Pachouchadas de Política Externa…

Muito bem! Estamos de volta, como prometido! E retornamos com a notícia que tem sido tratada pela imprensa nos últimos dias e que foi discutida hoje na Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional de nosso Senado da República: a de que o Paraguai não estaria disposto a continuar “cedendo” energia para o Brasil (e também à Argentina). Fui buscar diretamente na fonte, o pronunciamento feito pelo Presidente Franco e disponível na página do governo paraguaio. Foi realmente isso que disse Sua Excelência.

Claro que a República Guarani teria mais prejuízos que benefícios se resolvesse suspender ou diminuir o fornecimento da energia excedente produzida em Itaipu e Yacyretá a seus dois vizinhos e (ex-)parceiros do Mercosul. Ademais, não se espera que os paraguaios quebrem os acordos internacionais que têm com Brasil e Argentina (ao contrário do que Brasília, Buenos Aires e Montevidéu fizeram com Assunção na patuscada que suspendeu o Paraguai e incorporou a Venezuela ao Mercosul – atual MercoChávez – subvertendo o Tratado de Assunção).

Entretanto, retórica à parte, a conduta paraguaia nada mais é que justificável resposta aos absurdos de nossa política externa para com aquele país. E conduz à reflexão sobre como temos colocado os pés pelas mãos no trato com nossos vizinhos e parceiros pelo globo. Na última década, por motivação ideológica, incompetência de alguns líderes ou plano concertado para tentar impor um modelo anacrônico de relação de poder, o Governo brasileiro tem subvertido princípios tradicionais de Política Externa, como o da não intervenção em assuntos internos de outros Estados e o da defesa da democracia. Isso macula nossa imagem de país conciliador e defensor do Direito Internacional e coloca o Brasil entre os grandes parceiros de ditaduras e como instrumento de orientações externas ideologicamente motivadas.

Difícil, por exemplo, aceitar a maneira como permitimos (para não dizer “propiciamos”) a suspensão do Paraguai do Mercosul (diga-se de passagem, um membro fundador do bloco), para permitir o ingresso irregular da Venezuela, país importantíssimo de nosso continente, mas que se encontra sob um governo que, na melhor das hipóteses, defende tudo que é contrário aos preceitos que fundamentam o bloco criado pelo Tratado de Assunção (tanto no campo econômico quanto na esfera política e de relações externas). É por isso que defendo que a “agremiação” deixe de se chamar Mercosul e ganhe a nova alcunha de Mercochávez, mais adequada à presente realidade.

Bom, o fato é que a incapacidade de conduzirmos nossa política externa de maneira independente e livre de motivações ideológicas tem causado prejuízos dos mais diversos ao País. E, se continuarmos como estamos, mais prejuízos virão. Impressionante o quanto nos apequenamos diante de figuras como o senhor das terras bolivarianas. E isso revela o quanto estamos longe de sermos protagonista das relações internacionais.

Não, não somos potência. Potências atuam de acordo com seus interesses e não como marionetes nas mãos de outrem. Ainda precisamos caminhar muito para sermos Potência…

Paraguay no está dispuesto a seguir cediendo su energía a Brasil y Argentina

Miercoles, 8 de Agosto de 2012

“La decisión del Gobierno es clara: No estamos dispuestos a seguir cediendo nuestra energía. Y fíjense que utilizo bien la palabra “ceder”. Porque lo que estamos haciendo es ceder a Brasil y Argentina, ni siquiera estamos vendiendo”. Continuar lendo

Cumpleaños del Rey

No último dia 5, fez aniversário Juan Carlos Alfonso Víctor María de Borbón y Borbón-Dos Sicilias, mais conhecido como Juan Carlos I da Espanha. Sua Majestade nasceu no exílio em 1938, durante os tenebrosos tempos da malfadada república espanhola.

Preparado desde muito jovem para assumir o trono com o fim do regime franquista, Juan Carlos tornou-se rei dos espanhóis em 1975 e conduziu com muita habilidade a transição para a democracia. O respeito de seu povo foi ganho com o talento de conduzir como monarca constitucional, inclusive por ocasião da tentativa de golpe de 1981, debelada pelo próprio rei.

Indiscutivelmente, Juan Carlos é um dos líderes internacionais mais respeitados e um monarca amado por seu povo (no campo internacional, a melhor lembrança que tenho dele foi o “por que não te calas!?!” dito a Chávez, que fez com a pseudorreincarnação bolivariana se recolhesse a sua insignificância). De fato, a Espanha é um ótimo exemplo de monarquia moderna e próspera, funcionando (muito bem, obrigado!) neste início de século. 

Para acessar a Casa Real espanhola, clique aqui. Ok, estou monarquicamente inspirado hoje… Se você não gostou dos posts monarquistas, problema seu…