Sou Candango! E amo minha Brasília!

Sim, sou Candango! Candango é como eram chamados os que vieram para construir Brasília. Trabalhadores dos diferentes pontos do Brasil, todos aqui motivados por um sonho, um sonho de Dom Bosco, um sonho de muitos brasileiros, um sonho  que se tornou realidade graças a um garoto pobre do interior de Minas Gerais, que chegou a Presidente e liderou outros milhares de homens e mulheres sonhadores na execução de um grande projeto aqui no Planalto Central!

Sou Candango, e me orgulho disso! Não gosto do termo “brasiliense”, que alguns querem usar por achar “sofisticado”. Sou da primeira geração que nasceu nesta Capital, pela qual sou alucinadamente apaixonado, e, ao construir minha vida, também continuo a construção minha cidade amada. Can-dan-go! Candango tal qual meu pai e minha mãe. Candango como quero que meus filhos sejam!

Brasília não é só concreto (apesar de ser um museu de concreto a céu aberto), longe disso. Brasília não são os políticos que o restante do País manda para cá (até porque, desses, nenhum é realmente daqui). Brasília não é frieza, alienação ou distanciamento. Brasília não é ficção.

Brasília é gente, gente que vive, gente que trabalha, gente que sorri, gente que ama. É gente de diferentes feições e diferentes sotaques, muitos e variados sotaques, ao ponto de ainda termos dúvida sobre o modo característico como falamos. É ausência de identidade? Não, é uma identidade plural a do povo daqui. Brasília é gente, sim! É brava gente brasileira (nascida nesta Capital ou em qualquer outro canto… do mundo)!

Brasília é o céu mais lindo que alguém jamais viu, é verde por toda parte, é resiliência na seca, é festa na chuva! São os ipês, com suas distintas e coloridas floradas! São as cores da natureza, e o sinal da existência de um Criador! São as aves e seus variados sons, na janela aqui de casa, no trabalho ou por onde for!

Brasília é música, é arte por toda parte! É rock, é forró, é brega, é punk! É Orquestra Sinfônica! É Teatro dos Bancários! É artista de rua! É violão e sanfona! São os vários CTGs! É a Casa do Cantador! É música na Igreja, e o Espaço Renato, e o nosso Teatro, que é Nacional, mas que fechou.

Brasília é religião e misticismo. São os vitrais da Dom Bosco e os Anjos da Catedral.  São os cultos em inglês, grego e latim. É a Igreja Batista Central. É a Rosacruz no Planalto. É Maçonaria em toda parte. É Templo da Boa Vontade, Mesquita e Comunhão Espírita. São terreiros e centros, igrejas e templos, com um fim único: render graças ao Grande Arquiteto do Universo e pedir pela humanidade! Tudo isso gantindo uma aura especial, e a diversidade e o sincretismo da cidade!

Brasília é churrasco no domingo, a feijoada na sexta e a pizza no sábado! É o choppinho depois do trabalho. É a carne de sol do Xique-Xique, os naturebas e veganos, e japonês por toda parte. É comida a Kilo (ideia nossa!), é a Galeteria Gaúcha do Lago. Mas é também o arroz do Careca, e (no Sílvio) a pizza de salada . É o macarrão do Ninny, a comida da Tia Zélia, e o self-service do Aspargus.

Brasília são avenidas largas, múltiplas tesourinhas, passagens subterrâneas no Eixão, viadutos que resistem ao descaso, e agulhinhas, total novidade! É a Rodô, com a Viçosa e seu pastel com caldo de cana. É Minhocão na UnB, é Templo da Boa Vontade. É Drive-In, autódromo e kart!

Brasília é virar à esquerda quando se quer ir para a direita, é pegar o baú na W3 e descer o Eixo para a L2! É fazer um balão com tranquilidade e jamais buzinar pela cidade! É morar nas 300, nas 200, estudar nas 700 e ir ao culto ou à missa nas 600. É jantar na Asa Norte, passar no Pontão, ir para balada na Asa Sul e terminar a noite com a pizza da Dom Bosco! É entender o que é um Setor, seja ele Hospitalar, Hoteleiro, Comercial ou de Diversões! É descer para os pilotis, conversar embaixo do bloco, conhecer onde as Quadras são fechadas, ir na farmácia ou na lojinha do amigo na comercial. É saber exatamente o que significa um cobogó. 

Brasília é o Parque, é o Lago, é o Buraco do Tatu! Brasília é o Olhos D’Água da Asa Norte, e a Igrejinha da Asa Sul! É a tradição da Vila Planalto, as mansões das Quadras internas e do Lago, nos Lagos, é a Feira do Guará, o sarapatel, a buchada e o cozidão no Núcleo Bandeirante, onde sei que foi encontrar aquele queijo curado! É o samba do Cruzeiro! É o Periquito e o futebol do Gama, é Praça do Relógio em Taguatinga, é o Setor Bolinha da Ceilândia, é a Festa do Morango de Brazlândia, é o Vale do Amanhecer em Planaltina, são as igrejas, igrejas e mais igrejas e a Quadra Central na minha Sobradinho Serrana ! É a vida além do Plano Piloto, mas também no Plano Piloto!

Brasília, Brasil em latim,  é tudo isso e mais um pouco. Sou eu, e é você, que leu e entendeu. É essa gente maravilhosa de todo Brasil, e é o Brasil todo! Gente desbravadora, que veio para cá, buscou, sofreu, perserverou e venceu!

Brasília é minha casa. Sou Candango, assim como os três milhões que nasceram ou adotaram esse quadradinho com um avião no centro desse Brasilzão. Sim, Candango, do Planalto Central, com muito orgulho e gratidão!

Parabéns, Brasília! Parabéns pelos seus 60 anos!

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Bandidos de spray e a imagem da nossa cidade

20140501_120438Passeando hoje pela minha cidade me dei conta do quanto Brasília tem sido vítima de um tipo de criminoso da pior espécie, bandidos ordinários, delinquentes que merecem punição exemplar: os pichadores. Não me refiro a grafiteiros, que fazem arte e embelezam a cidade; trato aqui de pichadores. Por onde a gente anda em Brasília encontra um cenário deprimente de muros, paredes, portões pichados com rabiscos feitos por esses vândalos!

Seguia pela W3 Sul e fiquei realmente enfurecido! Para onde olhava, havia pichação. Isso é revoltante! A pessoa tem seu imóvel, seu muro, sua casa, cuida dele. Aí vem um cretino e picha… pelo simples prazer de depredar, de destruir, de estragar o patrimônio alheio. Deve se sentir muito poderoso fazendo aquilo! Fraco, covarde, bandido.

20140501_120548Espaços públicos também não escapam da maldade desses cretinos: você já reparou que não há uma parada de ônibus na W3 que não esteja pichada? E o cenário se repete em outros lugares da capital federal, um cenário de violência…

Não aceito explicação sociológica para a conduta desses delinquentes. Não me venham dizer que são jovens inconsequentes que precisam de orientação, de educação. São bandidos, vândalos que precisam ser duramente reprimidos e punidos. E para esses criminosos a punição mais rigorosa, a tolerância zero, deve ser aplicada!

Sim, pichadores, como os que estão estragando Brasília, são bandidos. Bandidos de spray. Se não forem contidos, logo o spray passa para a arma, para o papelote e a vítima deixa de ser um muro e passa a ser uma pessoa.

20140501_120430Pichadores são bandidos. Quando cometem o crime, não o fazem só contra o patrimônio do cidadão de bem que é alvo do vandalismo. Cometem um crime contra a sociedade como um todo, contra a civilidade e contra a imagem da nossa cidade. É triste ver que estamos em uma Brasília toda pichada, violentada. E é essa Brasília pichada que o mundo vai ver, por exemplo, quando acontecer a Copa do Mundo. É essa Brasília pichada que fica como imagem e recordação para quem vem conhecer a capital do Brasil. Talvez essa triste imagem da nossa cidade revele o quando o Brasil está pichado, descuidado, desamparado. Pense nisso!

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