Dia da Bandeira (republicana)

bandeiras_imperio_republicaHoje, 19 de novembro, é o Dia da Bandeira. A data, que rememora o dia de 1889 quando os golpistas republicanos decidiram qual seria a bandeira definitiva que substituiria o belíssimo pavilhão imperial, serve para lembrar a todos os brasileiros o valor deste símbolo nacional. O único problema é que a maioria absoluta de nossa população não dá a mínima para a festividade de hoje e pouco conhecimento tem sobre a bandeira nacional. Isso é lamentável.

Ainda que prefira o pavilhão imperial, tenho profunda deferência e respeito por nossa bandeira, que considero de grande beleza. Nos últimos 125 anos, ela consolidou-se como o mais importante símbolo da pátria, e deve evocar sentimentos de amor filial e responsabilidade para com a nação. Enquanto estivermos sob o regime republicano, é ela que amarei, respeitarei e defenderei.

dragao_bandeiraTodo povo precisa de símbolos. Durante o Império, o Monarca era nosso símbolo maior, vivo e presente no imaginário da população. A bandeira nacional republicana busca preencher o vazio deixado pela imagem do soberano após a queda da monarquia. É por meio dela que nos fazemos conhecer pelo mundo, é em torno dela que nos unimos, e foi sob ela que muitos brasileiros deram a vida a serviço da pátria.

Minha homenagem hoje ao pavilhão nacional neste 19 de novembro!

Segue um vídeo gravado para a Agência Senado, no qual comento um pouco sobre o pavilhão verde-amarelo, e uma matéria relacionada.

03/11/2014 – Arquivo S

Bandeira nacional sofreu rejeição nos primórdios da República

Ao longo das primeiras décadas da República, vários projetos de lei tentaram desfigurar o modelo atual, feito em 1889. Principal crítica era aos dizeres “Ordem e progresso”, lema da Igreja Positivista


O quadro Pátria, pintado por Pedro Bruno em 1919, mostra mulheres costurando a bandeira do Brasil Foto: Reprodução/Paulo Rodrigues
Ricardo Westin

Quatro meses atrás, a bandeira verde e amarela se multiplicava pelo Brasil. Era plena Copa do Mundo e ela surgia nos muros, nos carros, nas roupas, nas janelas das casas. Poucas imagens conseguem ser tão fortes a ponto de mexer com a emoção dos brasileiros. Nem sempre foi assim. A bandeira, criada há 125 anos, levou décadas até cair de vez no gosto do país.

Em 19 de novembro de 1889, quatro dias após o golpe que enterrou a monarquia, o presidente Deodoro da Fonseca assinava um decreto com a descrição da sucessora da bandeira imperial. É por isso que o Dia da Bandeira se festeja em 19 de novembro. O modelo era praticamente idêntico ao atual. Em vez das 27 estrelas de hoje, havia 21 — o número dos estados de então mais a capital do país.

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Quando o Brasil foi Grande

cetro imperio Neste 15 de novembro, data que considero o dia da infâmia, gostaria de compartilhar com os amigos algumas de minhas razões de ser monarquista convicto. Esta a atualização de um texto que escrevi aqui em 2012.

Preliminarmente, convém registrar que não estou aqui a fazer proselitismo. Não quero convencer ninguém de que o regime monárquico é a melhor opção (apesar da profunda convicção de que é). Só o que desejo é expor minhas razões. Sou monarquista desde que me entendo por gente, e poderei dizer a meus netos que meu primeiro voto foi no parlamentarismo monárquico, por ocasião do plebiscito de 1993. Àquela época votei com convicção e segurança – vou o voto mais valioso e valorizado que já coloquei na urna.

Outra coisa: espero que este texto ajude ao menos a remover alguns preconceitos para com a alternativa monárquica. É irritante as pessoas acharem que somos monarquistas por excentricidade ou anacronismo. Incomoda a reação crítica a esse modelo quando é feita sem nenhum conhecimento do assunto, sob o único argumento (imbecil, desculpem a honestidade) de que “monarquia é coisa do passado” ou de que “o modelo republicano é mais democrático”. Para esses já respondo que a maior parte da população de países como o Reino Unido, o Japão, Suécia, Noruega, Holanda, Bélgica, Dinamarca (que, junto com Canadá, Austrália e Nova Zelândia constituem democracias modernas e desenvolvidas sob um regime monárquico) não pensa assim. Antes de criticarem a monarquia, as pessoas deveriam se informar mais…

Muito bem! Perguntam a razão de eu ser monarquista. Já disse, e repito, preliminarmente, que só vim a conhecer alguém da Casa Imperial do Brasil este ano de 2014, quando tive a feliz oportunidade de encontrar com Dom Bertrand de Orléans e Bragança. Príncipe Imperial do Brasil, com quem tive uma excelente conversa! Tampouco estou formalmente vinculado a qualquer organização monarquista (o que não significa que não o farei oportunamente). Sou monarquista, primeiro, porque creio que uma boa democracia se desenvolve em regimes parlamentaristas e, no Parlamentarismo, entendo que o melhor modelo é o monárquico, não o republicano. Repúblicas parlamentaristas são imperfeitas e o Presidente nunca consegue representar a totalidade da nação como o Chefe de Estado deve fazer (vide o recente caso alemão).

moeda imperioAdemais, parece-me que o único lugar onde o Presidencialismo realmente deu certo foi nos EUA, onde eles criaram o modelo, e no qual a instituição “presidência” é sagrada. Por aqui pela América Latina, o que se viu foram republiquetas instáveis, com caudilhos lutando pelo poder, golpes de Estado e instabilidade político-institucional marcada por aspirantes vorazes a ditador ou megalômanos que chegavam ao palácio presidencial sem estar realmente preparados para ocupar a posição de primeiro mandatário.

Outra razão pela qual sou monarquista é que acho que à época do Império tínhamos instituições mais sólidas e valores mais consistentes. A figura do monarca ajuda nisso – por mais que pessoalmente ele possa ser cheio de imperfeições (senão não seria humano), como figura pública é um símbolo nacional, com valores que devem ser seguidos, servindo de exemplo à população. O povo precisa de heróis, o povo precisa de referenciais, e um soberano é muito útil para compor positivamente esse imaginário. Ademais, aquela foi uma época em que o Brasil, com todos os seus problemas de desenvolvimento e atraso social, tinha uma Economia estável, um regime com liberdade de imprensa, grandes estadistas na vida pública, e era respeitado no concerto das nações, isso muito se devendo aos soberanos que aqui reinaram. Foi uma época, realmente, em que o Brasil era grande!

Antes que venham os comentários pacóvios: monarquias são menos suscetíveis à corrupção que repúblicas, a começar pelo próprio Chefe de Estado. Um monarca não precisa roubar do erário. Afinal, se o fizesse, estaria tirando do próprio bolso e não faria o menor sentido degradar um patrimônio que ele iria deixar para seus filhos. E se roubasse, qual seria o sentido? Onde, quando e como gastaria o butim? Presidentes, por outro lado, têm que fazer seu pé de meia, para quando deixarem o poder…

A monarquia, ao contrário do pensam alguns, é muito mais barata que uma República. Saibam que a Presidência de um país como o Brasil gasta muito mais que qualquer Casa Real. E, ainda que as despesas fossem mais altas para manter uma família real (melhor manter uma família permanentemente que várias famílias de presidentes por sucessivos anos), alguém já pensou no custo do presidencialismo em termos de gastos com campanhas eleitorais periódicas? Quanto dinheiro público não é gasto a cada quatro anos somente com as eleições presidenciais?

coroas (1)Não quero, repito, convencer ninguém para minha causa. Escrevi este texto porque quero compartilhar com meus leitores essa característica político-ideológica que para muitos me é tão marcante. Se você não gostar do que escrevi, paciência, não perca seu tempo tentando desconstruir meu discurso, vá cantar em outra freguesia. Escrevo para aqueles que, ao menos, tenham um mínimo de discernimento e sensatez para considerarem opiniões divergentes das suas, e que não sejam obtusos a ponto de simplesmente se fecharem a qualquer argumento que não tenham facilidade de compreender ou que pensem ser contrário a sua maneira de ver o mundo.

Monarquia é sinônimo de estabilidade. Refiro-me a monarquias constitucionais, que fique bem claro. É instituição moderna (ao contrário do que muitos pensam) e tem aspectos muito positivos.

Este quase quarentão (faço aniversário daqui a 23 dias) pode afirmar com toda convicção que prefere ser súdito do Império do Brasil a cidadão desta (ou de qualquer outra) república… Viva o Império do Brasil! Pela restauração! 

brasilimp1822-1889

O fracasso da república

Devo escrever alguma coisa sobre a fracassada experiência republicana (que de republicana pouco tem) mais tarde… De toda maneira, para começar este dia de luto pelo golpe de 15 de novembro de 1899, segue texto publicado no site causa imperial. Recomendo a quem queira refletir um pouco sobre o assunto. Para aqueles que acham ridícula a causa monárquica e preferem a republiqueta personalista anarco-sindicalista, bem, não leiam; este site não é para vocês! E continuem com suas convicções (só tenho que lamentar…)!

Res-publica?

               Faz mais de cem anos que a República foi imposta através de um golpe militar!

                Digamos que nestes cem anos, como se estivéssemos num laboratório, pudemos coletar dados suficientes para uma análise acurada das instituições republicanas.

                Será que após cem já somos capazes de responder a questão: _ A República funcionou? Continuar lendo

Gilberto Freyre, Monarquia e doenças tropicais…

Comprei um livro de Gilberto Freyre intitulado China tropical e outros escritos sobre a influência do Oriente na cultura luso-brasileira (São Paulo: Global, 2011), que, de fato, é compilação de ensaios, capítulos de livros e conferências do mestre pernambucano, feita por Vamireh Chacon e Edson Nery da Fonseca.

Dedicarei um post específico a comentar a obra, mas para o momento só gostaria de citar um trecho que achei estupendo sobre as relações políticas na monarquia e na república brasileiras! Em uma conferência de 1944, proferida na Universidade de Indiana, Freyre trata das doenças tropicais, entres elas, os males da política:

“Se no devido tempo tivesse sido feito um estudo desse tipo que explicasse por que o Brasil se tornou independente permanecendo monárquico, evitando uma radical forma republicana de governo, talvez a primeira tivesse sido preservada em nosso país, para vantagem não só do povo brasileiro, em particular, como da comunidade pan-americana em geral. Pois o governo monárquico seguramente imunizava o Brasil contra algumas das doenças políticas adquiridas pelos brasileiros quando, para modernizar ou pan-americanizar o seu país, adotaram a forma republicana de governo. Mesmo em nossos dias, a República brasileira está mais protegida de doenças políticas quando utiliza métodos de lidar com problemas brasileiros que constituem inteligente modernização daqueles métodos tradicionalmente monárquicos e, ao mesmo tempo, democráticos, em lugar de serem mera cópia daquilo que os anglo-americanos construíram nos Estados Unidos; ou do que os alemães fizeram ao criar a sua lírica e irreal República de Weimar – também copiada, em alguns pontos, pelos idealistas brasileiros na década de 1930.”

O texto continua tratando da necessidade de maior interação cultural entre o Sul e o Norte, mas sem que a América Latina se coloque sempre em posição de inferioridade frente à América anglo-saxônica, nem tampouco desenvolva um “anti-ianquismo” ou uma “ianquefobia”…

Se os acadêmicos de hoje (sobretudo os que se autodeclaram “intelectuais”) lessem mais e conhecessem o pensamento de clássicos como Gilberto Freyre, Oliveira Viana, João Camilo de Oliveira Torres (estou falando em ler mesmo, não dizer que leu e que conhece) e fizessem com que seus alunos os conhecessem (sem preconceitos ou influências ideológicas), teríamos um inteligentsia brasileira em desenvolvimento e se compreenderia melhor a realidade e os problemas deste País. Também entendendo o passado , seria possível pensar o futuro com mais acuidade. Infelizmente, nos dias de hoje, a censura ideológica (e conseqüente patrulha sob orientações político-partidárias), ou a simples ignorância motivada pela preguiça, parecem prevalecer no (pseudo)pensamento brasileiro, o que tem como conseqüência a alienação das elites e o emburrecimento da nação. Pronto, falei!

Oh, poor Queen Elizabeth…

Notícia decisiva para o futuro da humanidade: em seu discurso de posse como nova Primeira-Ministra da Jamaica, Portia Simpson Miller defendeu que seu país se torne uma República… Elizabeth II deixaria de ser a Chefe de Estado jamaicana (claro que Sua Majestade deve estar perdendo o sono com isso, coitadinha!)… Certamente, alguém deve estar doido(a) para virar Presidente do país caribenho… Perdem a Jamaica e seu povo…

Como costumo dizer para meus amigos da Comunidade Britânica das Nações, não pensem em se tornar república… Não achem que uma república é mais democrática ou representativa que uma monarquia constitucional… Cuidado para não cair no canto de sereias que só querem ganhos pessoais com um modelo republicano… Não entreguem a chefia do Estado a pessoas que ão foram desde cedo preparadas para esse cargo de união nacional…Enfim, permaneçam fiéis à tradição monárquica e enjoy your Queen

BBC News – 6 January 2012

Jamaica to break links with Queen, says Prime Minister Simpson Miller

Jamaica’s new Prime Minister, Portia Simpson Miller, has said she intends to make the island a republic, removing Queen Elizabeth as the head of state. Continuar lendo