Memórias da Grande Guerra

Hoje tive a oportunidade de ir a Ypres, local onde ocorreram algumas das mais importantes e sangrentas batalhas da I Guerra Mundial. Fui também aos cemitérios militares e a uma das últimas trincheiras preservadas daquele conflito (naturalmente entrei nela). A atmosfera desses locais é impressionante. Quase cem anos depois, a memória daqueles que deram as vidas combatendo permanece. Recomendo a quem tiver condições de vir a Ypres…

Outros dados também surpreendem, como o fato de que ainda são encontradas anualmente milhares de bombas (cápsulas de explosivos) não detonadas e ainda constituindo ameaça. Explico: estimativas conservadoras registram que entre 1914 e 1918, 1,4 bilhões (isso, bilhões) de bombas (shells), incluindo 66 milhões contendo gases (clorino, gás mostarda, por exemplo) foram lançadas pelos dois lados apenas no fronte oriental. Dessas, cerca de 10% falharam, não sendo detonadas, ou seja, aproximadamente 145 milhões de ogivas/cápsulas/bombas permaneceram nos campos de batalha da Grande Guerra. Bom, anualmente, algo como 250 toneladas de bombas do período são detonadas pelas autoridades belgas, aí incluídas 20 toneladas de artefatos contendo gases que ainda permanecem tóxicos e mais instáveis  que há cem anos… Ainda levará muito tempo para que os efeitos diretos da Grande Guerra cessem de afetar as gerações já distantes daqueles homens vitorianos… (Antes que perguntem, as fotos são minhas…)

2 respostas em “Memórias da Grande Guerra

  1. Belíssimas fotos, comoventes e muito bonitas. E você, como sempre, aproveitando muito a viagem, dá gosto de ver. Um abração.

  2. Joanisval, sei exatamente o que sentes ao visitar um local como este. Não estive em Ypres, mas passei por Verdun e fui à Normandia (Omaha e Utah) e ao Cemitério Americano. Entrei nos bunkers da Muralha do Atlântico. O clima, 70 anos depois, ainda é tenso, pesado, arrepia e emociona. O dia estava nublado com pouca visibilidade, o que tornou ainda mais tenso o ambiente. Recomendo a qualquer pessoa interessada em guerras. É impressionante como um local pode explicar tanto sobre um episódio da história pelo simples fato de se estar lá. Abraço.

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