Foi há 74 anos. 4 anos de guerra para uns. Um único avião. 350 mil pessoas. Uma bomba. 100 mil almas instantaneamente pulverizadas. Um cogumelo. Uma guerra terminada. E o mundo nunca mais seria o mesmo…
Os alemães haviam assinado a rendição incondicional a 8 de maio (9 para os soviéticos). E a Europa via seus destinos serem decididos pelos três grandes em uma mansão na cidade de Potsdam (futuramente publicarei sobre minha visita ao local da Conferência de Potsdam, ocorrida – a Conferência, não minha visita – em julho de 1945). Mas o conflito continuava no Pacífico, pois o Império do Sol Nascente insistia em não se render… Quanto tempo mais os japoneses resistiriam? Quantas semanas para o desembarque dos JI americanos nas principais ilhas japonesas? Quantos morreriam nos combates contra o valoroso povo japonês?
O Presidente Harry Truman deu a seus colegas em Potsdam uma previsão: não haveria desembarque, o Japão se renderia em breve e a guerra logo acabaria. Afinal, em alguns dias o mundo testemunharia a nova arma desenvolvida pelo Projeto Manhattan e que colocaria a humanidade em uma nova era, a era do átomo. Essa arma poria fim à guerra e o Japão se renderia.
Assim, às 8:15 da manhã daquele 6 de agosto, os cidadãos de Hiroshima encontraram seu destino: do único avião que fora avistado, o Enola Gay, apenas uma bomba foi lançada. Então, um clarão imenso, capaz de ser visto do continente, foi seguido de um enorme estrondo e de uma explosão, cuja onda de choque destruiu praticamente tudo em um raio de 12 quilômetros do epicentro (por sinal, a bomba explodiu sobre um hospital – mais de 90% dos médicos e enfermeiros da cidade morreram). Cerca de 100 mil pessoas desapareceram de imediato. Outras tantas morreriam nos minutos, horas e dias seguintes. Destruição, fogo, calor inimaginável, dor, sofrimento… Nunca a palavra “inferno” se mostrara tão compreensível… Hiroshima não existia mais. O Japão sofria seu golpe definitivo.
Dois dias depois, a 8 de agosto, a União Soviética declara guerra ao Império Japonês (sim, até então os soviéticos haviam se poupado de uma frente no Extremo Oriente). As Kurilas foram invadidas. E logo viria a revanche pela derrota de 1905.
O golpe de misericórdia contra o Japão ocorreria no dia 9 de agosto. Uma segunda bomba atômica seria lançada sobre Nagazaki. Mais 80 mil mortos. E a esperada rendição japonesa. O maior conflito da história da humanidade acabaria oficialmente no dia 2 de setembro de 1945, exatos seis anos e um dia após a invasão da Polônia pelos alemães.
Indubitavelmente, a Bomba de Hiroshima pôs fim à Segunda Guerra Mundial. Indubitavelmente, a Bomba de Hiroshima evitou o desembarque norte-americano no território japonês e o prolongamento da guerra por meses. Indubitavelmente, a Bomba de Hiroshima mostrou ao mundo quem tinha uma nova arma, quem dominava o átomo e quem daria as cartas a partir de então.
E entramos em uma nova era. E nunca mais poderia acontecer uma guerra como a que terminara de acabar. ninguém ousaria enfrentar aquela nação que dominava o átomo. A paz estaria duradoura assegurada… ou não…
Neste 6 de agosto, um minuto de silêncio deve ser feito em memória dos milhares de homens, mulheres e crianças que foram sacrificados para que se tivesse a paz. E hoje, sete décadas depois, na Hiroshima reconstruída, aquele povo orgulhoso celebra sua capacidade de literalmente renascer das cinzas, e de mostrar ao mundo que, no fnal, os japoneses venceram.
“Now I am become Death, the destroyer of worlds.” (Robert Oppenheimer, quoted from the Bhagavad Gita)
Belo texto Sr. Joanisval. Acho a frase do Oppenheimer muito forte.
Novo aqui no blog,mas já gostando muito e pegando várias dicas na operação outubro vermelho.
Isso mesmo o Japão venceu com trabalho igual o das formiguinhas👏👏