Les sports ont fait fleurir toutes les qualités qui servent a la guerre : insouciance, belle-humeur, accoutumance à l’imprévu, notion exacte de l’effort à faire sans dépenser des forces inutiles.
Pierre de Coubertin
Nunca fui muito afeito a esportes… de fato, não tenho o menor jeito para atividades desportivas, tampouco para exercícios físicos de repetição, e muito menos paciência para academias com gente cultuando o corpo ao passo que o cérebro desfalece à míngua (há exceções, claro!)… Esportes coletivos, nem pensar! Afinal, se já tenho dificuldade de me coordenar os movimentos sozinho, ainda mais com uma equipe correndo atrás de uma bola ou dando pancada nela!
Definitivamente, estou fora de esportes coletivos. Futebol nunca me atraiu: corro em linhas e ângulos retos. Aí você diria “fique no gol, então!”, ao que logo respondo que meu instinto de autopreservação me impede de permanecer estanque sob uma pequena trave como alvo de boladas… Não, de jeito nenhum…
E, por falar em instinto de autopreservação, foi ele que evitou que eu praticasse esportes como futebol, vôlei, basquete, ou qualquer outro que pudesse culminar em escoriações ou ossos quebrados (nunca coloquei um gesso na vida!). Violento demais para mim esse tipo de atividade. Por isso, sempre preferi esgrima e tiro…
Artes marciais? Nem pensar! Mas aí é por causa de um trauma de infância. Quando tinha uns cinco ou seis anos, meus pais me colocaram na aula de judô. “Ótimo!”, dirá você, “excelente idade para começar!”. O problema é que me colocaram no final do ano na academia de judô e numa turma de garotos maiores/mais velhos. Chego e vejo a molecada praticando aulas de rolamento que haviam sido treinadas durante o ano inteiro, golpes com nomes que para mim eram japonês, e a turma com sangue na boca se preparando para o exame de faixa! E eu, o menor, mais novo, e sem nenhuma experiência em defesa pessoal… Prevaleceram a razão e, novamente, meu instinto de autopreservação: fiquei umas duas semanas só e nunca mais voltei… A experiência foi tão marcante que decidi que, diante da seleção natural, não seria por meio da força física que conseguiria vencer! Fui malhar o cérebro.
Conheço muita gente que tem uma disposição inacreditável! A pessoa acorda às cinco da manhã, toma uma vitamina e vai toda sorridente para a academia “malhar para começar bem o dia!” Aí, depois de uma hora “pegando ferro”, está continua toda disposição para a lida. Isso para mim é absolutamente inconcebível! Pertenço à parcela da humanidade conhecida como “notívagos”, durmo geralmente às 2h da madrugada (feliz da vida!), e tenho grandes dificuldades de acordar cedo. De fato, acho que esse negócio de acordar de madrugada para malhar não é de D’us não. Esse pessoal só pode ter pacto com o Capiroto!
Esporte é tão importante para mim que tenho que confessar que não me lembro de ter aberto alguma vez o caderno de esportes em um jornal… Tampouco fiquei mais que alguns segundos diante de um desses canais de esporte da TV a cabo… Houve, somente, duas exceções ao referido comportamento: na última Copa, quando acompanhava o futebol da seleção canarinho (a dos 7×1) com meu filho João (por causa dele, naturalmente), e comentava os jogos nas redes sociais; e ano passado, quando, na Europa, assisti algumas vezes ao mundial de esgrima – esse sim um esporte que aprecio!
Tá bom! Não sou “completamente avesso” a práticas desportivas. Gosto de caminhar (correr não) e de nadar (preciso voltar a fazer isso). Também já pratiquei tiro (ué, é esporte sim!) e, o esporte que realmente aprecio, esgrima (dedicarei a ela uma das crônicas de meus 40 anos)! Esgrima me fascina e já ensaio há algum tempo voltar à pista. Quem sabe depois dos 40!
Neste 34º dia que antecede as comemorações das minhas
quarenta primaveras, resolvi partilhar com meus amigos o apreço que tenho por esportes (nada contra os esportes em si, o problema é comigo, estou ciente!) e postar aqui um retrato do início de minha vida quando, já dando meus primeiros passos, demonstrava completa habilidade para atividades físicas e familiaridade com a bola…