Fotos e Guerra

Terça-feira, dia do livro.

Aqueles que me conhecem sabem que entre minhas grandes paixões estão a leitura, a fotografia e a polemologia. Afinal, por meio dos livros, das fotos e das guerras, o ser humano consegue expressar o que há de mais profundo em sua natureza, o que o aproxima da beleza da divindade, mas também da escuridão de sua sordidez de ser imperfeito. De toda maneira, tudo é aprendizado.

Voltando a livros, fotos e guerras, hoje destaco uma obra que me é muito cara, pois retrata a vida daqueles que combateram na Grande Guerra (como é também chamada a I Guerra Mundial). São imagens de dor, tristeza, bravura, indignação, medo, angústia, fé, esperança, obstinação, fraternidade, alegria, alívio, conforto, raiva, introspecção, tudo isso junto e misturado. São sensações e sentimentos que preencheram os corações de milhões de homens que, há pouco mais de cem anos, estiveram envolvidos em um conflito sobre o qual, no final das contas, pouco sabiam, e nada entendiam.

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Acho realmente fascinante como a história dessas pessoas foi eternizada por meio da fotografia. Perguntas que sempre me vêm à mente quando vejo uma foto dessas: Quem terá sido essa pessoa? Como era na vida civil? Tinha família? O que achava daquilo tudo? Será que conseguiu sobreviver à Guerra?

Especificamente sobre a cena retratada na foto, fico a imaginar o contexto em que se deu, em uma época em que a fotografia ainda engatinhava, em que “selfie” era algo inconcebível e que cada clique era um precioso registro de arte e de história! Naqueles idos do começo do século passado, já fascinava a invenção do francês Joseph Nicéphore Niépce, que ocorrera então há menos de cem anos, tanto quanto ainda fascina bilhões de pessoas pelo globo! Sim, porque, seja uma clássica imagem do homem comum ou dos reis e imperadores do século XIX, seja uma “selfie” dos dias de hoje (muitas vezes tirada em lugar inusitado como um banheiro, sem qualquer pendor estético e com gosto indiscutivelmente duvidoso), a verdade é que a fotografia toca a alma do ser humano, e o faz se sentir um pouco divino, ao registrar aquele momento e congelar o tempo para todo o sempre!

 “The Faces of World War I”, de Max Arthur. Fica a recomendação do dia.