23. Idiomas (20/11/2014)

Manejar sabiamente uma língua é praticar uma espécie de feitiçaria evocatória.
Charles Baudelaire

Ser é comunicar-se. Ou, como diria o filósofo, “quem não se comunica, se trumbica”! Apesar da Matemática, juntamente com a Música, serem consideradas as formas mais universais de linguagem, nunca aprendi a última e não tenho qualquer pendor para os números (sou um disléxico matemático – eu me atrapalho até contando de 1 a 10). Entretanto, o que me faltava de domínio da linguagem de Pitágoras, foi-me compensado pela Providência com a afinidade com idiomas.

Primeiramente, nosso vernáculo! Sou um apaixonado pela Língua Portuguesa, com sua sonoridade encantadora, mais dura na terra de Pessoa e mais doce e suave na de Machado. A última flor do Lácio é de uma riqueza que seduz e seus meandros encantam a todo aquele que dela desfruta. Sim, porque falar português é um privilégio! Orgulho-me de ser nativo desse idioma presente em todos os continentes, que une povos e culturas das mais distintas sob a herança da linguagem lusitana. “Minha pátria é minha língua”, dizia Pessoa (por sinal, um frater rosacruz), e estou plenamente de acordo. Viva a Língua Portuguesa!

Claro que minha paixão pela cidadania universal e pelo contato com outros povos e culturas só poderia ser plenamente vivida com o conhecimento dos idiomas dessas gentes! Quando se aprende uma nova língua, mergulha-se em nova cultura e se conhece outras sociedades. E, ao longo de minha vida, como autodidata ou na escola, dediquei-me a aprender sobre outros povos por meio do estudo de idiomas. Já fiz incursões, mais ou menos aprofundadas, por inglês, francês, espanhol, alemão, russo, árabe, hebraico e italiano. E o melhor de tudo é que, quanto mais línguas se aprende, mais fácil se torna o aprendizado de outras novas!

A língua de Shakespeare e a de Cervantes aprendi praticamente por conta própria, como autodidata. Considero o conhecimento delas fundamental para qualquer um que queira ampliar seus horizontes. São idiomas de trabalho, essenciais para a sobrevivência no mundo moderno.

Já o apaixonante idioma de Molière, comecei a estudá-lo no meu querido Centro Interescolar de Línguas de Sobradinho, o CIL (exemplo de escola pública de excelência), no qual viria a ser professor de francês em meu primeiro emprego com carteira assinada. Segui então para a Aliança Francesa, onde concluí os últimos graus de estudos de língua e civilização francesas, tendo prestado exames e obtido os diplomas de terceiro ciclo fornecidos pela Universidade de Nancy.

A língua alemã acho belíssima. Comecei a estudá-la na universidade, parei um tempo, e depois voltei com aulas particulares. A afinidade com o idioma de Goethe está além de qualquer explicação materialista – alemão, sempre aprendi com o coração! Também idioma fascinante é o de Tolstói e Dostoievski! Minhas primeiras lições de russo, ao final da Guerra Fria, foram na própria Embaixada da Rússia. Oxalá possa algum dia ler esses clássicos no original.

Já estudei árabe e hebraico (línguas arcanas, que devem ser compreendidas), e tenho conhecimentos de italiano (que sempre achei belo, particularmente por suas reminiscências do Latim). Ainda me aprofundarei nesses e em outros idiomas, para poder falar com um maior número de pessoas em sua língua natal. Realizo-me chegando a um lugar e conseguindo conversar com os locais em seu próprio vernáculo. Alguns chamariam isso de “complexo de Indiana Jones”.

Não me prolongarei mais tratando de meu fascínio pelas distintas maneiras pelas quais as pessoas se comunicam em todo o globo. Faltando 18 dias para meu aniversário de 40 anos, o que posso dizer é que minhas primeiras quatro décadas de vida foram muito mais divertidas graças ao aprendizado de línguas estrangeiras e, por meio destas, à vivência de outras culturas e ao conhecimento de pessoas e histórias fascinantes!

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O Império do Brasil

Nesta data, que deveria ser celebrada, em verso e prosa, por todos os que amam o Brasil, como a mais cívica de nosso calendário (mas  a qual, infelizmente, é apenas mais um “feriadão” para a absoluta maioria dos brasileiros), faço aqui esta homenagem ao glorioso Império do Brasil. Nunca se viveu tamanha democracia como naqueles tempos! Nunca se valorizou tanto a nacionalidade e o sentimento de pátria! E nunca se vivenciou tanto o republicanismo, sobretudo à época do reinado de Pedro II, o maior estadista de nossa história!

Alguns leitores, particularmente os republicanos mais radicais, vão dizer que faço aqui uma apologia cega e infundada ao Império… Que pensem e digam assim! Não vou mudar suas convições, nem o quero. Este texto é dedicado aos monarquistas e simpatizantes da causa monárquica, àqueles que acreditam que pode haver um Brasil diferente, mais digno, democrático, moderno e civilizado!

O 7 de setembro é uma celebração das conquistas do Império e dos grandes homens que construíram este País! Podem até nos querer tirar esse sentimento de brasilidade e gratidão para com os fundadores da pátria e aqueles que garantiram nossa unidade nacional! Não conseguirão, entretanto, pois o 7 de setembro é uma data imperial, assim como  as cores de nossa bandeira e o hino nacional, legados do Império!

De fato, o 7 de setembro é uma data de regozijo para todos os monarquistas! Lembremos de um tempo de força, honra e glória, um tempo de independência e de respeito que tínhamos perante o concerto da nações! Sim, talvez ainda hoje não tenhamos alcançado o prestígio do Império, prestígio este que a república não soube preservar!

Mas não falemos da república! Lembremos,  sim, de nossos dois monarcas: Pedro I, o jovem príncipe português, que com apenas 23 anos ousou reagir à pressão das Cortes de Portugal pela volta aos grilhões coloniais e proclamou a independência do Brasil! Ele, o filho e herdeiro de Dom João VI, de Portugal, bom lembrar, não nasceu brasileiro… entretanto, tornou-se brasileiro por escolha própria e pelo amor que tinha a estas terras (de fato, foi o primeiro brasileiro, pois fundou o Brasil!)… e amou o Brasil mais que a grande maioria dos governantes que o sucederam! Amou tanto este País que deixou para os brasileiros o que tinha de mais precioso: seu filho varão, que superaria o pai como soberano-cidadão!

Lembremos de Pedro II, o mais singular dos monarcas de seu tempo, sábio e virtuoso, o qual por sua grandeza própria alçava o Brasil à condição de grande! Pedro II, o primeiro dos voluntários da pátria e que, como o pai, amou tanto o Brasil a ponto de sacrificar sua dinastia por princípios maiores, pela garantia da ordem, pela preservação da paz e para que sangue brasileiro não fosse derramado! Um governante que, ao ser enviado ao exílio, recusou a pensão oferecida pelos golpistas republicanos, e cujo único valor que fez questão de levar consigo foi um travesseiro “com terra do Brasil”. Foi sobre essa terra do Brasil que Sua Majestade descansou a cabeça pela última vez e para a eternidade!

O 7 de setembro deveria servir para lembrar aos brasileiros  (e, em especial, a seus dirigentes) de nossos dois imperadores, os quais, cada um a sua maneira, servem de exemplo aos governantes desta república combalida, saqueada e humilhada, vítima da corrupção, da gatunagem e da exploração inescrupulosa!

Que as futuras gerações possam conhecer mais sobre o Império do Brasil e seus soberanos! Quem sabe dessa maneira consigamos desenvolver um sentimento de patriotismo, respeito e zelo pela coisa pública, de cidadania e civilidade! Só conhecendo mais sobre nosso passado imperial é que conseguiremos entender a frase do então Presidente da Venezuela, Rojas Paúl, quando foi informado do golpe que pusera fim à monarquia: “Acabou-se a única República da América – o Império do Brasil!”!

Viva o 7 de setembro! Viva Dom Pedro I! Viva Dom Pedro II! Viva o Império do Brasil!

Pela Restauração!

100 mil acessos!!!!!!!!!!!!!!

Caríssimos leitores,

Após um ano e meio de atividade, chegamos aos 100 mil acessos! Isso mesmo, 100.000! O feito merece registro, sobretudo pelas especificidades de Frumentarius, um site que não é voltado ao grande público, tampouco aqueles de mente limitada pelo preconceito e a aversão à diversidade! Dentre esses acessos, tivemos gente do Brasil, Portugal, EUA, Reino Unido, de todas as nações lusófonas (Angola, Cabo Verde, Guiné Bissau, Moçambique e Timor Leste), de países vizinhos como Argentina e Paraguai, e também de lugares longínquos, mas nem por isso menos fascinantes, como Índia, China, Estônia, Sérvia, Moldávia, Mongólia, Quênia (Kenya), Tanzânia e Maldivas! Mesmo de países que passam por situação difícil, como Afeganistão, Líbia e Síria, tivemos quem acessasse Frumentarius neste últimos 18 meses!

E, por falar em dificuldades, viagens constantes e muito trabalho nos impediram, nos últimos dois meses, de diariamente atualizar o site como gostaríamos! Mesmo assim, foi mantida a média de 200 acessos/dia! Obrigado a todos os nossos leitores (um pouquinho mais dos simbólicos 8 fiéis mais minha mãe) que nos têm acompanhado, lido, comentado, criticado, mandado notícias e contribuído, das mais diferentes maneiras, para com esse site cujo maior objetivo é pensar um pouco de tudo, de forma aberta e sem preconceitos (mas claro, sempre com meu viés mais à direita, senão não seria eu, né?), e respeitando quem diverge, desde que o faça de forma civilizada!

Em tempo: apesar de alguns posts em outros idiomas, nossa opção é continuar escrevendo em português! Afinal, como diria Pessoa, minha pátria é a língua portuguesa! Acredito, sinceramente, que temos que produzir mais no vernáculo que nos une! Claro que, sempre que possível, publicarei em inglês, francês, espanhol ou até em alemão. Entretanto, a língua oficial dos comentários de Frumentarius é a de Camões, Vieira, Machado, Pessoa e Drummond! Viva à lusofonia! Viva a pátria lusófona!

Obrigado, queridos leitores! Muito obrigado! Vocês nos impulsionam a continuar publicando, escrevendo e criticando! E parabéns a todos nós!