A Voz de Deus

15.08.1945. Nesse dia, milhões de japoneses ouviram, pela primeira vez, a Voz de Deus. Exatamente às 12:00h, horário de Tóquio, começava a transmissão radiofônica do discurso de Hirohito, o 124º Imperador do Japão, anunciando o fim da Guerra no Pacífico. O país aceitava os termos da rendição incondicional que lhes haviam sido apresentados pelos aliados. Estava-se diante de um acontecimento histórico sem precedentes.

800px-Emperor_ShowaImagino como aquilo deve ter marcado os súditos daquele homem, por todos considerado um deus na terra. Hirohito, o Sagrado Imperador, falou. E as palavras do homem-deus anunciavam não só o fim do maior conflito em que seu país já se envolvera, mas também uma mudança radical na maneira como os japoneses percebiam o mundo e a si mesmos. Sim! O Imperador falou. Hirohito era humano! Uma nova era começaria.

Pouca gente tem noção disso, mas a II Guerra Mundial começou para o Japão bem antes de setembro de 1939. Em 1931, os japoneses invadiram a Manchúria, onde criariam um Estado-fantoche governado pelo último imperador da China. Alguns anos depois, em 1937, teria início formalmente a chamada II Guerra Sino-Japonesa, que acabaria se mesclando com o conflito de 1939-1945. 

Assim, territórios seriam conquistados, povos subjugados, milhões de seres humanos escravizados, agredidos e mortos pela máquina de guerra japonesa. Potências tradicionais, como Grã-Bretanha e França, seriam humilhadas no Extremo Oriente pelos eficientes japoneses. Em pouco tempo, a expansão na Ásia e no Pacífico, essencial para os interesses econômicos e militares nipônicos, transformaria uma parcela significativa da região em dos territórios sob a égide do Império do Sol. O Japão parecia invencível, e sua aliança com a poderosa Alemanha acabaria levando os dois países a dividirem o mundo entre si.

Entretanto, o 7 de dezembro de 1941 mudaria tudo. Na manhã daquele dia, a frota norte-americana em Pearl Harbor, no Havaí, sofreria um ataque surpresa, resultando em mais de 2.000 mortos. E, assim, o Japão provocara um colosso até então adormecido, e cujas capacidades eram subestimadas pela maioria absoluta do senhores da guerra japoneses. E despertar os EUA, fazendo com que a ira daquela imensa nação se voltasse contra si, foi um erro estratégico que levaria o Japão à humilhante derrota, em agosto de 1945. Nesse ínterim, conflitos intensos, a Marinha japonesa destruída, territórios perdidos, grandes áreas devastadas, fome e miséria, milhões de mortos, cidades arrasadas, entre as quais Tóquio (com bombas de fósforo) e Hiroshima e Nagasaki (nos dois únicos ataques nucleares da História). Quatro anos apocalípticos.

Sim, a derrota, inconcebível aos militares e políticos japoneses alguns anos antes, chegara. E o preço que o Japão teria que pagar seria alto. Muitos acreditavam que isso incluiria (no melhor dos cenários) a deposição do Imperador, e o fim daquela monarquia milenar. Outros tantos, e eram realmente milhões, esperavam a ordem do soberano, a voz de Deus, para cometer suicídio coletivo e, assim, pôr fim à vergonha da derrota – o que também seria um duríssimo golpe nas forças de ocupação norte-americanas. Bastava a ordem do Imperador… Bastava que Deus dissesse o que deveria ser feito.

E Deus falou! E sua voz foi ouvida. Mas as palavras proferidas não foram de morte e destruição. Em seu primeiro pronunciamento à nação, Hirohito conclamou os cem milhões japoneses, seus fiéis súditos, a resignarem-se com a derrota, a aceitarem a ocupação e as novas regras que dela adviriam, a não morrer pela pátria, mas, ao contrário, a viver para a reconstrução de seu país, a recuperar o que fora perdido, e a garantir às novas gerações uma nova era de paz e prosperidade. Hirohito mostrou a seus súditos humildade, dignidade e resiliência. E lhes deu esperança.

Com a voz de Deus, acabava a guerra. A capitulação formal só seria assinada depois, em 2 de setembro de 1945, em uma humilhante cerimônia a bordo do navio de guerra norte-americano USS Missouri. Seguir-se-iam anos de trabalho intenso e obstinado para a reconstrução do Japão – e os disciplinados japoneses teriam êxito, transformando seu país, em algumas décadas, na segunda economia do globo.

Ao contrário dos outros líderes do Eixo, o Imperador do Japão foi (sabiamente) preservado. Hirohito continuou no trono até sua morte, em 1989. Viveria para ver o advento de um novo Japão, moderno, próspero e pacífico, um Japão que seria, para todo o globo, exemplo de resiliência e de progresso, de tecnologia e desenvolvimento, de equilíbrio e ordem.

No fim de sua vida, o Imperador que nascera deus, terminava como homem. Entretanto, aquele homem, cuja estatura de 1,65m contrastava com o 1,83 do General Douglas MacArthur, mostrara-se um gigante, um colosso que teve a coragem e a força para (re)criar uma nação de gigantes.

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O Dragão, o Leão e o Urso…

Em uma das cenas de Rambo III, clássico da década de 1980 e que recomendo a meus alunos para conhecerem um pouco mais sobre o final da Guerra Fria (gosto muito de Rambo III), John Rambo usa a frase que se tornou bordão diante da pergunta do oficial soviético sobre quem era ele: “Sou seu pior pesadelo”.

Três décadas depois, essa frase poderia ser dita ao Presidente Obama pelos líderes que participaram da Conferência de Interação em Medidas de Confiança na Ásia. Daquele encontro ganhou força a ideia de se criar uma aliança entre China, Rússia… e o Irã! Claro que as relações entre os três países já seguem bem, obrigado. Porém, o estreitamento desses laços consubstanciado em uma aliança formal certamente tirará o sono de muita gente na Casa Branca, no Pentágono e em Langley.

Segue notícia sobre essa aproximação das três potências. Aproveitei para colocar também o trecho do filme Rambo III.

China aboga por una alianza de seguridad con Rusia e Irán, “una pesadilla para EE.UU.”

Publicado: 22 may 2014 | 21:43 GMT Última actualización: 23 may 2014 | 4:14 GMT
 

China aboga por una alianza de seguridad con Rusia e Irán, "una pesadilla para EE.UU."

El presidente de China, Xi Jinping, considera necesario crear una nueva organización en Asia para la cooperación en materia de seguridad con la participación de Rusia e Irán. Algunos analistas creen que esta alianza sería “una pesadilla para EE.UU.”.

“Necesitamos innovar nuestra cooperación en la seguridad estableciendo una nueva arquitectura de cooperación regional”, indicó Xi Jinping en la Conferencia de Interacción y Medidas de Confianza en Asia (CICA, por sus siglas en inglés), celebrada en Shanghái y que contó con la presencia del presidente ruso, Vladímir Putin

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O Dragão e o Urso

dragão-chinesOs ocidentais podem até prosseguir nessas sanções contra a Rússia. Entretanto, parece que têm sido ineficazes, tendo como único êxito irritar o urso. E, para piorar a situação do Ocidente neste embate, as pressões contra os russos fazem com que Moscou busque novos parceiros ou redimensione os parceiros tradicionais, como a própria China. E Pequim está de braços abertos, pronta para receber seu parceiro eslavo. Com o dragão e o urso cada vez mais próximos, a águia que se cuide…

RIA Novosti

China Condemns Unilateral Sanctions Against Russia – Envoy

13:52 30/04/2014

China strongly opposes unilateral sanctions against Russia, Beijing’s ambassador to Moscow told reporters Wednesday, adding that US and EU sanctions would not resolve the crisis in Ukraine.

 MOSCOW, April 30 (RIA Novosti) – China strongly opposes unilateral sanctions against Russia, Beijing’s ambassador to Moscow told reporters Wednesday, adding that US and EU sanctions would not resolve the crisis in Ukraine. Continuar lendo

O Dragão fala

Nota do Ministério das Relações Exteriores da China sobre a crise na Península Coreana.china_nk_flags1

Zhang Yesui: China Stays Committed to Maintaining Peace and Stability and Achieving Denuclearization on Korean Peninsula

2013/04/03

On April 2, 2013, Vice Foreign Minister Zhang Yesui gave an interview to Xinhua on the current situation on the Korean Peninsula. Zhang said China has been paying close attention to the tense situation on the Korean Peninsula over the recent period of time, as the development of the situation is closely related to the stability of China’s neighboring countries. “I have met with ambassadors of relevant countries to China and expressed our serious concern over the current situation,” he said.

“The Chinese side is always committed to achieving denuclearization as well as maintaining peace and stability on the Korean Peninsula, and advocates solving the problem through dialogue and consultation,” he said. “We don’t want to see any warfare or chaos on the Peninsula. We oppose any side making provocative statement or doing anything that undermines peace and stability on the Peninsula and in the region,” Zhang told Xinhua.

China strongly urges all parties to keep calm and restrained, avoid provocation and refrain from taking any risky action that deteriorates the situation, Zhang said. “We urge all parties to bear in mind the overall and long-term interests, adhere to the objective of achieving denuclearization on the Peninsula, actively carry out dialogues and make contacts, move to change the situation, and jointly safeguard peace and stability on the Peninsula,” he said.

Extraído do site oficial do Ministério das Relações Exteriores da República Popular da China: http://www.fmprc.gov.cn/eng/default.shtml.

Chineses rumo ao espaço

Notícia curtinha, mas importante, sobre o programa espacial chinês. Pequim segue obstinada em seu projeto de colocar uma estação no espaço em 2020. E vai conseguir.

É esse tipo de acontecimento que me leva a perguntar por que somos o único dentre os BRIC que não tem um programa espacial de peso e é um nanico militar… Do jeito que está, para continuar se dizendo um BRIC, o Brasil terá que cunhar uma nova categoria para si: BRICmirim. Pronto, falei.

China Readies for Manned Orbital Docking Mission

04:34 10/06/2012

China will launch its Shenzhou-9 manned spacecraft in mid-June to carry out the country’s first manned space docking mission, Xinhua reported.

“The Shenzhou-9 will perform our country’s first manned space docking mission with the orbiting Tiangong-1 space lab module,” Xinhua said on Saturday quoting Zhou Jianping, chief designer of China’s manned space program. Continuar lendo

O Dragão e a Águia

Depois do anúncio pelos EUA de suas novas orientações para a Defesa, com a expressa preocupação com o Império do Meio, Pequim resolveu dar um recado de prudência a seu maior parceiro comercial e principal adversário na disputa pela hegemonia global…

Potência é assim… manifesta-se sempre que vê seus interesses ameaçados. E se manifesta da maneira como fizeram os chineses porque pode, porque é potência. Fica a lição de política externa para quem pretenda ocupar um lugar entre as lideranças globais, mas prefere não se pronunciar sobre qualquer coisa…

China warns U.S. to be “careful” in military refocus

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Reuters, 09JAN2012 – 1:17pm EST

By Chris Buckley

BEIJING (Reuters) – China’s Ministry of Defence warned the United States on Monday to be “careful in its words and actions” after announcing a defence rethink that stresses responding to China’s rise by shoring up U.S. alliances and bases across Asia.

The statement from the ministry spokesman Geng Yansheng was Beijing’s fullest reaction so far to the new U.S. strategy unveiled last week. It echoed the mix of wariness and outward restraint that has marked China’s response to the Obama administration’s “pivot” to Asia since late last year. Continuar lendo

Kissinger e a China

E por falar em China, comecei, na última hora do ano que acabou, a ler o livro de Kissinger (dispensa apresentações) sobre aquele país (Kissinger, Henry. Sobre a China. Rio de Janeiro: Objetiva, 2011, 572 p.) – por sinal, indicação de meu amigo Humberto Netto. Recomendo efusivamente, tanto para meus alunos de Relações Internacionais quanto para qualquer um que queira entender o mundo atual! Leitura fascinante: a única questão é que o livro prende tanto que você não vai querer fazer muita coisa até acabar de lê-lo.

Só para dar um gostinho:

Quando os caracteres chineses surgiram, durante a dinastia Shang, no segundo milênio a.C., o antigo Egito se encontrava no auge de sua glória. As grandes cidades-Estado da Grécia clássica ainda não haviam surgido, e Roma estava a um milênio de distância. Contudo, um descendente direto do sistema de escrita Shang ainda é utilizado hoje por muito mais de um bilhão de pessoas. Chineses de hoje conseguem compreender inscrições do tempo de Confúcio; livros e conversas chinesas são enriquecidos por aforismos centenários que citam antigas batalhas e intrigas palacianas. (…)

e

A escala chinesa não era muito superior à dos Estados europeus apenas em população e território; até a Revolução Industrial, a China era muito mais rica. (…) foi por séculos a economia mais produtiva do mundo e a região de comércio mais populosa. (…) Na verdade, a China produzia uma parcela maior do PIB mundial total do que qualquer sociedade ocidental em 18 dos últimos vinte séculos. Ainda em 1820, ela produziu mais de 30% do PIB mundial – quantidade que ultrapassava o PIB da Europa Ocidental, da Europa Oriental e dos Estados Unidos combinados.

Segue resenha do New York Times sobre a obra de um ocidental que conhece o Império do Meio como poucos.

NY Times -May 13, 2011

Henry Kissinger on China

By MAX FRANKEL

(ON CHINA, By Henry Kissinger, Illustrated. 586 pp. The Penguin Press. $36.)

Henry Kissinger was not only the first official American emissary to Communist China, he persisted in his brokerage with more than 50 trips over four decades, spanning the careers of seven leaders on each side. Diplomatically speaking, he owns the franchise; and with “On China,” as he approaches 88, he reflects on his remarkable run. Continuar lendo

100 anos da República da China

Há cem anos era empossado o primeiro presidente da China. Não vi nenhuma notícia até agora sobre o assunto… Afinal, os jornais (particularmente a imprensa televisiva) insistem em dar as “grandes notícias” sobre as comemorações de ano novo pelo mundo. Sinceramente, não tenho muita paciência para isso: afinal, as imagens são praticamente as mesmas de sempre… De fato, pouca gente perceberia se inserissem arquivos de comemoração de anos novos passados entre as imagens… Enfim, deve ser isso que as pessoas querem ver e ouvir (só registro que ahei de péssimo gosto nas comemorações de ontem em Copacabana os organizadores misturarem  Carmina Burana com funk… deprimente!).

Bom, saindo do lugar comum, lembro que hoje a República da China completa 100 anos. Exatamente, no dia 1 de janeiro de 1912, era proclamada a república no Império do Meio (com a posse de Sun Yat Sen no cargo de presidente), pondo-se fim à dinastia Qing, estabelecida em 1644, e a um regime imperial de 4 mil anos… A nova república seria marcada pela instabilidade e conflitos internos entre comunistas e nacionalistas (interrompidos apenas com a ocupação japonesa) e que culminariam na vitória dos primeiros, liderados por Mao Tsé Tung, e na proclamação da República Popular da China em 1949.

Sob a perspectiva chinesa, provalmente esse curto espaço de tempo desde a proclamação da república deve ser visto como um período de recuperação da condição frágil na qual se encotrava o país desde o século XIX. Para nós do Ocidente, podem representar o prelúdio de uma nova era em que os chineses serão hegemônicos. Afinal, estamos falando de uma potência milenar, com 1.3 bi de habitantes no terceiro maior território do planeta, que possui arsenais nucleares e que caminha a passos largos para se tornar a primeira economia do globo, pois já é a segunda. E isso tudo sem que as potências tradicionais (tradicionais em termos ocidentais) possam fazer nada para controlar o vôo do dragão. Não importa qual será o regime político que estará em vigor na China ou se seus governantes são imperadores ou líderes escolhidos pelo Partido Comunista (mesmo porque, diria um sábio chinês, ainda é muito recente esse negócio de revolução comunista para ser considerada marco na história do país): a China será protagonista nas relações internacionais do século XXI, e há realmente significativa possibilidade de que o Ocidente perca sua posição predominante para o Império do Meio. Tenho medo da China (sempre tive).

Segue um artiguinho sobre a República da China (mudança política quase imperceptível para quem tem mais 4 mil anos de história como civilização).

Republic of China (1912 AD-1949 AD)

http://history.cultural-china.com/en/183History6971.html

As a turbulent and decisive period of Chinese history, the Republic of China experienced a short period of 37 years, which succeeded the Qing Dynasty in China and ruled mainland China from 1912 to 1949. In 1905 Sun Yat-sen founded the Tongmeng Hui centered on the three Principles of the People: “nationalism, democracy, and people’s livelihood .” With the “bourgeois” revolution of 1911, he introduced a Western style administration system, who was inaugurated in Nanjing as the first provisional president. Continuar lendo

Os EUA, a Rússia, e a questão dos mísseis…

Mais uma excelente análise de Fyodor Lukyanov sobre as relações EUA-Rússia em um campo tremendamente sensível. A China também deve ser considerada nesse jogo (acho que um certo Kissinger já teria dito isso!).

Recomendo, em especial a meus alunos de Relações Internacionais…

RIA Novosti

Uncertain World: The never-ending missile defense debate

12:27 01/12/2011

Missile defense continues to concern the Russian leadership. Having made tough statements on this issue in Moscow last week, President Dmitry Medvedev again spoke about it in Kaliningrad. While many analysts in Russia and the West wrote off these statements as campaign rhetoric, the problem remains. Missile defense isn’t going anywhere. This is not a short-term problem that lends itself to an easy deal; it is a fundamental issue of global strategic stability, which to this day is rooted in the logic of mutual assured destruction. Continuar lendo

O Dragão e o mar…

Neste festivo 8 de dezembro (Imaculada Conceição, dia da Justiça, dia da família e, naturalmente, meu aniversário! – ué, qual o problema de celebrar meu aniversário na postagem de hoje?), registro, preliminarmente, minha alegria e gratidão pelas mensagens, telefonemas e abraços que recebi dos amigos e amigas desde muito cedo! Obrigado, obrigado, obrigado!

Vamos à primeira notícia do dia (publicada, de fato, em 06/12): a ordem do líder chinês para que sua armada esteja preparada para a guerra no Pacífico. Reproduzo a indagação do amigo (capitão-de-mar-e-guerra da Marinha do Brasil) que me enviou a matéria: seria coincidência a manifestação de Hu Jintao na véspera do aniversário do ataque a Pearl Harbor? Fica a reflexão, pois não vou comentar muita coisa hoje!

Folha.com – 06/12/2011 – 10h56
 

Hu Jintao ordena à Marinha que se prepare para combater

DA FRANCE PRESSE, EM PEQUIM

O presidente da China, Hu Jintao, determinou nesta terça-feira à Marinha de seu país que se prepare para combater e continuar modernizando a força, com o objetivo de garantir a segurança nacional, informou a agência oficial Xinhia. Continuar lendo

Um dragão na Colômbia

Há muito a China tem aumentado sua presença na América do Sul. Esse é só mais um exemplo. Potência atua dessa maneira. Quem não gostar, que sente e chore…

 

China doa US$ 1,5 milhão para as Forças Militares da Colômbia

INFOREL – 03/11/2011 – 15h09

 Bogotá – A China vai doar US$ 1,5 milhão de dólares em assistência militar para a Colômbia O anúncio foi feito pelo ministro da Defesa, Juan Carlos Pinzón em companhia do vice-presidente da Comissão Militar Central da China, coronel Guo Boxiong, que esteve em visita oficial à Bogotá. Os recursos serão aplicados na dotação logística e material de intendência. Continuar lendo

Chavez e a China

Pequim aumenta sua presença na América Latina. Pelo visto, a China se mostra muito ativa e influente que a URSS noas bons tempos da Guerra Fria, nesse continente que durante décadas foi incontestável área de influência estadunidense.

Entre estar sob a hegemonia dos EUA e da China, digo sempre, prefiro a de Washington…

HasVenezuela’s Chavez Become a Chinese Puppet inLatin America?

 “China is already Venezuela’s second main commercial partner and Chavez has made all efforts to tie his regime to China in what could be called the CHI-CHA connection,” says Venezuelan expert Gustavo Coronel, asking of the $80 billion in loans: “Has Hugo Chavez’s anti U.S. obsession has driven him into the arms of China?”

By Gustavo Coronel, Latin American Herald Tribune, 11OCT2011 –
http://www.laht.com/article.asp?ArticleId=431587&CategoryId=13303

Hugo Chavez’s anti U.S. obsession has driven him into the arms of China. If it wasn’t so truly tragic this could be the stuff soap operas are made of: the spiteful woman rejected by a lover who gives herself to a rich suitor. Continuar lendo

O desafio da China no mar

Artigo excelente do NY Times indicado pelo meu amigo Alexandre A. Rocha. Como já disse em outro post, ainda demorará muito para que a China possa fazer frente ao poder militar estadunidense. Entretanto, interessante a referência ao fato de que os chineses estão vencendo a batalha sem combater e têm maneiras de abalar a hegemonia dos EUA no Pacífico. Pelo visto, o Pacífico não será mais um “lago americano”!…

NY Times -September 4, 2011
http://www.nytimes.com/2011/09/05/opinion/chinas-challenge-at-sea.html?hp
 
 China’s Challenge at Sea

By AARON L. FRIEDBERG

Princeton, N.J.

AMERICA’S fiscal woes are placing the country on a path of growing strategic risk in Asia.

With Democrats eager to protect social spending and Republicans anxious to avoid tax hikes, and both saying the national debt must be brought under control, we can expect sustained efforts to slash the defense budget. Over the next 10 years, cuts in planned spending could total half a trillion dollars. Even as the Pentagon saves money by pulling back from Afghanistan and Iraq, there will be fewer dollars with which to buy weapons or develop new ones. Continuar lendo

Política Externa Chinesa

Mais uma excelente análise de Fyodor Lukyanov. Realmente, a China tem-se posicionado de maneira muito particular diante das transformações internacionais. Mais uma prova de que o país, apesar de grande potência, dificilmente será um antagonista dos EUA como foi a União Soviética. 

O silêncio dos chineses revela uma conduta prudente em política externa (uma vez que no campo econômico o país é um voraz dragão). Gostei dos comentários sobre a situação na Líbia e a maneira como Estados como Brasil e Rússia podem ser descredenciados na reconstrução pós-Kadafi.

RIA Novosti

Uncertain World: Why is China silent?

http://en.rian.ru/columnists/20110901/166350963.html

13:27 01/09/2011

Wars and public unrest across North Africa and the Middle East, political and economic standoff in the United States, a feverish financial climate in Europe and chaos in Japan all overshadowed the fact that China has become all but invisible on the international stage, even though all the above have a direct bearing on it. Continuar lendo

Mais sobre o navio aeródromo chinês…

E ainda falando de “briga de cachorro grande”, segue mais uma boa análise do The Economist sobre o tão falado porta-aviões chinês: dezenas de milhares de toneladas de diplomacia agora nas águas do Mar da China!

Já havia comentado que o novo brinquedinho recebeu o nome do general chinês que conquistou Taiwan, no século XVII? Recado está dado! Adoro high politics!

Gostei do comentário: “é grande e, definitivamente, flutua”!

 

The Chinese navy takes a much-heralded step forward but its intentions are vague

The Economist – Aug 13th 2011 | BEIJING – http://www.economist.com/node/21525960

It’s definitely big, and it floats

ON AUGUST 10th, after years of secretive work, the Chinese navy launched its first aircraft-carrier on its maiden voyage. The Chinese media hailed the vessel as a sign of China’s emergence as a sea power, one they insist has only peaceful intent. Its neighbours are not so delighted. Continuar lendo

Ataques cibernéticos promovidos por Estados: conheçam a guerra do presente.

Posso parecer repetitivo, mas como o número de leitores deste site aumentou um pouco mais ultimamente (devem ter passado de 8 para 9 ou 10! Yes!), retomo o assunto da guerra cibernética.

A hipótese do “ator estatal” por trás dos ataques a redes de mais de 70 entes pelo globo (de empresas a governos, passando pela ONU e pelos EUA) é mais que simples hipótese.

Preocupa a grande quantidade de ataques e os alvos também. E fica o alerta sobre os dois tipos de alvos desses agressores: os que sabem que sofreram o ataque e os que nem desconfiam que foram vítimas!

Bom lembrar que há Estados, Potências envolvidas nisso! E não são só as de olhos puxados não!

Já disse: quem não estiver preparado vai perder muito. E essa é uma questão de segurança nacional da qual governo nenhum pode-se dar ao luxo de descuidar! Depois não digam que não avisei…

“State actor” behind slew of cyber attacks

Photo

Reuters, 03AGO2011 – 7:17pm EDT

By Jim Finkle

BOSTON (Reuters) – Security experts have discovered an unprecedented series of cyber attacks on the networks of 72 organizations globally, including the United Nations, governments and corporations, over a five-year period. Continuar lendo

China e Alemanha: aliança estratégica

Maior aproximação entre a segunda e a terceira economias do globo… Como diria Regina Duarte, tenho medo da China…

SPIEGEL ONLINE
06/27/2011 06:01 PM

China’s Wen Jiabao Visits Germany – World Export Leader to Meet with Runner-Up

This Monday, Chinese Premiere Wen Jiabao travels to Germany for what both countries are billing as a visit of great importance. While a Chinese government document has praised the partnership with Germany as its best in Europe, Berlin is debating how to approach concerns over human rights.

On Monday night German Chancellor Angela Merkel and Chinese Premiere Wen Jiabao will meet for dinner in artist Max Liebermann’s former villa on the shores of Berlin’s idyllic Lake Wannsee. But the intimate gathering will be followed the next day by serious official political and economic discussions between the two countries’ cabinets. Wen reportedly has 13 ministers in tow. Continuar lendo

China de olho na Sibéria…

Na linha dos comentários sobre o Dragão, olha a China projetando-se em território russo… Seis milhões de russo X noventa milhões de chineses! Lendo a matéria, os números de ambos os gigantes impressionam.

Pequim olha para o extremo oriente da Rússia e suas inesgotáveis fontes de matéria-prima. Isso não vai dar certo…

Fronteira russo-chinesa: a imagem diz mais que mil palavras...

05/06/2011 12:24 PM

Change in Russia’s Far East – China’s Growing Interests in Siberia

By Matthias Schepp

There are just 6 million Russians left on the Siberian side of the border with China. Ninety million Chinese, backed by a voracious economy, live on the other side. China’s influence in Russia’s far east is growing rapidly and Siberia has become the raw material supplier to Beijing’s economic miracle.

One needs a lot of time and patience to reach the remote Russian settlement of Mirnaya. It takes almost four days to cover the 5,000 kilometers (3,100 miles) from Moscow to Lake Baikal in Siberia. Another 1,000 kilometers brings one to the regional capital of Chita, an old Cossack center. Mirnaya is still another 300 kilometers by car to the southeast, in the direction of China. Continuar lendo

O êxito do socialismo de mercado chinês

Recomendo efusivamente a meus alunos a leitura deste artigo. E dedico o post a minha caríssima amiga, Carmen Lícia Palazzo, ela própria uma especialista no gigante do Oriente.

Não tem jeito, parece que os chineses dominarão o mundo… E a China logo voltará a ser a primeira economia do globo. Confesso que tenho certo temor da China como potência hegemônica. Mas que eles vão chegar lá, isso vão… E pensar que, há cem anos, o país estava arrasado e sob o jugo das potências ocidentais..

Mao Inc. – China’s Terribly Successful Communist Party Turns 90

By Erich Follath and Wieland Wagner

Beijing’s communists are among the world’s most successful capitalists, but their economic ascent is often overshadowed by its human rights violations. The Communist Party now faces a crucial test: Can it become more democratic without jeopardizing its hold on power? Continuar lendo