Um caso que chocou o Brasil na última semana foi o do menino de dez anos que teve o braço dilacerado por um tigre no zoológico de Cascavel, Paraná. O garoto passou da grade de proteção e começou a “brincar” com o felino, que acabou o atacando. O mais absurdo disso tudo: a tragédia ocorreu sob o olhar do pai, que não só permitiu que o filho passasse para junto da jaula do tigre, como também filmou o garoto a provocar o animal. Não se poderia esperar resultado diferente.
Tem gente que fala em sacrificar o tigre. E aqui fica minha indignação. Sacrificar por quê? Pensemos na situação do pobre animal: preso em uma jaula, com espaço limitado, completamente fora de seu habitat, estressado com gente a sua volta, e um garoto começa a provocá-lo, a mexer com ele. Alguém esperaria uma reação diferente? Mesmo no zoológico, enjaulado, o tigre é um animal selvagem, um felino. E não precisa ser nenhum gênio para saber que animais selvagens são sempre selvagens e agem como animais selvagens! Ora, qual a culpa do pobre felino? Nenhuma. O tigre foi, simplesmente, um tigre.
O garoto, por sua vez, arcou com a consequência da traquinagem. Desculpem, mas um menino de 10 anos que não tem juízo suficiente para saber que não se deve brincar com um grande felino, muito menos provocar o bicho, não poderia ser levado ao zoológico. Claro, é uma criança, foi uma tragédia. O guri deveria estar muito atentado, fazendo traquinagem (o filme amplamente divulgado pelas redes de TV e pela internet revela esse fato). Consta que algumas pessoas teriam dito ao garoto para sair da área, voltar para a grade externa de proteção e não mexer com o tigre. Não deu ouvidos a ninguém, assim como toda uma geração de crianças que crescem desregradas e sem orientação dos pais ou familiares. Infelizmente, aprendeu da pior maneira a não brincar com o que não deve.
O terceiro personagem dessa triste história é o idiota, o mentecapto, o pai do garoto. Sou pai, assim como alguns dos meus leitores. Alguém me explica como um pai leva o filho a um zoológico e permite que ele brinque daquele jeito com os felinos (sim, porque há um filme do garoto primeiramente atentando um leão – exato, o bicho com juba)?!?!? E não me venha com a desculpa de que estava cuidando do outro filho, pois ele filmava o pobre do garoto brincando com o tigre! Foi imprudente, negligente, e deve pagar, duramente, por isso. Criar filhos não é simples. A gente está sempre aprendendo e não pode estar o tempo todo de olho neles. Ninguém disse que seria fácil cuidar de crianças. Mas deixar que elas brinquem com felinos selvagens como se fossem gatinhos é inaceitável. Não encontro justificativa para livrar o sujeito de uma severa punição.
No final das contas, o tigre ficou com a pecha de malvado (sério?), apesar dele próprio ser uma grande vítima da crueldade humana. O pobre garoto perdeu o braço, trauma que só não será maior que o impacto psicológico que o acompanhará por toda a vida. E o idiota que deixou que aquilo acontecesse… continua um grande idiota! Se existe um animal que merece ser sacrificado nessa história toda, esse é o pai do menino.
Para a matéria da Globonews sobre a tragédia, clique aqui.
Muito bom!
Perfeito! E agora temos um advogado dizendo da culpa objetiva e que processará o zôo, a prefeitura e escambau. Faz analogia com um motorista bêbado e o carro, “instrumento” do crime, estar legalizado. Ora! Até em sua analogia pobre, o culpado é o motorista, o agente. O culpado doutor, penso, nesse caso, é o idiota do pai e o menino. (Que também, mesmo respeitando sua dor, é um idiota também). Nesse caso, o parvo pai não só viu, não fez nada, como penso incentivou, pois é certo que aquele papo furado “eles pegam ossos e põe no bolso, para dar pra cachorros” é mentira. Deduzo que ele tenha dito para pegarem os ossos para dar aos animais no zôo e ele fazer seu “vídeo de família”. E tb não vemos as imagens “atrás da lente da câmera” onde, não duvido, veríamos um pai sorridente e orgulhoso do corajoso filho (até que o sorriso morreu diante da tragédia).
Eu acho que a evolução aqui está em dúvida e Darwin está em xeque, pois como disse um amigo meu sobre o caso, “nem um macaco faria isso”.
Infelizmente vivemos um período que crianças não aceitam ouvir um não e os pais, na tentativa de suprir suas deficiências relacionais com seus filhos, nunca dizem não. Esta falta de imposição de limites e clareza do que certo ou errado gera consequências, muitas vezes trágicas como no caso do tigre, do menino e do idiota.