Europa Muçulmana

Quem me enviou esta foi meu amigo Antônio Vandir. Achei interessante, pois um dos fundamentos da perspectiva européia sempre foi a chamada “Cristandade”. Ora, o cenário atual é de redução no número de católicos e protestantes no Velho Mundo e de aumento de muçulmanos, em especial no continente europeu.  Será, no mínimo, interessante ver a proliferação de mesquistas nas cidades européias diante de igrejas cada vez mais vazias (fui a algumas igrejas recentemente, participando inclusive de uma missa em Bruxelas, e o cenário era mesmo esse…).

Estariam a “Cristandade” e os valores tradicionais europeus ameaçados pelo Islã? Como isso afetará as relações (sociais, culturais, política e econômicas) na Europa? Muito contribuiriam para este post e nossos leitores os comentários dos especialistas, como minha amiga Carmen Lícia Palazzo. Aguardemos!

Vale a pena conferir as estatísticas. Al salam maleikum!

Queda vertical de católicos e protestantes na Europa

29 de outubro de 2011, em Noticiário Internacional

1. Estudo de uma equipe de sociólogos do EVS mostra que, em 1999, havia 62,1% de católicos e 25,8% de protestantes no continente. Em 2008, data do último relatório, registrou-se queda vertical nas proporções, para 36,7% e 14,5%, respectivamente. Entre os franceses, eram 70% os que se diziam católicos em 1981, e não mais que 43% em 2008. No Reino Unido, os protestantes passaram de 56,6% para 38,7% e os católicos, de 13,6% para 10,8%. Na Alemanha, os protestantes caíram de 34,5% para 27%, e o número de católicos permaneceu praticamente inalterado, em torno de 22%.2. E há os que se declaram sem religião (sem igreja): na França, aumentaram de 27% para 50%; no Reino Unido, passaram de 15% para 32,9%; na Alemanha, foram de 39,6% para 46,1%. Do lado muçulmano ocorre o contrário. Eles são atualmente 44 milhões (6% da população europeia), depois de um aumento de 14,5 milhões de 1990 a 2010, de acordo com o Pew Research Center. Nos próximos 20 anos, a previsão é de que a Europa terá 8% de fiéis dessa religião, com novo aumento de 14 milhões. A comunidade muçulmana francesa é a maior da Europa: a estimativa é de que sejam 5 milhões de pessoas, ou cerca de 8% da população (estatísticas oficiais étnicas ou religiosas são proibidas no país desde o fim da Segunda Guerra).
3. “A triste verdade é que o preconceito contra muçulmanos é amplamente difundido na Europa hoje e não apenas pela internet. Pesquisas de opinião efetuadas em vários países europeus transmitem a mesma mensagem: medo, desconfiança, visão negativa dos muçulmanos e da cultura islâmica”, diz Thomas Hammarberg, comissário de direitos humanos da assembleia parlamentar do Conselho da Europa. Na Alemanha, que registra uma forte imigração turca e reúne a segunda maior comunidade muçulmana da Europa, apenas 45% têm opinião favorável em relação aos fiéis dessa religião, segundo pesquisa do Pew Research Center divulgada em julho. Na Espanha, a aprovação é ainda menor, de somente 37%. Na França, na Alemanha, na Espanha e no Reino Unido, a maioria diz que as relações entre ocidentais e muçulmanos são “ruins”.

FONTE: Daniela Fernandes – Eu & Fim de Semana – Paris – Valor (14)

2 respostas em “Europa Muçulmana

  1. Artigo muito interessante. O incrível é que 7 ou 8% de muçulmanos é muito pouco e ainda assim eles despertam manifestações xenófobas. Mas é a Europa, afinal na Idade Média os bodes expiatórios eram os judeus que “estariam envenenando a água dos cristãos!!! Se forem observadas também as estatísticas de terrorismo é evidente que a grande massa muçulmana não tem nada a ver com ele. E se, nestas estatísticas, ainda levarmos em consideração que só 2/3 dos muçulmanos mais jovens são praticantes, tendência que é decrescente (a da prática) fica ainda mais diluída a presença de muçulmanos “ativos”. A tendência é a mesma para qualquer religião, até para o judaísmo, de diminuir a prática na geração mais jovem. Isto vai alterar um pouco os dados daqui a uns 10 anos.
    Uma coisa que ainda não tem sido medida é a quantidade de casamentos mistos. São muitos, principalmente na França. E esta tendência é crescente. Acho que é um dado da maior importância a ser acrescentado, pois dentro de uns 20 anos, muitas famílias terão algum membro muçulmano, o que fará diminuir o preconceito. Estes dados chamados “qualitativos” mudam o perfil da análise e não são computados nas projeções mas são muito significativos.
    O mais curioso é que recentemente fizeram uma pesquisa sobre latinos na Europa e nos EUA (latino-americanos) e a opinião sobre eles era muito mais favorável nos EUA do que entre os europeus. O fato se explica também porque há mais casamentos mistos atualmente nos EUA entre latinos e americanos de origem anglo-saxã do que na Europa. Mas com o tempo vai mudar também na Europa..
    Não é sobre os muçulmanos mas acrescento aqui uma informação que me parece interessante: estou lendo um livro fascinante que bate de frente nos mitos sobre o “povo escolhido” e que está fazendo furor atualmente em Israel. É “A invenção do povo judeu”do Shlomo Sand. Excelente pesquisa que mostra a diversidade das origens dos judeus e também o fato, já bem sabido dos historiadores, de que os judeus foram missionários em certas épocas e converteram outros povos, o que acaba com o mito da diferença étnica. Etnia e religião são tratadas também de modo teórico na primeira parte deste livro e vale como instrumental para outras análises.

    • As violações estão a aumentar na Europa e são feitas por muçulmanos! A liberdade e igualdade por que todos os europeus lutaram, os muçulmanos querem acabaram com elas! Os muçulmanos querem impor a lei da xaria, consideram a mulher um ser inferior, tal como Hitler considerava que havia seres inferiores! Querem começar a apedrejar mulheres na Europa! E poderia escrever muito mais horrores acerca dos muçulmanos.
      Já começam a perceber porque os europeus estão a iniciar a abrir os olhos? Não é por xenofobia. Porque xenofobia existe nos países muçulmanos onde não se podem construir igrejas e onde os cristãos são maltratados e mortos! Os europeus é que os têm recebido demasiado bem e eles em agradecimento querem impor as suas visões fascistas e arcaicas!

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