Pandemias me dão medo. Peste Negra, Gripe Espanhola, Gripe Aviária, Gripe Suína (continuo usando o termo politicamente incorreto, não estou nem aí)… Acho que o mundo ainda pode sucumbir por causa de pequenos seres que não vemos, mas que lá estão nos matando.
É irônico como o poderoso homem pode ser derrotado e extinto da face da terra por um microscópico vírus (que nem célula tem) ou uma virulenta bactéria…
Ficam algumas perguntas para reflexão: quem matou mais, a gripe do porco ou a epidemia de dengue nas grandes cidades do Brasil? E as doenças da pobreza, como o cólera e a tuberculose? A fome não poderia ser considerada verdadeira “pandemia” pelo tanto que mata? E os males causados cigarro?
O fato é que muitas dessas doenças poderiam ser erradicadas com melhores condições de vida para as populações mais pobres… Mas quem se importa?
Estudo vincula peste negra da Idade Média a doença atual
WASHINGTON, 30 agosto 2011 (AFP) – Uma versão muito menos perigosa da bactéria que provocou a peste negra, a devastadora pandemia que matou um terço da população da Europa no século XIV, ainda existe atualmente, segundo estudo publicado esta terça-feira.
Exames de DNA das ossadas de vítimas da terrível doença, encontradas em uma fossa comum de um cemitério medieval de Londres, revelaram parte do mesmo sequenciamento genético da peste bubônica moderna, apesar de seus atributos diferentes.
“Pelo menos esta parte da informação genética variou muito pouco nos últimos 600 anos”, afirmou Johannes Krause, um dos autores do estudo, publicado nas Atas da Academia Nacional de Ciência (PNAS) dos Estados Unidos.
“Sem sombra de dúvida, o agente patogênico conhecido hoje como ‘Yersinia pestis‘ também foi a causa da peste (negra) na Idade Média”, acrescentou.
A peste negra matou um terço da população europeia em apenas cinco anos, de 1348 a 1353, mas os surtos modernos têm sido muito menos mortais.
Um surto em Mumbai, Índia, em 1904, por exemplo, matou 3% da população, apesar de ter ocorrido antes da descoberta dos antibióticos.
Para o estudo, realizado pelo Instituto de Arqueologia Científica da Universidade de Tubingen, na Alemanha, e pela Universidade McMaster, no Canadá, os cientistas extraíram o DNA de 109 esqueletos de uma fossa comum, no cemitério de East Smithfield, em Londres.
Ao comparar o DNA com o de dez esqueletos escavados de um sítio anterior à peste negra, os cientistas puderam demonstrar que não havia sido contaminado por material moderno genético ou bactérias do solo.
Os autores sustentam que a versão da bactéria que causou a peste medieval provavelmente tenha sido extinta, mas sugerem que novas pesquisas poderiam revelar como pôde ter evoluído até se transformar em uma cepa menos virulenta.
A peste negra, que afeta tanto animais quanto humanos, é causada pela bactéria ‘Yersinia pestis‘, que os roedores transmitem aos humanos através de pulgas infectadas.