Kenneth Waltz, 1924-2013

Tive a honra de conhecê-lo e trocar com ele algumas rápidas palavras. Foi após uma cerimônia, promovida pela International Studies Association, na qual se celebrava um dos grandes pensadores das Relações Internacionais do século XX. No evento, dezenas de homens e mulheres que viam em Waltz mais que uma pessoa: diante de nós estava uma instituição, um conjunto de idéias que expressava com acuidade a maneira como percebíamos o mundo. E era geral a satisfação de ver quantos discípulos tinha aquele mestre, que tão bem pensou sobre o Homem, o Estado e a Guerra

Kenneth Waltz foi um ícone para os estudiosos da política internacional. Representou como ninguém a escola que tinha nele seu fundador, a do Neorealismo nas Relações Internacionais. Suas obras tornaram-se clássicos e leitura obrigatória para qualquer um que quisesse compreender a dinâmica das relações entre os atores no sistema internacional. Como clássicos, permanecem atuais.

O intelectual que conquistou milhares com sua explicação sobre a dinâmica sistêmica das relações internacionais concebeu um arcabouço teórico de difícil refutação e de inegável respeito até mesmo por parte daqueles que dele discordava. Estava, assim, confortavelmente entre grandes como Hans Morgenthau, Raymond Aron, Edward Hallet Carr, Martin Wight,  seus precursores. E, mais importante, assim como aqueles, deixou um legado que seguirá ainda por muitos anos.

O que me resta a dizer sobre Waltz é que o mundo fica mais confuso e muitos ficamos tristes sem ele. Entretanto, desejo que descanse entre os próceres das Relações Internacionais, com a certeza de que sua memória permanece.

Sempre poderei dizer que estive com ele. Infelizmente, em uma mistura de nervosismo e timidez, deixei naquela ocasião singular de pedir uma foto com o mestre. Disso me arrependo. Esta aí uma lição que aprendi e um erro que não mais cometerei.

Descanse em paz, Professor Waltz.

Foreign Policy. Posted By Stephen M. Walt  Monday, May 13, 2013 – 4:52 PM 

I learned this morning that Kenneth N. Waltz, who was arguably the preeminent theorist of international relations of the postwar period, had passed away at the age of 88. Ken was the author of several enduring classics of the field, including Man, the State, and War (1959), Foreign Policy and Democratic Politics (1967),  and Theory of International Politics (1979).   His 1980 Adelphi Paper on nuclear proliferation (“The Spread of Nuclear Weapons: More May Be Better”), was also a classic, albeit a controversial one. One of his lesser achievements was chairing my dissertation committee, and he was a source of inspiration throughout my career. Continuar lendo