do grupo extremista “Estado Islâmico” (EI) desde janeiro de 2014.

 

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Revenons à nos moutons

« De par le diable, vous bavez !
Eh ! Ne savez-vous revenir
Au sujet, sans entretenir
La cour de telle baveries ?
Sus, revenons à ces moutons !
Qu’en fut-il ?
»

La Farce de Maître Pathelin, 1485

 

Eu poderia apresentar a meus 8 (oito) leitores muitas desculpas por esses dez meses sem publicação em Frumentarius… Poderia dizer que o tempo se tornou escasso para escrever, que as atribuições do dia-a-dia me impediam de fazer os comentários com a regularidade que desejava… Poderia também dizer que a inspiração estava pouca (não estava), que os posts em minha página do Facebook eram suficientes (por falar nisso, já curtiu minha página no Facebook? – veja a lateral esquerda superior desta tela)… Mas tudo isso seria apenas e tão somente desculpa…

Portanto, em vez das escusas pelo tempo sem publicar, informo simplesmente que estou saindo (de maneira lenta, gradual e progressiva) dessa fase de recolhimento e logo teremos novos posts sobre “um pouco de tudo” de uma forma mais regular… Isso deve acontecer a partir de julho! Vejam que retomaremos a regularidade em julho, com ao menos três posts comentados por semana. Durante junho faremos apenas um “esquenta”!

Há muita coisa sobre o que refletir no mundo em constante transformação! Enquanto Frumentarius estava adormecido, o terrorismo se tornou um tema mais presente no imaginário dos europeus em razão dos ataques de Paris e Bruxelas. Tema mais presente e erroneamente associado às massas de refugiados que chegam à Europa fugindo de sua terra natal em busca de uma vida de paz… Obviamente, vamos comentar sobre isso e tentar remover véus sobre o mito dos “refugiados terroristas”.

Não é possível falar de terrorismo sem uma referência ao Estado Islâmico, que se tornou muito forte nos últimos dois anos (apesar das derrotas recentes para as forças de Assad – continuo achando que ruim com ele, muito pior sem ele – e da intervenção russa – ok, os ocidentais também fizeram intervenções importantes na Síria… fizeram???), chocando o mundo com barbaridades que deixariam roteiristas de Hollywood no chinelo… O ISIS trata-se realmente de organização que merece constante atenção dos serviços de segurança e inteligência pelo mundo…

Outro conflito que continuou foi o da Ucrânia, apesar das poucas atenções àquele lado do mundo… Afinal, aquilo é zona de influência russa, sendo temerário que os ocidentais queiram interferir naquelas terras. Diga-se de passagem, o Urso tem aumentado sua capacidade de atemorizar os países ocidentais… Impossivel falar de Rússia sem referência expressa a Puti… Putin continua lá, mandando como nunca. Gosto de Putin… Putin é KGB…

Eleições nos EUA também são tema corriqueiro! Nunca pensei que fosse torcer por um candidato do Partido Democrata, mas com o Pato Donald Trump sendo o ungido do Partido Republicano, chego à conclusão que passa da hora dos EUA terem Hillary Clinton na cadeira presidencial – Sanders nem com reza brava, por favor!

Tema que meus leitores sabem que muito me agrada é a atuação de Bob Filho no seu aterrorizante parque de diversões! O rato tem rugido, e isso gera instabilidade no Continente Asiático. Em tempo: recentemente ele foi confirmado como Líder Supremo da Coréia da Norte – mas como não fazê-lo com o sujeito que inventou o Ipad? 

E o Brasil? Bom, o Brasil merecerá muitos posts! O melhor foi o ocaso de Madame et caterva, pois o País não aguentava mais o desgoverno… Tenho esperança que nosso novo Presidente (volto a usar o “P”maiúsculo)! Di-lo-ei  (Ahá!) que lhe desejo muito êxito ao promover as mudanças que farão com que o Pais se recupere política, econômica e moralmente (afinal, precisamos recuperar valores morais acima de tudo!)… A equipe econômica é ótima, a equipe de governo também. O Presidente é homem inteligente e lúcido e conhece o Congresso, o que é fundamental neste modelo presidencialista fracassado – sim, porque continuo monarquista e tratarei disso também! 

Essas são apenas algumas palavras iniciais. Espero que possamos interagir mais, meus queridos leitores, e continuar conversando sobre “um pouco de tudo”! Avante!

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De volta…

Depois de cerca de dois meses inativo aqui no site (exatamente devido aos inúmeros compromissos do mundo real), estamos de volta para comentar sobre “um pouco de tudo”! Sei que não é positivo ficar tanto tempo sem escrever em Frumentarius, e que isso provoca redução no número de leitores [não tenho como calcular, mas talvez se tenha reduzido pela metade… de toda maneira, ainda se mantêm 4 ou 5 de nossos caríssimos e fiéis leitores! (+ a NSA e o Obama)]…

Vamos ver se consigo retomar o ritmo de outrora! Afinal, o mundo continua interessante de ser comentado! Em termos internacionais, voltaremos a tratar da Síria (pois é, ainda está lá, sabiam?), da Venezuela surreal, das relações entre grandes potências, como a Mãe Rússia e seu Czar (gosto do Putin; Putin é KGB), das desventuras de seu colega menos poderoso (hehehehe) em tentar justificar a espionagem contra outros líderes mundiais, e os problemas dos BRICS…

Apesar de não tratar de política interna, também pretendo trazer alguns comentários sobre a maneira como Pindorama é impulsionado para o fundo do poço (Gramsci explica) e, expressamente, sobre o descaso com que nossa Defesa, nossa Segurança e, sobretudo, nossa Inteligência são tratadas por aqueles que deveriam gerir a coisa pública.

E, claro, retomaremos nossos posts sobre assuntos tremendamente interessantes e positivos, como a causa monárquica, as descobertas da ciência e a História mundial e do Brasil. 

Agradecendo novamente a minha querida mamãe (que me garantiu, provavelmente, 80% dos cerca de 150 acessos diários nesses meses parado) e ao conjunto dos meus queridos 6 leitores, retomo as atividades de Frumentarius! Avante!

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Moscou salva reputação de Obama

Estava para publicar essa notícia aqui desde quarta. Divirto-me com as manchetes da Voz da Rússia. Gostei muito desta que segue…

Reitero, Grande Potência é Grande Potência. E é muito interessante, para qualquer um que goste de relações internacionais, acompanhar como se dá esse jogo entre as Potências. Isso é alta política.

Pelo visto, os EUA perderam essa rodada. Gosto dos EUA. Mas também gosto de Putin. Putin é KGB.

Iniciativa de Moscou salva reputação de ObamaRússia, EUA, Síria

 © Colagem: Voz da Rússia

Depois da divulgação de provas irrefutáveis sobre a inocência de Assad relativamente ao ataque com armas químicas, Barack Obama foi obrigado a considerar a proposta da Rússia de as armas químicas sírias ficarem sob supervisão internacional. Obama declarou a sua intenção de aguardar os resultados da investigação da ONU e pediu ao Congresso para que este adie a sua votação. Mas ele mantém, contudo, a sua opinião que “um ataque contra a Síria é do interesse nacional dos EUA”. Isso foi afirmado por Obama no seu discurso aos americanos. Continuar lendo

Feliz Aniversário, Bashar!

Como já havia assinalado no post anterior, lembro que 11 de setembro é aniversário do líder sírio. A vida é feita de coincidências, diriam uns. Só espero, sinceramente, que os Estados Unidos não resolvam enviar um presente a Assad. Ninguém ganhará com isso e muitos perderão.

Assad aniversario

Exame.com – 11/09/2013 09:04

Assad celebra aniversário sem afastar perspectiva de ataque

O presidente sírio, Bashar al-Assad, completa 48 anos nesta quarta-feira sem ter conseguido afastar a perspectiva de ataques militares

Damasco – O presidente sírio, Bashar al-Assad, completa 48 anos nesta quarta-feira sem ter conseguido afastar a perspectiva de ataques militares, defendidos por Estados Unidos e França, que o acusam de ter utilizado armas químicas contra civis.

Um site pró-regime pediu aos moradores de Damasco que demonstrem apoio ao chefe Estado em um cortejo de veículos que partirá do bairro de Mazeh e prosseguirá até o centro da cidade. Continuar lendo

Rugidos do rato…

11 de setembro, entre outras coisas, é aniversário de Bashar Al-Assad.

Em meio à crise síria, uma manifestação do Extremo Oriente certamente fará Obama repensar suas ações na região… Depois dessa não há mais qualquer possibilidade de guerra… (Só que não…)

Kim Jong-un felicita Bashar Assad pelo seu 48º aniversário

A Voz da Rússia, 11/09/2013
 
Kim Jong-un felicita Bashar Assad pelo seu 48º aniversário

 

O povo da Coreia do Norte “continuará a apoiar e expressar solidariedade com o governo e o povo da Síria, que estão lutando, de modo justo, em defesa da soberania e da segurança do país”, diz-se em um telegrama de felicitações enviado hoje pelo presidente da Comissão de Defesa Nacional, Kim Jong-un, ao presidente sírio, Bashar al-Assad, por ocasião do seu aniversário.

O chefe de Estado sírio completa hoje 48 anos. O líder supremo da Coreia do Norte desejou-lhe “boa saúde e sucesso em seu importante trabalho”.

http://portuguese.ruvr.ru/news/2013_09_11/Kim-Jong-un-felicita-Bashar-Assad-pelo-seu-48-anivers-rio-1471/

Jogada de Mestre!

Apenas uma expressão para definir a última manobra russa na crise da Síria e diante da ameaça franco-estadunidense de atacar o país árabe: ‘”aula de Política Externa!”

Bem que podíamos aprender com Moscou como atua uma Grande Potência! Pazdravliayu, Tavarich Putin! Pazdravliayu, Tavarich Lavrov!

Russia Siria

RIA Novosti

Russia, Syria Back Call for International Control of Syrian Chemical Weapons

21:47 09/09/2013

Russia on Monday threw its backing behind a proposal that Syria’s chemical weapons be put under international control, leading Damascus to say it “welcomes the … initiative” if it would indeed help prevent a US strike on the war-torn country – a suggestion floated by Washington earlier in the day.

 MOSCOW, September 9 (RIA Novosti) – Russia on Monday threw its backing behind a proposal that Syria’s chemical weapons be put under international control, leading Damascus to say it “welcomes the … initiative” if it would indeed help prevent a US strike on the war-torn country – a suggestion floated by Washington earlier in the day.

Russian Foreign Minister Sergei Lavrov told reporters in Moscow that “if putting chemical weapons in that country [Syria] under international control would prevent strikes, we’re immediately beginning to work with Damascus,” and that a proposal had already been passed on to Syria’s Foreign Minister Walid Muallem. Lavrov and Muallem had met earlier on Monday, though it was not clear when or whether they discussed the proposal.

Muallem, in turn, said that Syria “welcomes the Russian initiative” and is “confident in the wisdom of the Russian leadership, which is trying to prevent American aggression against our people,” according to a Russian translation of the Arabic.

Earlier in the day, US Secretary of State John Kerry said Washington could refrain from attacking Syria if Damascus turns over “every single bit” of its chemical weapons to the international community within a week.

 However, a US State Department spokesperson later said Kerry was “making a rhetorical comment,” Reuters reported.

The text of the Russian proposal was not made public, but Lavrov said: “We are calling on the Syrian leadership not only to agree to the placement of chemical weapons storage sites under international control, but also to [their] eventual destruction, and to full accession to the Organization for the Prohibition of Chemical Weapons.”

The United States has accused the regime of Syrian President Bashar Assad of using chemical weapons against civilians.

Most recently, Syrian rebels said the Assad regime was behind an August 21 chemical attack in a Damascus suburb that killed between 355 and 1,700 people; the United States has backed that allegation and is contemplating a retaliatory attack on Syrian government targets.

Assad has said the use of chemical weapons was a provocation by the insurgents, a stance supported by Moscow.

Syria is one of five UN member states that have not signed the 1993 Chemical Weapons Convention outlawing chemical weapons. The other four are Angola, Egypt, North Korea and South Sudan. (Israel and Myanmar have signed but not ratified the convention.)

Forcas ocidentais ataque siria

Razões para a guerra…

Depois da brilhante jogada russa no tabuleiro global envolvendo a questão síria (os dirigentes de Moscou estão-se revelando grandes estrategistas!), o Presidente Obama parece continuar buscar motivos para derrubar o regime de Assad. Isso não é nada bom… Ainda tentando entender o ímpeto do Mandatário estadunidense para desencadear o conflito…

De toda maneira, seria no mínimo irônico um presidente dos Estados Unidos com nome muçulmano e ganhador do Nobel da Paz (lembram disso?) desencadear uma ofensiva militar contra um país árabe por volta do 11 de setembro… Pergunto-me o que George W. Bush estaria pensando disso tudo…

Continuo sem a convicção de que o ataque com armas químicas (se realmente aconteceu) se deu a mando de Assad…

Obama_discurso_Siria

RIA Novosti

Obama Argues for Force in Syria, Says Russian Plan Still in Play

07:28 11/09/2013

In a nationwide televised address Tuesday night, US President Barack Obama argued for a punitive military strike against Syria over its alleged use of chemical weapons, though he said he is working with Russia on a proposal to defuse the situation by securing Syria’s chemical weapons stockpiles.

 WASHINGTON, September 10 (RIA Novosti) – In a nationwide televised address Tuesday night, US President Barack Obama argued for a punitive military strike against Syria over its alleged use of chemical weapons, though he said he is working with Russia on a proposal to defuse the situation by securing Syria’s chemical weapons stockpiles.

“If we fail to act, the Assad regime will see no reason to stop using chemical weapons,” Obama said in his 15-minute speech from the ornate East Room of the White House. “As the ban against these weapons erodes, other tyrants will have no reason to think twice about acquiring poison gas and using them.” Continuar lendo

Não provoquem o Urso…

putin_medvedev_0229Apenas para corroborar o que disse sobre o papel de Moscou na crise síria. Se os EUA realmente decidirem por derrubar o regime de Assad, terão que contar, no mínimo, com a simpatia russa… Porém, ao dizer que pretende consultar o Congresso, Obama poderia estar demonstrando que não tivera grandes êxitos em um contato de bastidores com o Kremlin… Será que Washington ousaria desencadear uma ação militar contra Damasco à revelia de Moscou? Sempre bom lembrar quem governa a Rússia…

RIA Novosti

US Strike on Syria Inadmissible, Even if ‘Limited’ – Moscow

03:39 31/08/2013
A military strike on Syria not sanctioned by the UN Security Council would be inadmissible no matter how “limited” it is, the Russian Foreign Ministry said on Friday.

 MOSCOW, August 31 (RIA Novosti) – A military strike on Syria not sanctioned by the UN Security Council would be inadmissible no matter how “limited” it is, the Russian Foreign Ministry said on Friday.

US President Barack Obama said earlier in the day that a potential military strike on Syria would be a “limited” operation aimed at punishing the Syrian government for achemical weapons attack it allegedly carried out last week.

“Any unilateral military sanction bypassing the UN Security Council, no matter how “limited” it is, will be a direct violation of the international law, [it will] undermine the possibility to solve the conflict in Syria by political and diplomatic means, [and] bring about a new round of confrontation and casualties,” Russian Foreign Ministry Spokesman Alexander Lukashevich said in a statement late on Friday. Continuar lendo

Apocalipse Now… in Syria

assad_obamaMuita gente tem-me perguntado sobre a crise na Síria e a provável intervenção estadunidense no país do Oriente Médio. Desde que começou o Levante (como sempre chamei a tal da “Primavera Árabe”), há dois anos, tenho dito que a Síria é muito distinta dos demais Estados que passaram pelas revoltas populares, seja a Líbia de Kadafi, seja o Egito de Mubarack… Tanto por sua posição geográfica, quanto pelas características do regime e de seu líder, ou ainda pelos seus estreitos vínculos com grandes potências como Rússia e China e aliados como o Irã e o Hesbollah, o caso sírio é bem mais complexo do que muitos “experts” têm dito.

Assad_quadroNestes dois anos tenho assinalado que Bashar Hafez-al-Assad não é um simples ditadorzinho de país em desenvolvimento, e que dificilmente deixaria a Presidência da Síria pelas manifestações da oposição. Assad estaria mais para déspota esclarecido.  Seu pai assumiu o poder na Síria quanto ele tinha cinco anos de idade – natural que desde cedo já houvesse a possibilidade de ser preparado para uma sucessão. Estudou em Londres, conhece o Ocidente, e muito distante está de um líder beduíno que ocupa o palácio de dia e à noite vai para sua tenda, ou de um coronel que herda o poder de outros coronéis. É, verdadeiramente, uma liderança em seu país e conta com apoio de parte da população.

Ademais, contra Assad se rebelaram grupos distintos, inclusive alguns associados à Al-Qaeda. Ou seja, ele é, ao menos, a opção conhecida no governo do país. Difícil identificar quem poderia assumir o poder em seu lugar ou mesmo se os rebeldes não continuariam a luta fratricida, permanecendo a instabilidade.

assad putin Também desde cedo assinalo que qualquer investida militar contra a Síria teria que contar com a aquiescência de Moscou. O país é área de influência russa – vale lembra que a maior base naval russa em águas quentes é na Síria – e está muito próximo do território da antiga União Soviética para que Putin deixe de acompanhar muito de perto e com grande interesse os acontecimentos e muito menos uma ação militar ocidental. Tenho comentado, ainda, que Assad cairá quando perder o apoio de Moscou.

Falando ainda da Rússia, interessante tem sido a orientação do Kremlin na crise. Sempre manteve o apoio a Damasco, apoio esse que se evidenciou nas últimas declarações sobre os ataques com armas químicas e nas intervenções no Conselho de Segurança da ONU. Nesse ponto, conta com o apoio de Pequim que, no mínimo, não tem interesse em ver aumentada a influência ocidental na região.

Note-se, além disso, que a relação entre Washington e Moscou tem-se mostrado mais tensa nos últimos meses. Algumas vezes se falou sobre uma nova Guerra Fria (ao menos em certos discursos do Governo russo isso foi expressado). O caso Snowden contribuiu para o aumento da tensão, inclusive com o cancelamento de reuniões de cúpula entre Obama e Putin. Os russos aumentaram a presença na Síria e continuam fornecendo armas a Assad. O recado de Moscou, claro desde sempre, mas somente agora percebido por muitos “especialistas” é: “não brinquem no meu quintal sem me consultar”.

syria protest1Entretanto, apesar dos avisos, Obama parece particularmente interessado em uma ação militar contra a Síria e em tirar Assad do poder – ou isso, ou tem-se aí um grande blefe por parte de Washington! E o pior é que encontra resistência em casa, e também entre seus aliados tradicionais. David Cameron, por exemplo, já retrocedeu na ideia de tomar parte diretamente na intervenção na Síria. Até mesmo Israel não se mostra entusiasmado com os tambores de guerra – claro! além do primeiro alvo de contra-ataques, os israelenses já conhecem (e bem) o atual governo Sírio e seu líder, e temem quem poderia sucedê-lo (no Egito, como também já havia assinalado aqui neste site, a experiência não foi das mais felizes).

Bom, alguns diriam, a intervenção militar conta com o apoio de Hollande… Do social-democrata Hollande? Do líder forte e altivo Hollande? Alguém pode me dizer quantas guerras a França venceu nos últimos 150 anos?

Mas, e se os EUA, contrariando seus principais aliados, desafiando Moscou e Pequim, e provocando Teerã, resolverem atacar a Síria? Bom, um conflito tradicional, como na invasão do Iraque, acho improvável. O país sofrerá ataques aéreos e aumentar-se-á o apoio aos rebeldes, mas não acho que Obama arriscaria mandar soldados estadunidenses para este novo teatro de operações. Se, contra todas as expectativas, assim o fizer, pode correr o risco de encarar o que dois democratas que o antecederam tiveram que enfrentar quando decidiram por incursões militares na Ásia – a total surpresa e o desgaste com um conflito prolongado. Falo de Truman na Coréia e Lindon Johnson no Vietnã.

Uma característica da guerra – e qualquer polemólogo iniciante sabe disso – é que se conhece muito bem como ela começa, mas como terminará é sempre uma incógnita. No caso da Síria, se os russos mantiverem o apoio a Assad, o conflito pode se prorrogar… E, havendo a intervenção por terra, será que poderia ocorrer uma nova Coréia (com soldados iranianos e libaneses combatendo ao lado dos sírios) ou um novo Vietnã? Interrompo aqui minhas reflexões para pensar um pouco mais…

Diante de todo esse cenário, a única certeza é que uma intervenção militar estadunidense na Síria será a pior das possibilidades. Mas Obama deve saber disso. Truman e Lindon Johnson também deviam sabê-lo, não?

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Russos evacuam seus nacionais da Síria

Notícia nada boa para o regime de Assad. Moscou começa a dar sinais de que o fim pode estar próximo…

Russos evacuados da Siria

Russia Evacuates More Nationals from Syria

RIANOVOSTI – 01:36 20/02/2013
A Russian Emergencies Ministry aircraft has evacuated more Russians and nationals of other former Soviet republics from war-stricken Syria, the ministry reported Wednesday.

MOSCOW, February 20 (RIA Novosti) – A Russian Emergencies Ministry aircraft has evacuated more Russians and nationals of other former Soviet republics from war-stricken Syria, the ministry reported Wednesday.

“An [Ilyushin] Il-62 [Classic] plane has landed in Moscow’s Domodedovo Airport,” a ministry spokesman told RIA Novosti.

“There are 99 people on board, 29 women and 38 children among them,” he said. Continuar lendo

Plano de Paz para a Síria… a perspectiva russa

E já que o assunto deste dia de reis é a Síria, vejam, meus queridos 9 leitores, como a Ria Novosti noticiou sobre o plano de paz proposto por Assad! Pois é, o Presidente da Síria continua com as costas quentes…

Syrian President Announces Peace Plan to Resolve Crisis

Protests in Syria

RIA NOVOSTI – 15:25 06/01/2013

BEIRUT, January 6 (RIA Novosti) – Syrian President Bashar al-Assad has proposed a plan to resolve the country’s crisis which includes a national reconciliation conference, the formation of a new government and an amnesty.

“The first stage of a political solution would require that regional powers stop funding terrorists. The second stage will be calling a government conference on a national dialogue. The third stage will be the formation of a new government and declaration of an amnesty,” Assad said in a speech at the opera house in central Damascus. Continuar lendo

Plano de paz para a Síria…

Syria's President Bashar al-Assad speaks at the Opera House in DamascusAlguém lembra que a Síria está em guerra civil? Pelo visto, o assunto deixou de ser interessante para a mídia ocidental (ou ao menos para a brasileira). Afinal, Assad está demorando muito para cair e as notícias sobre o confronto no país já viraram rotina…

Como disse desde o início, Assad não é Mubarak, tampouco Saddam Hussein e, muito menos Kadafi (saudade do cross-dressing de Trípoli). Apesar de já estar cambaleando, ainda consegue se sustentar graças a apoio de algumas (grandes) potências e, naturalmente, de um segmento importante da população síria. E, como lembro sempre, ruim com Assad, muito pior sem ele…

Assad “peace plan” greeted with scorn by foes

Reuters.com, 6JAN2013, 5:04pm EST – By Peter Graff and Erika Solomon

BEIRUT (Reuters) – Syrian President Bashar al-Assad rejected peace talks with his enemies on Sunday in a defiant speech that his opponents described as a renewed declaration of war.

Although the speech was billed as the unveiling of a new peace plan, Assad offered no concessions and even appeared to harden many of his positions. He rallied Syrians for “a war to defend the nation” and disparaged the prospect of negotiations. Continuar lendo

Rússia desloca força-tarefa para o Golfo de Aden

Bom, consta que se trata de uma força-tarefa naval para fazer frente às ações dos piratas na costa da Somália… Se for isso, serve para mostrar como grande potência de verdade age para conter criminosos daquele tipo (nós faríamos o que mesmo?)… Claro que também podem existir outras razões por trás desse movimento, sobretudo diante da crise que continua na Síria e do aumento da instabilidade na região…

De toda maneira, sou fascinado por essas milhares de toneladas de diplomacia, heheheh…

Russia Sends New Anti-Piracy Task Force to Gulf of Aden

RIA-NOVOSTI – 03:13 03/11/2012

VLADIVOSTOK, November 3 (RIA Novosti) – A task force from Russia’s Pacific Fleet, led by the Udaloy class destroyer Marshal Shaposhnikov, has departed on an new anti-piracy mission off the Somali coast, the fleet’s spokesman Capt. 1st Rank Roman Martov said. Continuar lendo

Síria X Turquia

Para se começar a entender a real dimensão da crise, convém lembrar que a Turquia tem o apoio da OTAN (o país é membro da aliança desde 1952), enquanto a Síria encontra-se na esfera de influência russa e é apoiada pelos iranianos. Ou seja, nada é simples por ali…

Turkey warns Syria more strikes would be fatal mistake

Reuters, 05OUT2012 – 4:39pm EDT

ISTANBUL (Reuters) – Turkey’s prime minister said on Friday his country did not want war but warned Syria not to make a “fatal mistake” by testing its resolve, and its army retaliated for a third day running after more mortar rounds from Syria landed on its soil.

In a belligerent speech to a crowd in Istanbul, Turkish Prime Minister Tayyip Erdogan warned Syrian President Bashar al-Assad that Turkey would not shy away from war if provoked. Continuar lendo

Bengazi: um ataque terrorista?

Ainda tentando ler nas entrelinhas da declaração do DNI… De toda maneira, se as ações em Bengazi e no Cairo tiveram alguma participação da Al Qaeda, ficam evidentes as dificuldades que os ocidentais terão com os novos regimes. Ao menos Kadafi e Mubarack eram conhecidos inimigos da Al Qaeda… Será que ninguém vê que a situação na Síria pode ser ainda pior com a queda de Assad?

U.S. intelligence now says Benghazi attack “deliberate and organized”

Reuters, 28SEP2012 6:25pm EDT – By Mark Hosenball

WASHINGTON (Reuters) – The top U.S. intelligence authority issued an unusual public statement on Friday declaring it now believed the September 11 attack on U.S. diplomatic facilities in Benghazi, Libya, was a “deliberate and organized terrorist attack.”

The statement by the office of Director of National Intelligence James Clapper acknowledged that it represented a change in the U.S. intelligence assessment of how and why the attack happened. During the attack on two U.S. government compounds in the eastern Libyan city, four U.S. personnel, including Ambassador Christopher Stevens, were killed. Continuar lendo

Inverno de ódio

Ainda como consequência do que se cunhou chamar de Primavera Árabe, e que eu prefiro chamar de “o Levante”, aumentou significativamente a instabilidade no Norte da África e no Oriente Médio nos últimos dias. Pessoas na rua protestando, atacando missões diplomáticas e consulados, gritando palavras de ordem contra Israel e Estados Unidos, queimando bandeiras… Enfim, a efetivação do que para alguns a “consolidação da democracia no mundo árabe/muçulmano”…

Realmente, os ventos democráticos da bela Primavera Árabe, cantada em verso e prosa em diversas partes do globo (sobretudo aqui no Ocidente), sopram com intensidade nas terras do Islã. Na Líbia, quase um ano após a deposição e execução de Muamar Kadafi, permanece o clima de insegurança, associado à disputa pelo poder em um país arrasado pela guerra civil. O fortalecimento do fundamentalismo religioso e de grupos antiocidentais culminou no ataque ao consulado dos Estados Unidos em Benghazi e no assassinato, por extremistas, do Embaixador estadunidense, Christopher Stevens, e de outros três funcionários diplomáticos, além de mais de uma dezena de feridos. Desde 1979 um plenipotenciário norte-americano não havia sido morto em serviço. O trágico evento afeta diretamente as relações entre a Líbia e os Estados Unidos, e pode mesmo influenciar a disputa eleitoral pela Casa Branca. A oposição já cobra medidas mais enérgicas de Barack Obama, que se vê em situação extremamente delicada na reta final da campanha…

Os acontecimentos na Líbia estão relacionados à onda de protestos no mundo árabe em decorrência de um vídeo produzido nos Estados Unidos e ofensivo ao Profeta Maomé. Trata-se de um vídeo de extremo, extremíssimo péssimo gosto, feito, de acordo com as autoridades americanas, por um estelionatário que ganhou notoriedade da noite para o dia com ofensas gratuitas à segunda maior religião do globo. Note-se que foi um ato isolado de um criminoso, nada tendo a ver com o governo dos Estados Unidos.

Em que pese o deplorável vídeo, não me venham com argumentos de que se tem aí uma justificativa para todos esses protestos e explosões de violência no mundo islâmico. Não, não se justificam. Se um cristão resolvesse atacar cada pascácio que fizesse uma piada deplorável contra o cristianismo, ou um judeu resolvesse agredir todo mentecapto que viesse com comentários preconceituosos e ofensivos ao judaísmo, o mundo já teria implodido… Nesse caso, intolerância não pode ser motivo para mais intolerância.

Mas, no Islã, diriam alguns, a coisa parece ser diferente… Manifestações contra representações diplomáticas estadunidenses ocorreram também em outros países de maioria muçulmana, entre os quais Bangladesh, Egito, Tunísia, Marrocos, Iêmen, Iraque e Irã, Sudão e até em Israel (sim, é assim que acontece numa democracia), porém nenhuma tão grave quanto a de Benghazi. O que se evidencia disso tudo é muito mais um pretexto que se encontrou no tal vídeo para uma explosão de descontentamento da parte de milhares de pessoas que vivem em péssimas condições. Sob a camada do protesto de motivação religiosa, estão sentimentos de revolta contra a ordem ali estabelecida e contra tudo que represente aquilo que a maior parte realmente almeja: paz, segurança para tocar a vida e, naturalmente, os benefícios do desenvolvimento. Isso é humano: ao não terem a vida que desejam (e, indiscutivelmente, os padrões econômicos e sociais da América do Norte e da Europa Ocidental são ansiados em todo o mundo), as pessoas acabam se revoltando e buscando bodes expiatórios (algo com a raposa e as uvas). Bom, mas não vou discutir psicologia de massa aqui…

Registro meu repúdio a essas manifestações. Absurdo total a agressão a representações de um país por ações de particulares… O que tem o governo dos EUA (ou da Grã-Bretanha ou o da Alemanha, que acabou de ter sua embaixada atacada no Egito) com um vídeo produzido por um pacóvio? Se assim o fosse, nós ocidentais deveríamos partir para cima de toda nação em que cidadãos se manifestassem contra o Ocidente. Sinceramente, não tenho paciência para esse tipo de coisa…

Voltando à política internacional, esses eventos podem repercutir em uma mudança de percepção dos Estados Unidos (ou da opinião pública e, consequentemente do eleitorado estadunidense) com relação à chamada Primavera Árabe. Note-se que, por exemplo, na Líbia, Egito e Tunísia, regimes seculares foram substituídos por governos sob influência fundamentalista (em alguns casos até com extremistas religiosos em sua composição) e com severas críticas a países ocidentais.

O que mudou no Egito, depois da queda de Mubarack? O país continua em crise, os militares no poder, a população protestando… Ah, sim! Mudou alguma coisa: os egípcios caminham para um governo mais extremista e hostil aos EUA e aos valores ocidentais (bom, né?). Minha viagem do próximo ano para conhecer aquele belo país do Norte da África acabou prejudicada, assim como a principal fonte de recursos do Egito, o turismo. Enfim, salvo por alguns poucos que assumiram o poder no lugar do sucessor Sadat, a tal da “democracia” conquistada na “Primavera Árabe” não beneficiou muita gente, permanecendo a maior parte da população na mesma penúria.

Também como consequência do Levante iniciado no ano passado, a guerra civil prossegue na Síria. Apesar de pressão da comunidade internacional, o regime de Damasco ainda se sustenta, particularmente devido ao apoio de russos e chineses. Como venho insistindo desde sempre, enquanto tiver as graças do Kremlin, o atual regime sírio se sustenta. E, tomando o exemplo do que já aconteceu em outros lugares, será que se teria uma Síria mais estável sem Assad? Não me parece… A queda do atual Presidente sírio só provocaria mais crise e instabilidade, e isso em uma área muito mais estratégica e sensível que o Norte da África.

Chegando ao Golfo, as relações entre potências ocidentais e o Irã têm-se agravado. Recentemente, o Canadá rompeu relações diplomáticas com Teerã (vide posts anteriores). Em nota oficial, Ottawa assinalou que o governo iraniano é “atualmente, a mais significativa ameaça à paz global à segurança no mundo”. A resposta de Teerã foi no sentido de que o Canadá tem tomado numerosas medidas para hostilizar o país dos aiatolás, acusando-se o governo canadense de “racista” e de “seguir a política sionista do Reino Unido”. Coisa boa não sairá daí…

Todos esses eventos assinalam um aumento da insegurança global. Merece atenção um possível aumento de ações terroristas contra alvos ocidentais, paralelamente ao endurecimento nas relações entre potências ocidentais e países islâmicos. A situação conflituosa pode alcançar diferentes partes do globo, inclusive regiões sem envolvimento direto com a crise, como a América Latina. É recomendável que as autoridades brasileiras estejam atentas a esses desdobramentos.

Em tempo: sei que é verão no Hemisfério Norte. Entretanto, assim como aconteceu com a primavera da democracia, o inverno do ódio infelizmente se prolonga no mundo islâmico…

 

Ainda sobre o rompimento de relações entre o Canadá e o Irã

Segue a nota do Ministério das Relações Exteriores do Canadá sobre o rompimento de relações com Teerã. Achei forte a assertiva canadense de que o governo do Irã é “atualmente a mais significativa ameaça à paz global à segurança no mundo”.

Uma das preocupações referentes à presente situação é com eventuais ataques terroristas em solo canadense outra contra embaixadas e cidadãos daquele país. A coisa não está boa…

Canada Closes Embassy in Iran, Expels Iranian Diplomats from Canada

September 7, 2012 – Foreign Affairs Minister John Baird today issued the following statement:

“Canada has closed its embassy in Iran, effective immediately, and declared personae non gratae all remaining Iranian diplomats in Canada.

“Canada’s position on the regime in Iran is well known. Canada views the Government of Iran as the most significant threat to global peace and security in the world today. Continuar lendo

EUA esperam que Rússia rompa com Assad… Esperem sentados, tá?!?

Matéria publicada pela Ria Novosti no último dia 30… Parece notícia da época da Guerra Fria… E deve ser mesmo! A negociação terá que ser muito boa para fazer os russos (e os chineses – o velho Kissinger tinha razão!) assumirem uma nova posição frente ao regime de Assad. Ademais, a Síria está perto demais da Rússia para simplesmente sair de sua esfera de influência. Até o momento, a única maneira que vejo de Assad cair por um acordo é encontrarem alguém de confiança de Moscou para substituí-lo. Ou seja, se Assad cair é porque o Kremlin o derrubou (e terá colocado um homem seu no lugar dele)… E, reitero, ainda têm que negociar com os chineses também!

RIA Novosti

United States Expects Russia to ‘Break with Assad’

02:37 30/08/2012

The United States would like Russia to clearly state that it will stop supplying Syrian President Bashar al-Assad’s regime with weapons, a spokeswoman for the U.S. State Department said in a statement on Wednesday. Continuar lendo

Um ataque árabe à Síria não é opção… ainda!

Publicado hoje pela Ria Novosti… Apesar das palavras do novo enviado da ONU para a Síria, três aspectos da matéria chamam a atenção:

1) Foi matéria de “primeira página” no meio russo, o que significa que Moscou continua de olho na situação. As autoridades russas têm repetido esse mantra de oposição a qualquer medida de força de potências externas contra o regime de Assad. E, repetirei sempre, enquanto tiver o apoio do Kremlin (e dos chineses), Assad permanece no poder. O problema é até quando a Rússia seguirá com essa posição.

2) A experiência tem demonstrado que é bom ficar desconfiado desse tipo de discurso demasiadamente eloqüente, do tipo “impossível, não é opção, inaceitável”. Geralmente, quando uma autoridade do porte de Brahimi diz isso, a interpretação pode ser “estamos prontos para atacar a Síria… falta só dobrar os russos”.

3) Ainda não apareceu liderança com capacidade de substituir Assad… E a Síria fica numa região bem mais estratégica e sensível que a Líbia para simplesmente derrubarem o homem (como fizeram com Kadafi) e colocarem “não-sei-quem” no lugar dele. Isso sem falar dos arsenais de armas químicas em poder dos sírios e da proximidade com Iraque, Turquia e, obviamente, Israel. O que estou dizendo é que ao menos Assad se conhece…

De toda maneira, o conflito já segue por muito tempo e, pelo visto, Assad está conseguindo lidar bem com a situação (da maneira dele, claro). Mas que a pressão externa é significativa, ah isso é! Continuamos de olho…

RIA Novosti

Arab Invasion in Syria ‘Not an Option’ – UN Envoy

18:20 02/09/2012

A military intervention in Syria by Arab forces is not on the cards, Lakhdar Brahimi, United Nations’ new envoy to the war-torn country, said on Sunday.

“A military interference in Syria means failure of diplomatic efforts,” Brahimi said in an interview to Al Arabiya television. Continuar lendo