O ano de 1914 foi, certamente, um dos mais marcantes do século XX. Afinal, para alguns, foi ali que o breve e intenso século começou, com o desencadeamento, no verão, da Grande Guerra.
A I Guerra Mundial fascina por suas peculiaridades. Toda guerra as tem, é certo, mas o conflito iniciado em 1914 esteve no cerne de grandes mudanças na história da humanidade, dividindo não só homens e nações, mas também mundos e eras. O mundo que começou a guerra era completamente distinto do que a viu acabar…
Ainda sobre as peculiaridades, nos campos de batalha e nas trincheiras da Europa, foram testemunhados eventos incríveis, os quais nem mesmo os maiores romancistas poderiam conceber. Um deles ocorreu no Natal de 1914. Sempre comento a respeito nessa época aqui em Frumentarius. E comentarei novamente.
Em breves palavras, naquela noite fria de Natal nas trincheiras do front ocidental, milhares de homens simplesmente suspenderam a carnificina e saíram para confraternizar com o “inimigo”. Não foi nem uma ordem de superiores, talvez uma ordem Superior.
Então, em meio a canções de Natal, combatentes de ambos os lados se encontraram, deram as mãos, abraçaram-se. Houve até troca de presentes. E a guerra, o ódio e as diferenças foram esquecidos, ao menos por algumas horas. O que imperava era o Espírito de Natal, e um sentimento inexplicável de fraternidade preencheu os corações daqueles homens que ali estavam para matar ou ferir seus semelhantes.
As confraternizações aconteceram simultaneamente ao longo de todo o front ocidental. Nunca se vira nada parecido, nem se veria novamente.
Algum tempo depois, os combates foram retomados. E as autoridades militares se encarregariam de não permitir um novo evento como aquele (que quase acabou com a guerra) ocorresse novamente nos fatídicos anos que se seguiram de carnificina.
O Natal de 1914, nas trincheiras da Europa, deixou a lição de que a humanidade pode ser uma só, que diferenças podem ser postas de lado, e que a paz e a fraternidade podem reinar no coração dos justos. Não é esse o Espírito de Natal?!?
Boas Festas! Lembremos sempre de que milagres podem acontecer e que ainda há esperança para a humanidade.
Feliz Natal!
Merry Christmas!
Feliz Navidad!
Joyeux Noël!
Fröhliche Weinachten!
Buon Natale!
Segue um artigo sobre o Natal de 2014.

Noite feliz na terra de ninguém: Natal de 1914
No Natal de 1914, em plena Primeira Guerra Mundial, soldados ingleses e alemães deixaram as trincheiras e fizeram uma trégua. Durante seis dias, eles enterraram seus mortos, trocaram presentes e jogaram futebol
Bruno Leuzinger | 01/03/2004 00h00
http://guiadoestudante.abril.com.br/aventuras-historia/noite-feliz-terra-ninguem-natal-1914-433575.shtml
Finalmente parou de chover. A noite está clara, com céu limpo, estrelado, como os soldados não viam há muito tempo. Ao contrário da chuva, porém, o frio segue sem dar trégua. Normal nesta época do ano. O que não seria normal em outros anos é o fedor no ar. Cheiro de morte, que invade as narinas e mexe com a cabeça dos vivos – alemães e britânicos, inimigos separados por 80, 100 metros no máximo. Entre eles está a “terra de ninguém”, assim chamada porque não se sobreviveria ali muito tempo. Cadáveres de combatentes de ambos os lados compõem a paisagem com cercas de arame farpado, troncos de árvores calcinadas e crateras abertas pelas explosões de granadas. O barulho delas é ensurdecedor, mas no momento não se ouve nada. Nenhuma explosão, nenhum tiro. Nenhum recruta agonizante gritando por socorro ou chamando pela mãe. Nada. Continuar lendo →
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