Ciclo de um ataque terrorista

Excelente postagem do meu amigo Marcus Reis (www.marcusreis.com), em que ele comenta uma publicação da Stratfor (que em breve publicarei aqui) sobre o ciclo de um ataque terrorista. Gostei das referências sobre as organizações terroristas que atuam no plano interno (PCC, CV, ETA, FARC, IRA etc.).

Sobre PCC e CV, pouca gente admite que essas organizações realizam ações terroristas. Elas o fazem sim. Há muito deixaram de ser (se é que um dia foram) simples bandos de criminosos.

Preocupa-me, ainda, a possibilidade de ataques terroristas no Brasil e o preparo das autoridades públicas e da sociedade para lidar com a questão. Não se trata de considerar “se” ocorrerão ataques terroristas no Brasil, mas “quando” e “onde” eles irão acontecer. O fato é não ficaremos alheios a esse fenômeno por muito mais tempo…

Ciclo de Ataque Terrorista

Por mvreis

Esta semana foi publicada no site STRATFOR Global Intelligence (www.stratfor.com) o texto intitulado Detection Points in the Terrorist Attack Cycle, de autoria de Scott Stewart. Este trabalho tratou de forma excelente o que chamamos de Ciclo de um ataque terrorista. O terrorismo é hoje e continuará sendo amanhã um problema de segurança nacional e mundial, uma tática à disposição de grupos que desejam pressionar politicamente um ente estatal ou a sociedade internacional.

Não importa se o grupo que pratica o terrorismo atua somente dentro do território de determinado Estado (PCC, CV, ETA, FARC, IRA etc.) ou se atua globalmente (Al Qaeda), suas ações possuem em comum um determinado ciclo que aqui chamamos Ciclo de Ataque Terrorista.

Primeiro, o grupo realiza a seleção de alvo (ou alvos). Normalmente esses alvos possuem um caráter simbólico que possa afetar a demanda política, como o Parlamento, parlamentares, juízes, tribunais, delegacias, Ministério Público, empresas, laboratórios etc. Os alvos, então, podem ser móveis (como autoridades) ou estáticos, e sua seleção irá determinar o tipo de ataque (explosivos, armas, sequestros etc.). É verdade que muitas organizações não possuem capacidade tão grande, selecionando os seus alvos de acordo com os meios que possuem.

A segunda fase do ciclo de um ataque terrorista é o planejamento da ação. Como toda organização relativamente estruturada, deve haver um planejamento com o intuito de minimizar erros. Vigilância sobre o alvo, recrutamento, determinação de meios (armas, explosivos etc.), determinação do agente perpetrador, orçamento, entre outros, participam da fase de planejamento.

Por fim, a execução do atentado é a última fase do ciclo. É nesta fase que o Estado encontra a maior dificuldade de combate, especialmente se houve um bom planejamento por parte do grupo criminoso.

Portanto, essas são as fases ou o Ciclo de um Ataque Terrorista. Percebe-se que o Estado deveria atuar de forma mais efetiva nas duas primeiras fases, com uso de agentes infiltrados, informantes, inteligência etc. A última fase pode ter uma dificuldade maior de atuação, tendo em vista que o ato encontra-se em execução e o risco aumenta consideravelmente.