A situação só piora no Egito… Com a invasão da embaixada israelense, e os protestos nas ruas contra a nação judaica, difícil prever até onde se pode chegar… Se esses radicais conseguirem influência no Governo do Cairo, o cenário ficará muito ruim. Os “protestos por democracia” começam a mostrar uma face sobre a qual já tínhamos alertado.
O Egito, junto com a Jordânia, são os dois países árabes que mantêm relações com Israel (não tenho certeza o Líbano também o faz). De toda maneira, o rompimento de relações entre o Cairo e Tel Aviv só geraria desequilíbrio na região e uma crise de dimensões imprevisíveis…
Sob o Mubarak ao menos havia estabilidade no equilíbrio de poder da região…
Folha.com – 10/09/2011 – 10h22
Premiê do Egito oferece renúncia após invasão na embaixada, diz TV
DA REUTERS, NO CAIRO (EGITO)O premiê do Egito, Essam Sharaf, ofereceu sua renúncia neste sábado, após os violentos confrontos da noite anterior entre as forças de segurança e manifestantes, ao redor da Embaixada de Israel no Cairo.
Veja imagens dos protestos no Cairo
Segundo o canal de TV árabe Al Arabiya, o comitê do Exército, que comanda o país desde a queda do ditador Hosni Mubarak, rejeitou o pedido.
Ao menos três pessoas morreram e outras 1.049 ficaram feridas durante os confrontos entre manifestantes e as forças de segurança na noite de sexta-feira, nos arredores da embaixada de Israel, segundo novo balanço da agência estatal egípcia.
A Mena, que cita um responsável do Ministério da Saúde, não diz a causa das mortes. Fontes de segurança disseram à agência Efe que duas das pessoas morreram de ataques cardíacos. Já a agência de notícias France Presse diz que três pessoas morreram vítimas dos confrontos e uma quarta morreu de ataque cardíaco.
Os enfrentamentos, que se prolongaram durante toda a noite, deixaram ainda mais de mil feridos, entre eles 300 policiais, e agravaram a tensão entre Israel e Egito pela morte de cinco policiais egípcios em uma ação israelense em agosto.
O incidente começou quando cerca de mil manifestantes concentraram-se diante do edifício que abriga a missão diplomática israelense e o atacaram a marteladas e com um grande tubo metálico, sem a intervenção da polícia, que estava nas proximidades. A polícia interveio apenas quando os manifestantes conseguiram derrubar o muro.
O muro, de uma altura aproximada de 2,5 metros que rodeia o edifício da embaixada, foi construído nos últimos dias depois de várias manifestações em frente à sede diplomática israelense na capital egípcia.
Horas depois, a Embaixada de Israel no Cairo foi invadida pelos manifestantes, que jogaram milhares de páginas de documentos pela janela. Os egípcios também arrancaram a bandeira de Israel e a substituíram pela bandeira egípcia. Essa foi a segunda vez que a bandeira de Israel foi arrancada da embaixada.
Segundo a Al Jazeera, os manifestantes vinham de um protesto para pedir reformas aos militares –que governam o país desde a queda de Hosni Mubarak– na praça Tahir.
A polícia lançou bombas de gás lacrimogêneo para dispersar a multidão que se reuniu na rua em frente ao edifício.
FUGA
Diante da invasão, o embaixador israelense no Egito, sua família e o pessoal diplomático, foram obrigados a abandonar a embaixada. Um avião os levou de volta a Israel nas primeiras horas deste sábado.
O grupo de oito pessoas, liderado pelo embaixador Yitzhak Levanon, foi levado a Israel em um avião militar da Força Aérea israelense.
Além disso, outros seis israelenses presos na embaixada no Cairo foram transferidos posteriormente de avião depois de serem retirados do edifício por um comando especial egípcio.
O primeiro-ministro israelense, Binyamin Netanyahu, falou com o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, sobre o incidente e ambos decidiram seguir em contato até que a situação tenha se resolvido, informou a imprensa local.
Além disso, o titular da Defesa israelense, Ehud Barak, informou em comunicado que dialogou com seu colega americano, Leon Panetta, a quem pediu que fizesse todo o possível para proteger a Embaixada israelense no Cairo.
PERMANÊNCIA
Segundo a Efe, centenas de manifestantes continuam reunidos em frente à embaixada. Muitos estavam em cima do que restou do muro que cerca a embaixada, após ser derrubado na véspera.
Cerca de 20 militares, apoiados por quatro carros de combate, estão na entrada do imóvel, sob o som dos lemas anti-Israel cantados pelos manifestantes.
Não foi registrado, contudo, nenhum incidente neste sábado. A rua onde fica a embaixada voltou a ser aberta ao público, mesmo com sinais ainda evidentes dos confrontos da noite anterior.
Um dos manifestantes, Ahmad Saber, disse que voltou ao local porque não aceita a presença israelense no Egito.
“Queremos acabar com a relação entre ambos os países, a saída do embaixador foi um primeiro passo, mas não pararemos até que se cortem as relações totalmente”, disse Saber, que acusa as forças de segurança de terem iniciado os confrontos.
Meu amigo,
Eu acho que nenhuma revolução se faz sem perdas e sem violência. O Oriente Médio não passou por uma fase que foi essencial para que o mundo ocidental chegasse onde está: a era das revoluções. A deles veio atrasada mas terá que ser feita. Quanto a Israel, acho que eles também vão ter que enfrentar a hora da verdade, não é possível colonizar toda a Palestina em nome de uma segurança fictícia pois quanto mais estenderem os assentamentos, mais ficarão inseguros. Eu sempre defendi o direito à existência de Israel mas acho um erro monumental não permitir também a existência de um estado palestino viável já que isto só aumentará o poder dos terroristas. Israel pretende o Grande Israel mas os palestinos não podem pagar por esta visão sionista da região. Há muitas pesquisas novas feitas por historiadores judeus que mostram o quanto foi violenta a expulsão dos palestinos de suas terras logo após a criação do Estado de Israel. Hoje em dia estas coisas não cabem mais e tornarão todo o mundo menos seguro! portanto, Bibi e Liebermann que vão colocando as barbas de molho… Um susto destes é positivo!
Quanto ao Oriente Médio, vai correr muito sangue, como correu nas revoluções Francesa e Americana. E mais ainda no futuro quando se colocar para eles a questão do estado laico. Afinal, no Ocidente, se pensarmos bem, faz muito pouco que acabou a Inquisição! Teremos ainda muito o que ver por aqueles lados… E continue nos brindando com estas postagens tão boas!
Otima abordagem do problema. Destaco a minha preocupacao com a Irmandade Muculmana, organizacao fundada na decada de 1920 naquele pais e que ainda mostra uma vitalidade e influencia impressionante entre os jovens. A Irmandade partilha das ideias de Sayyed Qtub, radical egipcio que pregava a pureza do isla e o afastamento do ocidente mundano.