40. Gente de Bem (07/12/2014)

Não há nada de errado com aqueles que não gostam de política, simplesmente serão governados por aqueles gostam.
Platão

Neste último dia que antecede meu aniversário de quarenta anos, gostaria de dedicar a derradeira crônica a algo que me foi muito marcante em 2014: a decisão pela carreira política.

Aqueles que me conhecem desde priscas eras sabem que sempre mantive grande paixão pela política. Apesar de não me engajar diretamente em nenhum partido ou movimento, já muito jovem tinha interesse pela forma como eram conduzidos os caminhos do País. Porém, uma vez que devia trabalhar para vencer na vida, deixei adormecida a vontade de me envolver mais efetivamente com a nobre arte.

Foi apenas agora, com quase 40 anos, e já estabelecido profissionalmente, mais maduro e estabilizado, e diante da situação enlameada em que se encontra o País e da escassez de líderes, de gente comprometida com o interesse público, de gente de bem na Política (não disse que não existe gente séria nesse ramo; disse que estão escassos), decidi que era chegada a hora de arregaçar as mangas, mostrar a cara e tentar fazer alguma coisa pelo futuro de nossos filhos. Candidatei-me a deputado federal, aqui pelo DF.

Como também é do conhecimento de muitos, acabei renunciando, após cerca de um mês de campanha. O que posso dizer sobre os motivos, além do que já assinalei em minha carta aberta de renúncia, é que não aceitei proposta que me foi feita para me desviar dos objetivos. Seu Jacob e Dona Conceição ensinaram-me que valores e princípios não são negociáveis. Por isso, para não começar errado, preferi adiar o projeto político.

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Que fique claro que só adiamos nosso projeto de atuar na esfera política (por um Brasil melhor, mais justo e perfeito)! Como disse meu amigo Leonardo Gadelha (ele próprio da estirpe de bons políticos), uma vez inoculado pelo vírus da Política, não há cura ou antídoto. E, no tempo de campanha e pré-campanha, acabei contaminado por esse bem!

Da experiência deste ano, tirei muito aprendizado. Conheci um pouco dos meandros da política no DF, vi algo do tabuleiro e da maneira como as peças são dispostas. Circulei muito pelo Distrito Federal, e observei o quanto estamos carentes de bons políticos, de gente honrada que esteja disposta a trabalhar pelos outros, e a colocar o interesse público acima do particular. Amadureci. Saí diferente do que era quando entrei.

Mas, indubitavelmente, o melhor desse período foi a possibilidade de conhecer pessoas, reencontrar amigos e reunir um grupo maravilho de cidadãos para discutir sobre os problemas do DF e do Brasil e nos ajudar a tentar mudar nossa terra para melhor. Foi, verdadeiramente, uma experiência gratificante, enriquecedora. Muito bom conseguir reunir gente de bem em torno de uma causa! Muito bom saber que há gente como a gente, mais do que se imagina, interessada em um Brasil mais igualitário, democrático, livre da corrupção e do assistencialismo que mantém milhões sob a égide de grupos com interesses pouco republicanos.

Campanha3Repito que não desistimos dessa caminhada. Apenas seguramos um pouco o passo. Não sei se serei candidato em 2018. Ainda estou sem partido e muito pode acontecer nos próximos anos. Porém, a equipe que nos apoiou continua unida e desejosa de fazer algo, e a ela já se juntaram mais pessoas de bem. Se não for na política partidária, estaremos presentes e prontos, atuando em outras esferas, para contribuir por uma sociedade melhor.

Neste último dia antes de meu aniversário, nesta última crônica dos meus quarenta anos, quero agradecer a todos que me apoiaram, diretamente compondo nossa grande equipe, divulgando nossa candidatura, ou mesmo votando em nós e acreditando em nosso projeto, porque vocês fizeram a diferença! Sinceramente, muito obrigado por confiarem que podemos fazer algo distinto do que está aí, que podemos trabalhar por um Brasil melhor, e com mais gente de bem na política. Meu fraternal abraço a todos que estiveram conosco nessa caminhada!

[Nota: em 2018, decidi não me candidatar. O resultado das urnas, de toda maneira, trouxe uma nova esperança. Oxalá os eleitos em 2018 possam conduzir o País para um novo rumo, combatendo a corrupção, reconstruindo o País e contribuindo para um Brasil melhor!]

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Democracia, Participação e Representatividade no Brasil

Meus caros,

Foi muito proveitoso o bate-papo com a jornalista Natália Borges e o professor Creomar de Souza sobre democracia, participação e representatividade no Brasil.

Segue o vídeo da conversa:

Haverá outros!

Abraço!

Retorno e pré-candidatura

Normandia 2014 - ArromanchesEstamos de volta! Nas últimas semanas, tivemos muitas atividades no mundo físico que nos impediram de atuar aqui no mundo virtual. E como não gosto de simplesmente jogar notícias a meus leitores, preferi não inserir nada que não tivesse comentários.

O mês de junho começou com nossa viagem à Normandia para acompanhar as celebrações dos 70 anos do Dia D. Foi um acontecimento de extrema importância e decidi estar presente no local onde começou a retomada da Europa pelas forças da liberdade e da democracia. Foi uma grande experiência, sobretudo pela possibilidade de conversar com alguns veteranos, homens que, nos dias 6.6.1944 e seguintes, combateram na França nos últimos meses da II Guerra Mundial. Logo publicarei minhas impressões da Normandia e comentários sobre o mais longo dos dias.

Mas quero compartilhar outra novidade com meus queridos leitores: sou pré-candidato ao cargo de deputado federal pelo Partido Progressista aqui no DF. Isso que você leu! Resolvi que chegou a hora de sair da zona de conforto e me apresentar para trabalhar pelo DF e sua gente e unir forças àqueles que querem um Brasil melhor e uma boa Política.

Vocês me conhecem, acompanham minhas reflexões por aqui… Não represento qualquer segmento econômico e nossa campanha se dará com o apoio dos amigos e de gente como nós. Sou um cidadão comum, servidor público e professor, de classe média, preocupado com a situação do País e disposto a trabalhar para melhorar o Brasil. Nesse sentido, a via política é de extrema importância e temos que participar mais dela. Afinal, se pessoas de bem não se envolverem com política, os maus se envolverão.

Enfim, temos projetos para o DF e para o Brasil, e esperamos poder submetê-los aos eleitores do Distrito Federal. No próximo dia 28/06 teremos a convenção distrital e, confirmado nosso nome, apresentarei a meus leitores as idéias e propostas e a razão de nossa candidatura.

Bom, é isso! Estamos de volta com novas perspectivas! Conto com o apoio de todos neste projeto por um DF melhor e por um Brasil melhor.

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Gente de Bem e a Política

Em tempo: agora que aprendi a colocar vídeos aqui em nossa página, segue breve reflexão sobre a importância de termos mais pessoas honestas e com interesse público participando da vida política. Afinal, se os bons não participarem, os maus continuarão ditando as regras.

Nosso canal no youtube

Olá, meus caros!

Com o objetivo de ampliar nossas atividades neste maravilhoso mundo virtual, informamos que a partir de hoje entra no ar nosso canal no youtube (www.youtube.com/joanisvalbsb). A idéia é disponibilizar vídeos nossos com reflexões, entrevistas e comentários sobre distintos temas.

Para começar, lançamos o vídeo Gente de Bem e Política. Espero que gostem e agradeço se divulgarem o vídeo e o canal, assim como fazem com esta página. Para acessar diretamente esse vídeo, clique aqui. Aprendi a colocar o vídeo aqui em Frumentarius também (Yes!), e o próximo post é a esse respeito!

Ah, sim! E, por favor, curtam e divulguem nossa fanpage no Facebook (www.facebook.com/joanisval.goncalves).

Abraço!

Joanisval canal

 

O homem de bem e a Política

Plenario-camara-federalEm conversa recente com um amigo, tratamos sobre a desilusão crescente de muitos brasileiros com as nossas instituições e com os rumos que o Brasil está tomando. O resultado é que cada vez menos pessoas têm interesse em participar da vida política do País. Afinal, Política no Brasil virou sinônimo de corrupção, falcatruas, falta de compromisso como interesses maiores, com o bem comum, em um ambiente de agentes públicos ineptos, de quadrilhas que se reúnem para se apropriar do erário…

Com a crise de valores em que vivemos, as pessoas boas e honestas tendem não querer se envolver com a política. Essa opção, entretanto, é tremendamente danosa para a democracia brasileira e constitui um grande perigo para o futuro do País.

politica-no-brasil-eleicao-2012O homem de bem não pode se omitir da participação na vida política de sua cidade, de seu estado, de seu país. De fato, ao se omitir, ele ou ela cede espaço para os inescrupulosos, para os desonestos e para os maus, que acabam encontrando na vida pública um campo fértil para explorar os mais necessitados e usar o Estado para objetivos privados e ilegítimos.

As pessoas de bem querem certamente um Brasil melhor, mais justo e igualitário. Querem um Brasil onde haja igualdade de oportunidades, onde o Estado não interfira na vida privada dos cidadãos, e em que a autoridade pública cuide dos mais necessitados. As pessoas de bem querem justiça social e liberdade, querem segurança e serviços públicos de qualidade. O problema é que, enquanto o Estado brasileiro estiver entregue aos maus e aos despreparados, dificilmente teremos um país melhor.

É por isso que acredito que é um dever da pessoa de bem participar da vida pública e da Política, e trabalhar pela boa Política. Somente com mudanças e renovação na Política é que mudaremos o Brasil. Essa participação pode-se dar de diferentes maneiras: com atividades de assistência social, com dedicação de tempo à conscientização dos brasileiros sobre cidadania e sobre regras de vida em sociedade, bem como apoiando ou votando em pessoas de bem que decidam concorrer nas eleições. Deve-se dar também acompanhando o trabalho e as atividades daqueles que elegemos e cobrando deles o cumprimento dos compromissos de campanha. Certamente, o acompanhamento permanente das atividades dos políticos e a cobrança constante feita pelo eleitor sobre aqueles que o representam terão muito mais efeitos para melhorar o Brasil que manifestações pontuais, ainda que de milhares de pessoas, pelas ruas do País.

Cs-politicas1Há, ainda, uma maneira mais ousada de participar da vida política: candidatando-se a um cargo público… Por que não? Este é, sem dúvida, um dos gestos mais abnegados do homem e da mulher de bem. É se dispor a, como fez Daniel, entrar na cova dos leões e ali se conduzir com higidez, com coragem e com o compromisso de trabalhar por um Brasil melhor. Sim, porque temos que transformar a vida pública em um espaço de pessoas cada vez melhores e mais comprometidas com o bem comum. Se ficarmos acomodados em casa, a situação do País só tende a piorar. Alguma coisa precisa ser feita.

Sobre o homem de bem e a Política, o amigo lembrou-me das palavras do Papa Francisco na Jornada Mundial da Juventude, em 2013. Independentemente da religião que você professe, meu caro leitor, ou da simpatia que você porventura tenha por Sua Santidade (eu sou um grande admirador do Papa Francisco), as palavras do Chefe de Estado e do líder espiritual de mais de um bilhão de católicos no mundo foram muito apropriadas para o Brasil e os brasileiros no momento de crise de valores, de crise política, pelo qual passamos. Disse o Papa Francisco (transcrição feita pelo amigo do discurso de Sua Santidade):

“Não podemos fazer como Pilatos e lavar as mãos… Nós cristãos temos o dever de nos envolvermos na Política porque a Política é uma das formas mais altas de fazer a caridade, porque busca o bem comum… Envolver-se na Política é uma obrigação para um cristão… Os leigos cristãos devem trabalhar na Política… A Política está muito suja, mas eu pergunto: ‘está suja por quê?!’ Porque os cristãos não se envolveram nela com espírito evangélico… É fácil dizer que a culpa é dos outros… mas eu, o que faço? [Participar da vida política] é um dever… Trabalhar pelo bem comum é um dever cristão…”

Da próxima vez que você se sentir relutante ou desinteressado em participar da vida política de sua cidade, de seu estado, ou mesmo de seu país, lembre-se que, se continuar sem fazer nada, os maus continuarão fazendo alguma coisa de ruim. E, se ainda tiver alguma dúvida, registro as sábias palavras do historiador britânico Arnold Toynbee (1889-1975): “O maior castigo para quem não gosta de política é ser governado pelos que gostam”.

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