ONU: intervenção em assuntos internos do Brasil

E o que a ONU tem com isso? Inadmissível que uma organização internacional queira se meter em assuntos internos dos países. Tem feito isso com a Síria, agora vem com discurso semelhante para com o Brasil.

Acho que os burocratas de Nova York deve buscar questões mais importantes para se preocupar. Ademais, uma organização que já foi um seleto clube de ditaduras não tem que se meter por aqui. A Lei de Anistia é um aspecto importante da redemocratização do Brasil, com uma abertura lenta, gradual e progressiva. É isso que precisam aprender da nossa história.

ONU pede para Brasil levar à frente denúncia contra Curió

Coronel é acusado de cinco sequestros na região do Araguaia durante a ditadura militar

O Globo, Juliana Castro, Bruno Góes, Publicado:16/03/12 – 9h43

RIO – A Organização das Nações Unidas (ONU) em Genebra divulgou na manhã desta sexta-feira um comunicado em que pede que o Judiciário Brasileiro leve à frente a denúncia do Ministério Público Federal contra o coronel Sebastião Curió Rodrigues de Moura por cinco sequestros na região do Araguaia, durante o período da ditadura militar. Continuar lendo

Justiça Federal rejeita denúncia contra Curió por crimes do período militar. Excelente!

Devido à alta relevância, esta será a única notícia do dia a ser comentada aqui no site. 

Parabéns ao Juiz João César Otoni de Matos, que certamente dignificou a toga que veste! Sua Excelência mostrou que a Justiça não pode ceder a arroubos revanchistas e ideológicos, e garantiu não só a preservação da lei, mas a proteção do estado democrático de direito.

Repito que não conheço Sebastião Curió, nem tenho qualquer simpatia por ele. Mas a decisão do Juiz Otoni de Matos foi sensata e coerente com lei, além de marcar uma posição importante em defesa da democracia.

Certamente outras denúncias virão. Oxalá os demais magistrados brasileiros possam decidir com a mesma isenção, coerência, dignidade e sensibilidade jurídica e, sobretudo, política, como o fez o Juiz no Pará.

Ponto para o Poder Judiciário brasileiro! Ponto para a democracia no Brasil!

Folha.com – 16/03/2012 – 17h08

Justiça Federal rejeita denúncia contra militar do Araguaia

DE SÃO PAULO

A Justiça Federal no Pará rejeitou nesta sexta-feira (16) a denúncia oferecida pelo Ministério Público Federal contra o coronel da reserva do Exército Sebastião Curió, conhecido como Major Curió, pelo suposto sequestro de militantes políticos durante a guerrilha do Araguaia (1972-1975). Continuar lendo

Ministério Público denunciará Sebastião Curió por crimes do período militar

Não conheço pessoalmente nem tenho qualquer simpatia por Sebastião Curió, não mesmo. Entretanto, e independentemente da pessoa de Curió, a iniciativa do Ministério Público Federal (MPF) é preocupante e põe em xeque a Lei de Anistia. Os procuradores da República desconsideram a História do País e o aspecto político dessa lei. E essa é só a primeira ação do Parquet. Muitas outras denúncias virão. Muitos réus surgirão.

Sinceramente, tenho muito respeito e admiração pelo MPF e seu trabalho. Mas creio que os representantes do Ministério Público teriam questões muito mais importantes e atuais com as quais se preocupar. Anotem aí: esse é mais um passo (importante) para o fim do estado de direito no Brasil…

G1 – 13/03/2012 

MP diz que denunciará militar por crimes na guerrilha do Araguaia

Coronel Curió, da reserva, será denunciado pelo sequestro de 5 pessoas.
Advogado de militar diz que só se pronunciará depois de ler a denúncia.

Iara Lemos * Do G1, em Brasília

O Ministério Público Federal (MPF) anunciou nesta terça-feira (13), que irá denunciar o coronel da reserva Sebastião Curió Rodrigues de Moura, conhecido como major Curió, por crimes de sequestro qualificado contra cinco militantes que atuaram durante a guerrilha do Araguaia. A guerrilha foi um movimento armado contra a ditadura militar organizado pelo PC do B e reprimido pelo Exército, entre 1972 e 1975, no sul do Pará. Continuar lendo

Preparando-se para a caçada

A notícia, surpreendeu-me, preocupou-me, irritou-me.
Agora são membros do Ministério Público que tentam forçar interpretações absurdas para por abaixo a Lei de Anistia. Por favor, não me venham com esse argumento estapafúrdio de “crime permanente” para os desaparecimentos do período militar!

Em vez de se preocuparem com os milhares de brasileiros e brasileiras que desaparecem todos os dias vítimas da violência e da impunidade no Brasil de hoje, esses “órgãos do Estado” (como gostam de ser chamados) apontam suas canetas afiadas para alvos de um outro tempo e de um outro Brasil. Argumentam que precisam “rever a História”, mas suas acusações voltam-se apenas a um lado da chamada “guerra suja” (enquanto muitos dos que cometeram crimes naqueles anos turbulentos estão hoje impunes ocupando altos postos na Administração Pública ou vivendo de gordas indenizações e se vangloriando por seus crimes). 

Reitero que a iniciativa de alguns desses nobres representantes do Ministério Público é mais que preocupante. Sob o argumento legalista (que muito mais tem de revanchismo e ódio ideologicamente orientado), tentam desconsiderar uma  Lei que, mais que um simples dispositivo legal, foi o instrumento para a garantia da transição democrática, pacífica e conciliadora. 

A caça às bruxas começa a ganhar força. O próximo passo é perseguirem os opositores do regime ou aqueles que têm opiniões discordantes. Isso sim é autoritarismo, e sob um manto democrático. Algo tem que ser feito para evitar os expurgos. Será que a sociedade brasileira continuará inerte diante desse revisionismo que afronta as bases da nossa democracia? Será que apenas tarde demais se perceberá que o Estado brasileiro está sendo tomado de assalto por indivíduos orientados pela ideologia de uma época que felizmente caiu com um muro da vergonha há mais de duas décadas? A situação é preocupante…

Ministério Público prepara ações contra militares por crimes da ditadura

Tese de procuradores ignora a Lei da Anistia para os chamados casos de ‘desaparecimento político’ por entender que eles não prescreveram; militares contestam

10 de março de 2012 | http://www.estadao.com.br

Roldão Arruda

O Ministério Público Federal está intensificando esforços para a instalação de processos que levem à responsabilização de pessoas envolvidas com os chamados crimes permanentes – sequestro e ocultação de cadáver – praticados por agentes do Estado nos anos da ditadura militar. Em São Paulo, procuradores federais estão prestes a ajuizar as primeiras ações nesses casos, mais conhecidos como “desaparecimentos”. Eles defendem a ideia de que os possíveis autores de crimes permanentes não foram abrangidos pela Lei da Anistia, que cobre um período limitado de tempo, entre 1961 e 1979. Continuar lendo