Afeganistão francês…

mali-terrorist_2453322bPubliquei algumas coisas aqui em Frumentarius ano passado sobre a crise no Mali. Só agora o mundo começa a prestar atenção àquele país africano, já que a República Francesa resolveu intervir… O problema é que qualquer ação militar ali não será simples e desgastará, e muito, o governo de M. Hollande (por falar nisso, o Presidente parece tão apagado nesses acontecimentos, com tudo sendo decidido pelo Premier – sim, a França tem Premier! – e pelo Gabinete! Onde está o semi-presidencialismo daquela República?)… Para piorar, o norte do Mali, onde estão os “rebeldes”, faz fronteira com o sul da Argélia. extamente onde está ocorrendo a crise dos reféns na usina…

a330lna397dpy3ynxoh1xidpeEm resumo, a situação não estará fácil para os franceses… E eles não são muito bons ao lidar com essas coisas de conflito armado… Em termos de guerras tradicionais, perderam a Franco-Prussiana, em 1871, foram salvos pelos americanos na I GM, em 1917-1918, e, na IIGM, foram invadidos pelos alemães, em 1940, e depois pelos americanos em 1944 – eles não gostam de admitir isso, claro… Já tratando de guerra assimétrica, levaram pau em todas do processo de descolonização, da Indochina (lembremos de Dien Bien Phu) à Argélia… Enfim, o cenário não é dos melhores…

Mali_bg-408x264Claro, há que se lembrar, ainda, que o território francês e suas representações diplomáticas, bem como pessoas físicas e jurídicas de nacionalidade francesa estarão mais suscetíveis de serem alvo de ações terroristas… Será que os cafés de Paris voltarão a presenciar as cenas tristes dos anos 60 e 70?

Segue artigo interessante de um professor da Paris II sobre o problema que os franceses efrentarão nos próximos meses… Não seria exagero falar em Afeganistão francês, não mesmo…

Mali_franceses

Atlantico.fr – Publié le 15 janvier 2013

Terrorisme : que risquons-nous avec l’intervention au Mali ?

Par Xavier Raufer*

Que se passe-t-il vraiment au Sahel ? Quelles  menaces pour la France ? Rappel de quelques réalités stratégiques  fondamentales.

• Y a -t-il menace  terroriste grave pour la France métropolitaine ?

Que la nébuleuse salafi-jihadie  veuille terroriser la France est assuré. Toute sa propagande, ses sites  Internet, etc. menacent d’ailleurs et vocifèrent : “La France a ouvert les  portes de l’enfer”, etc. Mais vouloir et pouvoir sont d’ordre  différent. Et si bien sûr le risque existe, rappelons quand même l’écroulement  du terrorisme dans l’Union européenne (UE) depuis 2005-2006 : 600 attentats (et  tentatives sérieuses) par an à l’époque – 170 en 2011, une centaine en 2012 – pour un continent de 500 millions d’habitants ! 24 pays sur 27 de L’UE sont hors  terrorisme, plus rien du tout, depuis 2009. Et les attentats jihadi, là  dedans ? 1 en 2009 (pour toute l’Europe), 3 en 2010 – et 0, rien du tout, en  2011. . Continuar lendo

Os males do Mali…

Eu sei, o trocadilho foi péssimo! Esqueça isso e leia o artigo que se segue sobre o caos que se instalou no Mali. Alguns analistas já estão assinalando o Mali como o Afeganistão da África (em alusão ao país asiático quando esteve sob o controle do, argh, Talibã). A situação está verdadeiramente caótica por lá… não há governo… refugiados morrem de fome por todos os lados… a violência impera e a Al-Qaeda espreita em busca de novos recrutas… Enfim, tem-se ali violência que vai gerar muito mais violência…

Spiegel online – 05/11/2012 12:19 PM

Disaster in the Sahel: Fighting in Mali Adds Chaos to Troubled African Region

By Horand Knaup

The military coup and ensuing fighting in Mali has resulted in the deterioration of an already bad situation in Africa’s Sahel region. Islamist extremists have gained the upper hand in northern Mali and now control Timbuktu. Al-Qaida and other militant groups now have free reign across vast swaths of Africa.

Armored vehicles rumbled through the deserted streets of Bamako, Mali, last week, while the rattle of fire from assault rifles could be heard coming from the western part of the capital, especially around the presidential guard’s barracks and in the city’s slums. Continuar lendo