Um amigo acabou de lembrar o nome do shopping atacado… Sabem qual é?
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Ataques em Munique
Tiroteio em Munique. Há ao menos três mortos. Parece ser mais de um atirador. Eu já venho cantando esta pedra há algum tempo. Pânico generalizado. Serviços de transporte parados. Comunicações prejudicas.
Vale lembrar que a cidade de Munique entrou para história do terrorismo quando, durante os Jogos Olímpicos de 1972, terroristas tomaram como reféns membros da delegação israelense, que acabaram mortos na tentativa de resgate.
Como diz meu amigo Adriano Barbosa, um país pode ser base, alvo ou palco de ações terroristas… ou os três também. E o terrorismo internacional pode escolher qualquer lugar, inclusive onde menos se espera que ocorram atentados.Assim, é importante estar vigilante. Afinal, depois que a vidraça é quebrada, muito pouco pode ser feito…
Süddeutsche Zeitung – 22. Juli 2016, 21:04 Uhr Schüsse
Polizei: “Akute Terrorlage” in München – mehrere Tote, Stadt in Ausnahmezustand
- Bei einer Schießerei im und am Münchner Olympia-Einkaufszentrum sind mindestens sieben Menschen getötet worden, weitere wurden verletzt.
- Drei Täter mit Langwaffen sind laut Polizei auf der Flucht.
- “Akute Terrorlage” ausgerufen.
- Der komplette öffentliche Nahverkehr ist eingestellt.
- Das Krankenhaus Schwabing bereitet sich auf die Aufnahme von Verletzten vor. Auch im Klinikum Rechts der Isar ist der Katastrophenalarm ausgerufen worden. Offenbar müssen alle Ärzte einrücken.
Solução à Munique
A crise internacional envolvendo a Ucrânia parece já ter chegado a seu ápice. Os oponentes já mostraram suas cartas, seus dentes e suas garras. A Crimeia já se encontra sob ocupação russa. Putin não pretende arredar de lá. E, no Ocidente, apesar das palavras firmes de alguns líderes, todos sabem que não vale a pena afrontar o Urso por causa da Ucrânia – simples assim, é como funciona o cálculo estratégico em política internacional. Não obstante, pressões continuam para uma medida mais incisiva por parte dos ocidentais – iniciativa essa que dificilmente virá. O que fazer então?
A História (ah, a História!) é sempre pródiga em exemplos e referências para os que tentam navegar nos mares tortuosos das Relações Internacionais. E com a situação na Ucrânia não deve ser diferente. Tudo parece caminhar nesse caso para uma solução no melhor estilo da Conferência de Munique, de 1938.
Putin já disse o que quer. A Crimeia é russa desde sempre (era russa até 1954, quando Kruschev, nascido bem pertinho da fronteira russa com a Ucrânia, resolveu, em um típico ato de solidariedade entre os povos da União Soviética, transferir o território para a República Socialista Soviética da Ucrânia – o que, em termos de de dominação soviética, não significava absolutamente nada…), sua população é russa, e há uma outra série de razões para se dizer que a região deve ficar sob a égide de Moscou (exatamente como os Sudetos com relação à Alemanha, em 1938).
Os ocidentais, fora o discurso altivo, estão titubeantes, não querem confusão com a Rússia (ainda mais por uma região que sempre esteve sobre hegemonia russa), e buscam desesperadamente uma saída honrosa para a crise (exatamente como Chamberlain e Daladier, em 1938). Frau Merkel está em contato direto com Vladimir, que também tem conversado bem com Obama…
Portanto, parece que o espírito de Munique deve imperar na crise da Ucrânia. Os russos ficam com a Crimeia, os ocidentais saem eufóricos após conseguirem garantir a integridade do território ucraniano (tá, porque a Crimeia, repita-se, não é território ucraniano) e a manutenção dos exércitos russos do outro lado da fronteira, e o mundo suspira aliviado porque não chegamos a um conflito direto entre as grandes potências (exatamente como em Munique, em 1938).
Mas falta um ator nesse cenário… Ah, sim! A Ucrânia! E como ficam os ucranianos? Ficam na sala ao lado, esperando o resultado da negociação em que os ocidentais os salvarão dos russos. Simples assim. E que os ucranianos possam se contentar em manter sua independência e, de fato, a existência de seu país (exatamente como aconteceu com os tchecos, em 1938).
Exatamente como aconteceu em 1938, tudo ficará bem! Claro que, depois de perder os Sudetos, a Tchecoslováquia entrou em colapso, seu território foi dilacerado, com outros países tomando seus nacos ao norte, ao sul e ao leste, a economia entrou em crise e, alguns meses depois, os alemães “marchavam pacificamente” sobre as ruas da belíssima Praga, que seria a capital do Protetorado (alemão) da Boêmia e Morávia. Sim, alguns meses após a Conferência de Munique, a Tchecoslováquia sucumbiu… Mas o mundo estava em paz… Até que, um ano depois, começou a II Guerra Mundial.
Na crise da Ucrânia, portanto, esperemos que tudo acabe de maneira pacífica, e que seja restabelecida a harmonia entre os povos. Exatamente como aconteceu em Munique, em 1938.