Segredos da Guerra

Notícia de maio, mas ainda está em tempo de divulgar: quase 30 mil documentos da Segunda Guerra Mundial de posse do Governo dos EUA foram desclassificados e estão disponíveis para consulta. Isso é um prato cheio para historiadores, sobretudo para aqueles que acreditamos que ainda há muito a se pesquisar, descobrir e escrever sobre aquele conflito que acabou há 71 anos… Mãos à obra, garimpeiros!

NSA Releases Thousands of WWII-era Documents to National Archives

More than 29,000 pages of declassified material related to the World War II-era Target Intelligence Committee (TICOM) are now publicly available following a recent transfer from the National Security Agency to the National Archives and Records Administration.

Enigma Gallery

It was NSA’s final transfer of its material related to TICOM, a joint project that began in 1944 between the United States and the United Kingdom. The now-famous “Monuments Men” searched for precious works of art that had been looted by the Nazis – with the goal of returning items to their rightful owners. In contrast, TICOM teams followed Allied armies into occupied areas of Western Europe to seize material and equipment Axis powers used for code-breaking and code-making, including the German Enigma cipher. The teams also tried to determine how successful the Germans had been in breaking Allied codes. Through these efforts, the United States and the United Kingdom aimed to read more of the encrypted communications of retreating Nazi armies and better protect their own information from German eavesdropping. 

The declassified material is housed at the Archives II facility in College Park, Md. More information about how to locate records held by the National Archives is available at https://catalog.archives.gov/id/5957379.

Information about the National Security Agency is available at www.nsa.gov.

Fonte: https://www.nsa.gov/news-features/news-stories/2016/nsa-releases-thousands-of-documents-to-nara.shtml

Melhor não…

kissingerNeste clima de antagonismo entre EUA e Rússia, fomos buscar um documento da década de 1970 a respeito da possibilidade de conflito entre Estados Unidos e União Soviética (para quem chegou há pouco, ou nasceu depois de 1991, a União Soviética era a Rússia com armadura vermelha do Homem de Ferro). Em um momento de grande tensão, o então assessor do Presidente Richard Nixon, o genial Henry Kissinger (ícone e patrono de todos nós realistas em Relações Internacionais) aconselhou o Governo redirecionar sua estratégia de guerra nuclear de uma política de retaliação massiva para ataques nucleares limitados, porém com efeitos militares decisivos para alcançar os objetivos políticos, ou seja, “fazer o inimigo parar”. Afinal, os soviéticos já dispunham de um poder de destruição total do planeta tão ou mais estupendo que o dos EUA, e um conflito direto entre os dois países sob uma perspectiva de um grande ataque em larga escala com os foguetões intercontinentais significaria um único resultado: a famosa destruição mútua assegurada (MAD em inglês).

Vale a pena conferir os documentos. A propósito, o memorando sobre a conversa com Kissinger pode ser acessado clicando aqui. Chamo atenção para os trechos que ainda permanecem protegidos pelo sigilo. Sempre falo sobre isso em minhas aulas. Vejam como eles são dispostos no texto. Só no Brasil que nós temos uma lei de acesso à informação que desclassifica tudo irresponsavelmente por decurso de prazo…

Nixon BreshnevAí você, meu caro leitor, me pergunta: e o que eu tenho a ver com isso? Se você for estudante ou estudioso de Relações Internacionais, História, Inteligência ou Estratégia, recomendo a leitura desses documentos, muitos deles desclassificados há pouco. Se você não liga para nada disso, ressalto que ao menos deveria estar atendo à situação do mundo e lendo nosso site (e curtindo nossa fanpage no Facebook, por favor), pois a notícia triste é que, apesar de estar sem a sua armadura de Homem de Ferro bolchevique, a Rússia continua com uma capacidade destrutiva espetacular e mantém seus arsenais nucleares… Se o mundo entrar em uma guerra nuclear, nós estamos nele (você, inclusive, caro leitor) e nossa batatinha literalmente irá assar… Melhor não brigar com a Rússia, porque senão sobra para o mundo. Ah, e quem governa o urso é Putin. Gosto de Putin. Putin é KGB.

“Ok, mas isso não me interessa!”, dirá você! Então não leia este blog, volte para dentro do formigueiro e vá se entreter com a Valeska Popozuda que você faz melhor…

Segue matéria da Federation of America Scientists sobre o tema, com um monte de links para documentos interessantes sobre Guerra Fria espionagem…

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US President Barack Obama (R) listens to

SECRECY NEWS
from the FAS Project on Government Secrecy
Volume 2014, Issue No. 27
April 3, 2014
 

“TOO MILD A NUCLEAR OPTION”? NATIONAL SECURITY IN THE 1970s

U.S. nuclear weapons strategy evolved during the Nixon administration from a reflexive policy of massive retaliation against a Soviet attack to a diverse range of options for more limited nuclear strikes. The transition was not without some bumps.

A declassified 1974 memo recorded that National Security Adviser Henry
Kissinger at first needed some persuading about the efficacy of limited
strikes.

http://www.fas.org/man/eprint/frus-toomild.pdf

Kissinger “expressed concern that many of the options appeared to him as
too timid. He judged that nuclear use must have a decisive military effect
in order to achieve the desired political goal– convince enemy to stop.”

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