Fallujah livre!

Notícia que chegou em boa hora: a cidade de Fallujah foi libertada das garras do Estado Islâmico. Cada vitória no guerra contra esses monstros deve ser celebrada! Não que o governo iraquiano seja muito gentil com seus cidadãos, mas qualquer coisa é melhor que estar sob o jugo do Daesh.

A guerra contra esses  facínoras está longe de acabar… ainda vai durar muito, para tristeza e desespero da população que vive sob a espada do ISIS ou é vítima dos conflitos no Iraque e na Síria. Diga-se de passagem, a responsabilidade do Ocidente, particularmente dos Estados Unidos, é grande nos dois casos: no Iraque, a coisa fugiu ao controle depois que George Walker Bush elegeu Saddam Hussein seu inimigo e resolveu apeá-lo do poder (às custas da destruição de um país inteiro); na Síria, o apoio de outro Hussein (o Barack Obama) a grupos insurgentes contra o (estável, ainda que tirano) regime de  Bashar al Assad, já ceifou centenas de milhares de vidas e gerou a maior crise de refugiados desde o fim II Guerra Mundial.

De toda maneira, o que conta agora é esmagar o Estado Islâmico. Se os ocidentais não conseguirem, espero que os russos sejam mais efetivos. E que essa corja seja riscada da face da terra…

Forças iraquianas anunciam libertação de Fallujah

DW, 26/06/2016

Militares afirmam terem recuperado último bairro ainda em poder do “Estado Islâmico”. Operação para reconquista começou em maio e obrigou 85 mil civis a deixarem a cidade.

Soldados iraquianos exibem bandeira do EI ao contrário em Falluja

As forças iraquianas anunciaram neste domingo (26/06) terem libertado totalmente Fallujah, uma cidade do oeste do Iraque nas mãos do grupo extremista “Estado Islâmico” (EI) desde janeiro de 2014.

 

Continuar lendo

Porque apoiar o Estado Islâmico…

isis_childremDifícil assinalar organização mais execrável, nefasta e bárbara que o chamado “Estado Islâmico”, o grupo jihadista que tem causado terror e morte em uma área abrangente do Oriente Médio, aí incluídos parte da Síria e, sobretudo, do Iraque. Esses facínoras, sob um discurso fundamentalista de estabelecimento de um “grande califado”, têm imposto um regime severo de violência no território por eles ocupado, com atos que compreendem crucificação de mulheres e crianças, degola de prisioneiros,  estupros, tortura, enfim, formas impensáveis de impor dor e sofrimento. Difícil mesmo conceber tamanha barbaridade em pleno século XX.

O Estado Islâmico é considerado radical até mesmo pela Al Qaeda. E consegue reunir contra ele países como os Estados Unidos e o Irã. A Organização das Nações Unidas já se manifestou no sentido de que medidas severas (inclusive com o uso da força) devem ser tomadas para deter a escalada de violência produzida pelos jihadistas. A coalizão internacional estabelecida para intervir militarmente na região encontra apoio de praticamente todo o mundo. Praticamente…

FOTO2-334495-2014-09-24-14-44Em meio à indignação mundial contra o Estado Islâmico, uma voz clamou isolada na abertura dos trabalhos deste ano da Assembléia Geral da ONU em prol da “negociação” com os monstros: foi a presidente Dilma Rousseff, que sem fazer referência direta ao grupo, mas tratando das intervenções militares na região, assinalou que “o uso da força é incapaz de eliminar as causas profundas dos conflitos”. Difícil conceber o que este Governo deseja defendendo um entendimento com os terroristas. Gostaria de uma explicação do porquê dessa atitude parcimoniosa com assassinos cruéis. Talvez a presidente não tenha sido tão bem assessorada para se portar daquela maneira em seu discurso na Assembléia Geral. O que levaria Dilma Rousseff a se colocar contra a necessidade de intervenção militar para por fim à barbárie promovida por um exército terrorista? Falta de informação? Desatenção para com um tema tão importante? Será que há afinidade de pensamento? 

Nada justifica o posicionamento do Governo brasileiro a favor da negociação com terroristas. Inaceitável qualquer forma de entendimento com o Estado Islâmico, mesmo porque o ódio e o obscurantismo daqueles monstros impede qualquer hipótese de negociação. Para acabar com o regime de terror desses criminosos na Síria e no Iraque, a única alternativa efetiva é a intervenção militar. A comunidade internacional precisa recorrer ao uso firme e maciço da força para arrancá-los de suas tocas, por fim a suas atrocidades e limpar os territórios ocupados por essa praga. Mas, pelo visto, não é assim que entende a presidente do Brasil, para a vergonha e a tristeza de muitos brasileiros.

isis_crucifixion_0A conduta condescendente do Brasil foi objeto de críticas diversas de vários países. Ninguém vê com bons olhos a existência do Estado Islâmico. Mas nosso governo quer negociar com eles. Não interessa como esses terroristas mostram o quanto são sanguinários e que estão dispostos aos maiores absurdos pela causa que defendem. Não interessa se crianças morrem massacradas por esses cretinos. Não interessa se mulheres são violentadas e pessoas são crucificadas em nome da religião. Nosso governo parece achar que eles têm o direito de impor seu regime de terror a milhares de seres humanos. Nosso governo acha que vale a pena. Sim, porque há algumas pessoas em Brasília que acreditam que apoiar o Estado Islâmico e todas as suas barbaridades vale a pena…

isis-heads-in-syria-1

Acabem com esses monstros!

islamic-stateMuita gente tem-me perguntado sobre o Estado Islâmico. Serei direto nos meus comentários: trata-se de um bando de facínoras, monstros desalmados que têm promovido violência e morte por onde passam. O que esses monstros (veja que não os chamo de animais) têm feito nas áreas que controlam põe no chinelo qualquer obra fictícia de terror. Ou, em termos modernos, nem os melhores roteiristas conseguiriam descrever o que esses pseudohumanos estão fazendo.

Em pleno século XXI, sob uma justificativa que em nada encontra amparo nos fundamentos do islamismo, o Estado Islâmico vem cometendo atrocidades contra civis, entre as quais execução de crianças, estupros, decapitações, tortura, crucificação. Violência assume outra dimensão com as práticas dessa organização. E milhares de pessoas acabam vítimas desses bandos armados que desejam estabelecer um “califado mundial”.

IslamicStatemassmurderÉ por isso que entendo que a única solução plausível ali é o uso maciço da força, com uma intervenção internacional armada nos moldes antigos.  Sim, falo de exércitos desembarcando ali com batalhões armados até os dentes, para combater esses monstros. Haveria muitas baixas, indubitavelmente. Bombardeios cirúrgicos não funcionam. Claro que as democracias ocidentais não vão chegar a esse ponto, que envolve sacrifício de seu pessoal de uniforme. Mas, sinceramente, há muito não tínhamos uma barbárie dessas proporções. Se o mundo permitir, vão continuar matando, estuprando, torturando… E, vinte anos depois, testemunharemos uma nova Ruanda.

Seguem uma reportagem sobre a nefasta organização e um vídeo mostrando um pouco do que é o Estado Islâmico – as imagens são fortes (legendas em alemão podem ser desativadas).

Inside Islamic State: crucifixions, severed heads, indoctrination

Lara Marlowe

Last Updated: Tuesday, August 19, 2014, 14:41

Until now, journalists who attempted to cover the Sunni Muslim fundamentalist enclave in northern Syria and Iraq known as the Islamic State were invariably taken hostage.

Medyan Dairieh, a London- based Palestinian war reporter, won the group’s trust through his past reporting on jihadists. Dairieh was embedded with IS officials for three weeks in Raqqa, Syria, the “capital” of the Islamic caliphate.

Continuar lendo

Guerras relogiosas

Tudo bem que por aqui a grande preocupação é quem vai para as oitavas e o jogo entre Brasil e Chile no sábado (torcendo pelo Brasil, sil, sil, sil!). Mas, seguindo a linha de Frumentarius, aproveito para lembrar que, no Iraque, a coisa está curda… A guerra entre sunitas e xiitas produz mais tensão e instabilidade na região ao mesmo tempo em que permite cenas inimagináveis como uma aproximação entre Irã e EUA para combater um inimigo comum…

Também complicada está a situação de 40 mil cristãos no Iraque, que são perseguidos e podem se tornar mais vítimas da guerra civil naquele país que, saibam todos, está muito mais terrível do que a imprensa por aqui tem noticiado. Ao menos os nossos internacionalistas deveriam dar atenção a isso…

Segue artigo da Spiegel sobre o assunto.

image-713435-galleryV9-fmcq

Spiegel Online – 06/26/2014 04:18 PM

Days of Terror – Iraqi Christians Live in Fear of ISIS

By Katrin Kuntz in Qaraqosh, Iraq

Some 40,000 Christians live in Qaraqosh, a town near Mosul, Iraq. Residents have been gathering daily in 12 local churches as ISIS jihadists advance towards the community. Their existence is a precarious one.

It was the evening of Tuesday, June 10 when Salam Kihkhwa walked into a mobile phone shop in the Qaraqosh city center to purchase more minutes for his phone. Kihkhwa surfs the Internet for several hours each day and was carrying an iPhone 5s in his hand as he navigated his way past brackish puddles on the edge of the road. He set a few wrinkled dinar notes down on the counter to pay for a pack of Winchesters. Just at that moment, he recalls, he heard the scream: “The jihadists are in the city!”

Salam no longer remembers where the scream came from or whether it was a man or a woman. But he knows he left his cigarettes and money on the counter, grabbed his phone and made a run for it. Hundreds of others joined him, and the crowd kept swelling as it dashed through the streets of Qaraqosh.

Continuar lendo