Excelente e esclarecedor artigo do Professor Doutor Marco Antônio Ribeiro Tura. Serve para dirimir qualquer dúvida sobre o assunto, particularmente a nossos estudantes, bacharéis em Direito e juristas, muitos dos quais se baseiam em uma estória para exigirem determinado tratamento.
Eu, particularmente, não ligo se me chamarem ou não de doutor. Não que desmereça os quatro anos de estudo e pesquisa e todo o esforço que tive para para conseguir o título de Doutor em Relações Internacionais, algo que me deixa muito feliz. Entretanto, não fiz um Doutorado preocupado com o vocativo de doutor, mas sim pela vontade de conhecer de forma profunda um tema do meu interesse e contribuir para a pesquisa no Brasil.
Na verdade, não ligo tampouco em chamar de doutor quem não tem doutorado. E, de fato se a pessoa se sentir melhor sendo chamada de “Doutor”, por que não fazê-lo?!? Por isso, e sem qualquer restrição, crise, ou reserva moral, chamo de doutor quem não tem doutorado, se isso fizer a pessoa se sentir melhor… E, se ela não tem o título outorgado pela academia, o que tenho eu a ver com isso?… Ademais, conheço muitos “Doutores” que o são sem o título…
Doutor é quem faz Doutorado
No momento em que nós do Ministério Público da União nos preparamos para atuar contra diversas instituições de ensino superior por conta do número mínimo de mestres e doutores, eis que surge (das cinzas) a velha arenga de que o formado em Direito é Doutor.
Quando coordenador de Curso tive o desprazer de chamar a atenção de (in) docentes que mentiam aos alunos dessa maneira. Eu lhes disse, inclusive, que, em vez de espalharem mentiras ouvidas de outros, melhor seria ensinarem seus alunos a escreverem, mas que essa minha esperança não se concretizaria porque nem mesmo eles sabiam escrever.