17. Revistas (14/11/2014)

A paixão da leitura é a mais inocente, aprazível e a menos dispendiosa.
Marquês de Maricá

Uma das boas lembranças de infância era minha coleção de revistas em quadrinhos. Não gosto do termo gibi, acho feio. Por isso, uso revistas ou revistinhas.Turma da Mônica

Mamãe conta que, desde muito pequenos, ela nos estimulava a ler trazendo-nos revistas em quadrinhos: Pato Donald, Mickey, Tio Patinhas (sempre fui fã incondicional do Tio Patinhas) e, naturalmente, os quadrinhos da Turma da Mônica. Com isso, já pequenininho estava a iniciar-me no maravilhoso mundo da leitura – e agradeço a Walt Disney e a Maurício de Sousa por isso!

As revistas em quadrinhos, portanto, fizeram parte de minha infância. E, claro, comecei a colecioná-las. Tinha centenas, e as organizava meticulosamente em uma pequena estante no meu quarto (detalhe: minha filha Victoria reproduz o mesmo comportamento). Era muito feliz com meus quadrinhos!

Pré-adolescente, descobri o mundo mágico das revistas de super-heróis: os termos “DC” e “Marvel” passaram a ser bastante familiares. E mergulhava naqueles universos fascinantes, aprofundando-me nos mitos de nossa geração, expressos e renovados nos quadrinhos de super-heróis: Batman, Super-Homem, Lanterna Verde, Liga da Justiça… Capitão América, Thor, Homem-Aranha (não gostava do Homem-Aranha), X-Men. Alguém já deve ter feito estudos sobre a mitologia dos quadrinhos de super-heróis e o quanto estes influenciam o imaginário das novas gerações desde meados do século XX.

Crise nas infinitas terrasÀ exceção dos X-Men, nunca gostei muito do universo Marvel. Minha simpatia esteve sempre com a Detective Comics (DC). E me divertia com os épicos que, vez por outra, surgiam nesses quadrinhos. Abro parêntesis para o comentário que só os nerds e fanáticos entenderão: a melhor série que li foi, em meados dos anos 80, “Crise nas Infinitas Terras”, que reorganizava todo universo DC, no qual havia mundos paralelos com “gêmeos” dos heróis dos nossos. Fantástico! (Fecha parêntesis e cessam os comentários nerd).

Assim, minha infância e adolescência foram muito agradáveis com os quadrinhos. Quando entrei no Segundo Grau (Ensino Médio de hoje), paulatinamente parei de lê-los… Nada traumático, apenas uma fase que acabava, perdi o interesse. Simples assim.

Hoje, ao contrário de muitos da minha geração, não tenho mais qualquer contato ou relação com revistas em quadrinhos. Ficam, porém, as ótimas lembranças desses tempos que não voltam mais.

Tio PatinhasDeixo também a recomendação aos pais: está aí uma excelente maneira de estimular a leitura dos filhos. Na casa de Dona Conceição e de Seu Jacob deu certo. Com Victoria e João também. Meus pequenos estão sempre lendo, estimulando o cérebro e aprendendo. E começaram com as revistinhas da Turma da Mônica. Fica a dica.

Neste 24° dia que antecede as comemorações de meus 40 anos (não são 40 décadas não! Nunca fui bom com números!), posto aqui a foto da Banca do Seu João, que ficava em frente à Administração de Sobradinho, onde meus pais tinham conta, e que muito frequentei. Passava lá quase todo dia para pegar revistas e conversar com Seu João! Bons tempos!

Salvo engano, depois que Seu João faleceu, a banca fechou. Eu realmente gostava dali. Minhas orações e lembrança hoje a meu amigo jornaleiro!

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