O Brasil Imperial (… ou porque sou monarquista)

Agora um post mais ameno, para terminar a noite de maneira aprazível. Perguntam a razão de eu ser monarquista. Já disse, e repito, preliminarmente, que não conheço ninguém da Casa Imperial do Brasil e não estou formalmente vinculado a nenhuma organização monarquista (ao menos ainda). Sou monarquista, primeiro, porque creio que uma boa democracia se desenvolve em regimes parlamentaristas e, no Paralmentarismo, entendo que o melhor modelo é o monárquico, não o republicano. Repúblicas parlamentaristas são imperfeitas e o Presidente nunca consegue representar a totalidade da nação como o Chefe de Estado deve fazer (vide o recente caso alemão).

Ademais, parece-me que o único lugar onde o Presidencialismo realmente deu certo foi nos EUA, onde eles criaram o modelo, e no qual a instituição “presidência” é sagrada. Por aqui pela América Latina, o que se viu foram republiquetas instáveis, com caudilhos lutando pelo poder, golpes de Estado e instabilidade político-institucional marcada por aspirantes vorazes a ditador ou megalômanos que chegavam ao palácio presidencial sem estarem realmente preparados para ocupar a posição de primeiro mandatário.

Outra razão pela qual sou monarquista é que acho que à época do Império tínhamos instituições mais sólidas e valores mais consistentes. A figura do monarca ajuda nisso – por mais que pessoalmente ele possa ser cheio de imperfeições (senão não seria humano), como figura pública é um símbolo nacional, com valores que devem ser seguidos e servirem de exemplo à população. O povo precisa de heróis, o povo precisa de referenciais, e um soberano é muito útil para compor positivamente esse imaginário.

Antes que venham os comentários pacóvios: monarquias são menos suscetíveis à corrupção que repúblicas, a começar pelo prórprio Chefe de Estado. Um monarca não precisa roubar do erário. A afinal, se o fizesse, estaria tirando do próprio bolso e não faria o menor sentido degradar um patrimônio que ele iria deixar para seus filhos. E se roubasse, qual seria o sentido? Onde, quando e como gastaria o butim? Presidentes, por outro lado, têm que fazer seu pé de meia, para quando deixarem o poder…

A monarquia, ao contrário do pensam alguns, é muito mais barata que uma República. Saibam que a Presidência de um país como o Brasil gasta muito mais que qualquer Casa Real. E, ainda que as despesas fossem mais altas para manter uma família real (melhor manter uma família permanentemente que várias famílias de presidentes por sucessivos anos), alguém já pensou no custo do presidencialismo em termos de gastos com campanhas eleitorais periódicas?

Não quero convencer ninguém para minha causa. Escrevi este texto porque este é meu site e publico nele o que bem entender e como entender. Se você não gostar do que escrevi, não perca seu tempo e procure outra freguesia, simples assim. Escrevo para aqueles que, ao menos, tenham um mínimo de discernimento e sensatez para considerarem opiniões divergentes das suas, e que não sejam obtusos a ponto de simplesmente se fecharem a qualquer argumento que não tenham facilidade de compreender ou que pensem ser contrário a sua maneira de ver o mundo.

Monarquia é sinônimo de estabilidade. Refiro-me a monarquias constitucinais, que fique bem claro. É instituição moderna (ao contrário do que muitos pensam) e tem aspectos muito positivos. Depois escrevo mais sobre minhas razões para preferir ser súdito do Império do Brasil a cidadão desta (ou de qualquer outra) república…

Curiosidades sobre o Brasil Imperial*

Você sabia?

  • Que o Império do Brasil possuía a segunda marinha de guerra do mundo, teve os primeiros Correios e Telégrafos das Américas, foi uma das primeiras nações a instalar linhas telefônicas e o segundo país do globo a ter selo postal?
  • Que o Parlamento do Império ombreava com o da Inglaterra, a diplomacia brasileira era uma das primeiras do mundo, tendo o Imperador sido árbitro em questões da França, Alemanha e Itália e, entre as nações católicas, a segunda autoridade moral depois do Papa?
  • Que em 67 anos de Império tivemos uma inflação média anual de apenas 1,58%, contra 10% nos primeiros 45 dias da República, 41% em 1890 e 50% em 1891?
  • Que a unidade monetária do Império, o mil réis, correspondia a 0.9 (nove décimos) de grama de ouro, equivalente ao dólar e à libra esterlina?
  • Que embora o Orçamento Geral do Império tivesse crescido dez vezes entre 1841 e 1889, a dotação da Casa Imperial se manteve a mesma, isto é 800 contos de réis anuais? E que D, Pedro II destinou ¼ de seu orçamento pessoal em benefício das despesas da guerra do Paraguai?
  • Que 800 contos de réis significavam 67 contos de réis mensais e que os republicanos, ao tomarem o poder, estabeleceram para o presidente provisório um ordenado de 120 contos de réis por mês?
  • Que uma das alegações dos republicanos para a derrubada da Monarquia era o que eles chamavam de custo excessivo da Família Imperial? A verdade é que esta recebia a metade do ordenado do 1º presidente republicano.
  • Que Dom Pedro II se recusou a aceitar a quantia de 5 mil contos de réis, oferecida pelos golpistas republicanos, quando do exílio, mostrando que o dinheiro não lhes pertencia, mas sim ao povo brasileiro (5 mil contos de réis era o equivalente a 4 toneladas e meia de ouro)?
  • Que a única coisa que o Imperador pediu que o deixassem levar consigo foi um travesseiro com terra do Brasil para levar a seu túmulo?
  • Que no Império, o salário de um trabalhador sem nenhuma qualificação era de 25 mil réis, o que hoje equivale a 5 salários mínimos?
  • Que o Brasil era um exemplo de democracia? Votava no Brasil cerca de 13% da população. Na Inglaterra, este percentual era de 7%; na Itália, 2%; em Portugal não ultrapassava os 9%. O percentual mais alto, 18%, foi alcançado pelos Estados Unidos. Na primeira eleição após o golpe militar que implantou a república em nossa terra, apenas 2,2% da população votou. Esta situação pouco mudou até 1930, quando o percentual não ultrapassava a insignificante casa dos 5,6%. Os números do Império só seriam alcançados em 1946.
  • Que, no plebiscito de 1993, a monarquia recebeu, aproximadamente, sete milhões de votos (13% dos votos válidos) e que, nessa época uma pesquisa do DATA FOLHA mostrava que 21% da população era monarquista ou simpatizante?

*Adaptado de texto extraído do sítio da Casa Imperial do Brasil (www.monarquia.org.br).

5 respostas em “O Brasil Imperial (… ou porque sou monarquista)

  1. Sem falar na Indústria no Império que tinha crescimento médio de 10% ao ano, tinhamos um estaleiro naval para construir navios a vapor. Tivemos grandes inventos criados no Brasil ou por Brasileiros, como: Fotografia (Hércules Florence), Máq.de Escrever (Francisco João de Azevedo), Wireless/Rá­dio (Roberto Landell de Moura), Além é claro que o Brasil era pioneiro em Aeronaútica, inventamos o Balão (Bartolomeu Gusmão), A Dirigibilidade Áerea (Júlio César Ribeiro de Souza), o Dirigível (Augusto Severo de Albuquerque Maranhão) e claro o Avião praticamente desenvolvido no período monárquico e com o apoio de Princesa Isabel no exílio, (É uma vergonha nossa força aérea ter apenas 60 anos!) muitos desses inventores são desconhecidos devido a propaganda republicana que impediu que surgissem novos inventores, Deviamos divulgar a história dos grandes brasileiros que surgiam no Império.

  2. Mesmo sendo um texto improvisado e não muito aprofundado, como você disse, eu gostei bastante. Não conhecia muito sobre a Causa Imperial, mas simpatizava e apoiava. Agora, quanto mais conheço a monarquia, mais vejo que é o caminho certo a se seguir.

  3. Gostei e ,se possível,compartilharei no face e no twitter.Fui,quando do Plebiscito,uma das pessoas que votou na Monarquia Parlamentarista. Ainda tenho os bottons. Pena que na época não se conseguiu.Hoje é mais difícil,pois Clausula Pétrea da Constituição estabeleceu um prazo enorme para se rever o tipo de governo.Não custa porem começar a levar o conhecimento ao publico.Quem sabe…!

  4. Diferente do que os viciados livros de história das escolas nos ensinam tinhamos uma democracia e éramos uma nação poderosa. O que a ré-publica nos legou? atraso, estados de sitios, fechamentos do parlamento, corrupção, desprezo internacional, golpes de Estado. Sou monarquista por dois motivos, primeiro acho que é o melhor regime de Estado para o país, pois evita os desmandos de nossos “políticos” profissionais. Segundo: No século 19 nossas “elites” cometeram 3 grandes injustiças, levaram nosso libertador, D. Pedro I, abdicar ao trono devido a pressões e lutas pelo poder; exilaram o maior chefe de Estado, o consolidador da nação brasileira, e o mais digno representante do nosso país, D. Pedro II; impediram que Isabel, a redentora, subisse ao trono e colocasse em prática seus ideais de justiça social (hoje é de conhecimento geral que a mesma era defensora do voto feminino e da reforma agrária). Assim nada mais justo devolvermos o trono, a coroa e o cetro a essa familia que tanto fez pelo Brasil.
    Entretanto, pesarosamente, não acredito que isso venha acontecer algum dia, os mandatários da ré-publica destruíram todo respeito e admiração que o povo tinha pela familia real, com suas mentiras e chacotas, e o povo hoje, como pode ser notado facilmente, não tem ânimo ou vontade de pensar e raciocinar sobre sua realidade e seu país. Uma pena realmente.

  5. Acredito eu que as mudanças necessárias para voltar o Império no Brasil deve começar pela base de nossa pirâmide. Levar tal conteúdo para o mais afastado e o mais esquecido da sociedade. Os livros de história do Ensino Médio estão equivocados e a população brasileira mal conhece a sua própria história. Vejo que antes de tudo é preciso reeducar todos independentemente da faixa etária ou da condição social surgindo uma opinião mais sólida e real dos acontecimentos do passado. Criar uma nova imagem, mostrar a verdadeira face do Império transmitindo para a massa que o Império é a solução da Brasil. Já a República eu mesmo desisto…

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